Em meio à crise da pandemia do novo Coronavírus e a preocupação com a segurança dos profissionais de Saúde, nasceu uma iniciativa que tem colaborado e garantido a segurança destes profissionais. Protetores faciais são criados utilizando filmes de Raio-X. A iniciativa é da enfermeira Leilane Aparecida Aires Cavalcante, que trabalha no setor de hemodinâmica do Hospital Geral de Palmas (HGP) em Tocantins.
Leilane contou que sempre gostou de reaproveitar as coisas descartadas que não servem para algumas pessoas e como nas horas vagas ela é artesã utilizou da sua habilidade para produzir esse material. “Eu vi uma matéria no JN (Jornal Nacional) sobre esses protetores faciais, então fui buscar na internet um modelo. No tutorial a artesã utilizava uma folha de acetato transparente. Como a intenção era doar essas máscaras eu tive a ideia de pegar os filmes de RX, que também são de acetato e tirar a tinta para fazer no modelo que vi e copiei da internet”, contou a enfermeira.
Leilane já fabricou 150 máscaras que já foram doadas e ganhou mais 500 filmes para continuar a produção. “Fabriquei no início 50 máscaras com o material que consegui de doação do HGP e depois mais 100 com material que consegui no Hospital Infantil Público de Palmas (HIPP). As tiaras eu compro ou ganho de doação da minha família a um custo de R$1,00 cada e o produto de tirar a tinta, o hipoclorito, também é fruto de doação”, explica.
Segundo a enfermeira, a iniciativa é somente de ajudar os colegas de profissão a se protegerem neste momento tão delicado. “Não acho que isso é obrigação só do Governo, e sim, de toda a humanidade, pois não podemos deixar nas mãos só dos governantes, pois a situação é crítica. Vemos a falta de material de EPI em países de primeiro mundo porque a produção não está acompanhando a demanda. Ninguém estava preparado para esta situação, então eu só pensei que poderia ajudar os meus colegas e hoje me sinto muito realizada em poder colaborar neste momento”, destacou Leilane.
Leilane afirmou ainda que está disponível para ensinar outras pessoas e profissionais do interior que queiram aprender.“Sabemos que a dificuldade de conseguir EPI em cidades do interior é ainda maior, então se alguém quiser aprender pra levar pro seu município a ideia, mesmo que não tenham no município máquina de Raio-X, a população sempre tem guardado um exame de imagem que não serve mais, que pode ser utilizado na produção”, pontuou Leilane.
A presidente do Coren-TO Emília Miranda, parabenizou a iniciativa da colega e destacou que iniciativas como essa são de suma importância no combate a Covid-19. “A segurança do profissional é extremamente necessária. Além de não podermos colocar a saúde desses profissionais em risco, garantir EPI e manter as condições de trabalho aos profissionais é uma das principais armas de combate a pandemia”, afirmou Emília.
A enfermeira disse que das 500 lâminas, ela só tem 50 tiaras para a produção das máscaras.
Quem quiser ajudar na compra das tiaras ou na compra do hipoclorito é só entrar em contato pelo Instagram: @leilaneaires.
Fonte_COFEN
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