Criado para levar as informações aos profissionais da enfermagem do Vale do Juruá. Tem o objetivo de fortalecer a Classe da Enfermagem no contexto social, econômico e político.
Duas
vezes mais comuns em homens, os casos de câncer de orofaringe relacionados ao
vírus HPV têm aumentado nas últimas décadas. Só na cidade de São Paulo, a
incidência da doença dobrou entre 1997 e 2013, de acordo com estudo da Universidade de São Paulo.
Anualmente,
são registrados 15 mil novos casos no Brasil. Os dados são próximos dos 17 mil
novos casos de câncer de colo de útero por ano e reforçam que o HPV não é um
problema só das mulheres: os homens também podem desenvolver outros
tipos de câncer, além de serem importantes transmissores do vírus. Por
isso, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação de meninos e meninas antes do
início da atividade sexual, entre os 9 e 14 anos.
Disponível
gratuitamente para essa faixa etária, a vacina do HPV é a única capaz de
prevenir diferentes tipos de câncer, mas o Brasil ainda enfrenta níveis muito
baixos de cobertura vacinal, principalmente no público masculino: apenas 36%
dos meninos e 55% das meninas completaram o esquema de duas doses, enquanto o
índice ideal seria acima de 90%.
Segundo
o pesquisador Wagner Quintilio, do Laboratório de Biotecnologia Viral do
Butantan, imunizar crianças de ambos os sexos é uma forma segura e eficaz de
reduzir a incidência dessas doenças. “Quando você vacina seu filho, você evita
que ele se contamine e futuramente tenha um câncer, e também impede que ele
transmita o vírus para uma menina que não foi vacinada, ajudando a controlar o
câncer de colo de útero”, explica.
Frente
a uma infecção natural, homens têm somente 8% de chance de produzir anticorpos
contra o vírus, como mostrou um estudo publicado na revista Papilomavirus Research.
Com isso, são mais suscetíveis a sofrer reinfecções recorrentes,
que podem progredir para um câncer.
Já
em pessoas vacinadas, a taxa de soroconversão é maior que 90%, e a produção de
anticorpos é mantida por mais de 10 anos. Uma revisão de estudos com 60 milhões de indivíduos em
14 países mostrou, após a vacinação, uma redução de 83% nos casos de HPV 16 e
18, considerados de alto risco para desenvolvimento do câncer.
Eliminação
do câncer de colo de útero
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação contra o HPV tem o
potencial de eliminar o câncer de colo de útero do mundo. Para
concretizar essa meta todos os países devem ter, até 2030, 90% das meninas até
15 anos totalmente vacinadas contra o HPV; 70% das mulheres rastreadas com um
teste de alta performance aos 35 anos e, novamente, aos 45 anos; e 90% das
mulheres diagnosticadas em tratamento. A imunização dos meninos também é
fundamental nesse contexto e contribui para reduzir os índices de transmissão
do vírus.
Um estudo epidemiológico realizado em 2020 pela
Associação Hospitalar Moinhos de Vento e pelo Escritório de Projetos Programa
de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS) sobre a
prevalência de infecção pelo HPV no Brasil mostrou que o vírus está presente em
cerca de 50% da população, sendo que 35,2% dos participantes da pesquisa
apresentou pelo menos um HPV de alto risco.
Recentemente,
o Ministério da Saúde brasileiro lançou a Estratégia Nacional de Eliminação do Câncer do Colo de Útero.
O objetivo é aumentar a cobertura vacinal contra o HPV e aprimorar o
rastreamento e tratamento de lesões pré-cancerosas no Sistema Único de Saúde
(SUS). O projeto terá início na capital de Pernambuco, em Recife, e depois será
expandido para todo o país. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas
pela doença.
HPV
é a sigla em inglês para o papilomavírus humano. Existem mais de 200 tipos
conhecidos desse vírus, sendo a maioria inofensiva.
No
entanto, alguns podem causar lesões na pele e na mucosa (normalmente verrugas),
e especificamente dois deles:
Tipo 16
Tipo 18
estão
associados ao surgimento de câncer de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus
e orofaringe.
Por
que se vacinar contra hpv?
Estudos
indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser
infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Além disso, não
existe um tratamento específico contra o HPV.
Ainda
que sejam tratáveis, as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças
graves.
A
transmissão do HPV ocorre principalmente por via sexual, mas também pode
ocorrer por meio do contato direto com qualquer região da pele ou mucosa
infectada.
A
vacina também protege contra os cânceres de vulva, vagina, peniano, anal,
orofaringe, além de verrugas genitais.
Campanha
de Vacinação
Desde
2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o
câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública
mundial. Até 2030, é esperado que:
Quem
deve tomar a vacina
A vacina é
indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos
de 9 a 14 anos;
A imunização
deve acontecer, preferencialmente, entre 9 e 14 anos, quando é mais
eficaz, segundo o Ministério da Saúde;
Homens e
mulheres imunossuprimidos de 9 a 45 anos;
Homens e
mulheres com câncer de 9 a 45 anos.
Observação: No SUS, a
vacina é liberada para crianças de 9 a 14 anos e para pessoas imunossuprimidas
ou pacientes oncológicos. Após publicação da Nota Técnica nº 41 de 2024 do
Ministério da Saúde, pessoas de 15 a 19 anos poderão receber uma dose da
vacina, e portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR) poderão se
beneficiar da vacinação com esquema preconizado em bula, de acordo com sua
faixa etária.
Quantas
doses são necessárias
A
orientação é que a vacina seja aplicada em três doses:
1ª dose
2ª dose: dois
meses após a primeira
3ª dose: seis
meses após a primeira
A
vacina contra o vírus HPV recombinante deve ser administrada por suspensão
injetável.
Observação: O Programa
Nacional de Imunizações (PNI), por meio da NT 41/2024, recomenda dose única
para meninos e meninas de 9 a 14 anos e três doses para imunodeprimidos e
vítimas de violência sexual.
A
meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil,
principalmente nos meninos:
Os
principais motivos da baixa imunização são a desinformação e a disseminação de
fake news, como:
questionamentos
infundados sobre a eficácia da vacina, boatos e mentiras espalhadas por
movimentos antivacina e associações enganosas entre a vacina do HPV e
religião;
segundo o
Fundo das Nações Unidas para Infância, a baixa adesão também acontece pela
baixa taxa de alfabetização no Brasil;
a imunização
pelo SUS é relativamente nova, oferecida à população desde 2014;
estudo
realizado pela empresa Famivita mostra que 17% das brasileiras não sabem
que o HPV pode ser transmitido sexualmente;
poucas
campanhas de vacinação contra o vírus.
Sobre
a Vacina
A
vacina do Instituto Butantan é quadrivalente e protege contra o HPV de baixo
risco tipos 6 e 11, que causam verrugas anogenitais, e de alto risco tipos 16 e
18, que causam câncer de colo uterino, de pênis, anal e oral.
A
indicação é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, para que
homens e mulheres estejam protegidos do vírus desde as primeiras relações e não
o transmitam para seus parceiros e parceiras.
Dúvidas
Como
a vacina funciona?
A
vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) contém VLPs L1, que
são proteínas semelhantes aos vírus do tipo selvagem. Como essas partículas não
contêm DNA viral, não podem infectar as células ou se reproduzir. Nos estudos
pré-clínicos, a indução de anticorpos antipapilomavírus com vacinas com VLPs L1
resultou na proteção contra a infecção.
O
que são câncer de colo do útero, lesões pré-cancerosas e verrugas genitais?
O
câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma ameaça à vida. Ele
começa quando a mulher contrai alguns tipos de papilomavírus humano, que podem
fazer com que as células normais do revestimento do colo do útero se tornem
anormais ou lesões pré- cancerosas. Essas lesões são geralmente detectadas no
exame de Papanicolau. Se essas lesões não forem tratadas, podem se tornar
cancerosas.
As
verrugas genitais são causadas por alguns tipos de papilomavírus humano.
Costumam aparecer como verrugas irregulares da cor da pele e são encontradas
dentro ou fora dos genitais de homens e mulheres. Podem doer, coçar, sangrar e
causar desconforto. Às vezes, podem voltar depois do tratamento.
Como
prevenir a doença?
A
melhor forma de prevenção é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar –
o imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. Vale ressaltar, porém, que o
preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões estão
presentes em áreas não protegidas pela camisinha.
O
exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir
lesões que causam o câncer de colo do útero.
Como
a doença se manifesta?
A
infecção pelo HPV é, na maioria dos casos, assintomática. A doença pode causar
lesões na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis
(geralmente na glande), bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente,
podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal,
oral e laríngea.
Bebês
também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas
nas cordas vocais e laringe.
Após
a infecção, quanto tempo demora para as lesões surgirem?
As
primeiras manifestações pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses,
mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.
Quando
a vacina não deve ser usada?
A
vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) não deve ser aplicada
se a pessoa for alérgica a qualquer um dos componentes da vacina ou se sofrer
alguma reação alérgica após receber uma dose.
O
termo “arbovirose” vem do inglês arthropod-borne virus disease, e faz
referência a doenças virais transmitidas por artrópodes, como mosquitos e
carrapatos – por exemplo, dengue, Zika, chikungunya, febre amarela e febre do
Oropouche. Cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo vivem em risco de contrair
alguma dessas infecções, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Só de dengue, em 2024, foram
registrados 12,6
milhões de casos na região das Américas. No Brasil, os casos aumentaram
300% entre 2023 e 2024, ultrapassando 6 milhões de notificações, com 6 mil
óbitos.
Os
mosquitos são responsáveis pela maioria das arboviroses, principalmente o Aedes
aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. Apesar dos
sintomas semelhantes, algumas características ajudam
a distinguir as doenças: na dengue, a febre alta (40°C) de início
súbito está sempre presente; na chikungunya, as dores articulares são muito
mais fortes; e na infecção por Zika, a febre é baixa e há muitas manchas
vermelhas no corpo acompanhadas de coceira intensa. Quando acomete gestantes, o
vírus Zika pode causar microcefalia em recém-nascidos.
O Aedes
aegypti também transmite a febre amarela urbana, mas esse meio
de transmissão não é registrado no Brasil desde 1942. A febre amarela de origem
silvestre, por outro lado, é transmitida por mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus,
comuns em regiões de mata. A doença, que é prevenível por vacina disponível no
Sistema Único de Saúde (SUS), pode causar febre de início súbito, calafrios,
dor de cabeça intensa, dor nas costas, náuseas e fraqueza.
O
termo “arbovirose” vem do inglês arthropod-borne virus disease, e
faz referência a doenças virais transmitidas por artrópodes, como mosquitos e
carrapatos – por exemplo, dengue, Zika, chikungunya, febre amarela e febre do
Oropouche. Cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo vivem em risco de contrair
alguma dessas infecções, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Só de dengue, em 2024, foram
registrados 12,6
milhões de casos na região das Américas. No Brasil, os casos aumentaram
300% entre 2023 e 2024, ultrapassando 6 milhões de notificações, com 6 mil
óbitos.
Os
mosquitos são responsáveis pela maioria das arboviroses, principalmente o Aedes
aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya. Apesar
dos sintomas semelhantes, algumas características ajudam
a distinguir as doenças: na dengue, a febre alta (40°C) de início
súbito está sempre presente; na chikungunya, as dores articulares são muito
mais fortes; e na infecção por Zika, a febre é baixa e há muitas manchas
vermelhas no corpo acompanhadas de coceira intensa. Quando acomete gestantes, o
vírus Zika pode causar microcefalia em recém-nascidos.
O Aedes
aegypti também transmite a febre amarela urbana, mas
esse meio de transmissão não é registrado no Brasil desde 1942. A febre amarela
de origem silvestre, por outro lado, é transmitida por mosquitos dos
gêneros Sabethes e Haemagogus, comuns em regiões
de mata. A doença, que é prevenível por vacina disponível no Sistema Único de
Saúde (SUS), pode causar febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça
intensa, dor nas costas, náuseas e fraqueza.
Já
a febre do Oropouche, doença endêmica da Amazônia que tem se
disseminado por outros estados brasileiros desde
o ano passado, é transmitida pelo Culicoides paraenses,
conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas incluem dor de cabeça,
dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
No
Brasil, existe ainda a doença de Mayaro, endêmica da região
amazônica e transmitida principalmente por mosquitos do gênero Haemagogus.
As manifestações da doença são parecidas com as da chikungunya, como febre alta
(39°C a 40°C), dor de cabeça, dor nas articulações, calafrios, mal-estar e
manchas vermelhas no corpo.
Outro
tipo de arbovirose, que não ocorre no Brasil, é a encefalite
transmitida por carrapatos, endêmica
na Europa e na Ásia. Prevenível por vacina, a infecção é causada por um
vírus transmitido pela picada de carrapatos do gênero Ixodes, que
habitam bordas de florestas. Embora a maioria dos quadros seja assintomática,
pode ocorrer febre, dor de cabeça, mal-estar, dor no corpo, náusea e vômito. A
letalidade chega a 40% em casos graves que acometem o sistema nervoso central.
Como
os artrópodes transmitem os vírus?
Mosquitos
e carrapatos são artrópodes hematófagos (que se alimentam de sangue) e carregam
o vírus após picarem uma pessoa ou animal infectado. Uma vez dentro do
organismo do mosquito ou do carrapato, o patógeno se replica e se espalha,
atingindo as glândulas salivares. Depois, quando o artrópode pica outro
indivíduo, o vírus é introduzido no novo organismo por meio de sua saliva, e o
ciclo de transmissão se repete.
Além
de vírus, artrópodes hematófagos podem abrigar outros tipos de patógeno, como
bactérias, protozoários e nematoides, causando doenças que não entram na
categoria de arboviroses. É o caso do carrapato-estrela, que transmite a
bactéria responsável pela febre maculosa, e do mosquito Anopheles,
que transmite o protozoário da malária. Mesmo infectados, os artrópodes não
ficam doentes, pois seu sistema imune dá conta de protegê-los.
Séculos
de evolução
As
arboviroses circulam pelo mundo há muito tempo – uma enciclopédia chinesa de
610 d.C. chega
a mencionar uma doença semelhante à dengue, que supostamente seria
causada por “insetos da água”. Mas foi o vírus da febre amarela o primeiro
arbovírus a ser descrito oficialmente, com registros de epidemias desde o
século XVI. Acredita-se que ele tenha se originado na África e se espalhado por
meio do tráfico de escravizados.
A
hipótese de transmissão
da febre amarela por mosquitos foi levantada em 1881 pelo
epidemiologista cubano Carlos Finlay, e confirmada em 1901 pelo cientista
norte-americano Walter Reed. Pouco depois, descobriu-se que a dengue também era
transmitida por mosquitos: a comprovação do vetor Aedes aegypti ocorreu
em 1906.
Ao
longo do século XX, outras arboviroses foram descobertas, como a encefalite
transmitida por carrapatos (1936), a febre do Nilo Ocidental (1937), a Zika
(1947), a chikungunya (1952), a febre Mayaro (1954) e a febre do Oropouche
(1955).
Com
o aumento da urbanização, os vetores, que antes predominavam em áreas
silvestres, foram se adaptando aos centros urbanos, contribuindo para a
ocorrência de epidemias de arboviroses. Além disso, as mudanças
climáticas também têm gerado impacto significativo na circulação
dessas doenças, facilitando a multiplicação dos vetores, especialmente dos
mosquitos.
De
acordo com o The
World Mosquito Program (WMP), organização não governamental ligada
à Universidade Monash, da Austrália, esses insetos infectam mais de 700 milhões
de pessoas no mundo e causam cerca de 1 milhão de óbitos todos os anos.
Para
ajudar a combater o problema, em 2022, a OMS lançou a Global Arbovirus
Initiative, programa internacional que propõe ações prioritárias contra as
arboviroses. A iniciativa se divide em seis pilares: 1) monitorar e antecipar
riscos; 2) reduzir riscos epidêmicos locais; 3) fortalecer o controle de
vetores; 4) prevenir e se preparar para pandemias; 5) estimular a inovação e
novas abordagens; e 6) construir uma coalizão de parceiros.
Atuação
do Butantan
Nos
últimos dez anos, o Instituto Butantan tem se dedicado ao desenvolvimento de
uma vacina contra a dengue e, mais recentemente, de uma contra a chikungunya. O
imunizante da dengue, que mostrou eficácia
de 79,6% em estudos clínicos, está em fase de aprovação pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já o
da chikungunya, desenvolvido em parceria com a empresa franco-austríaca
Valneva, foi aprovado
pela Anvisa em abril, e já foi registrado nos Estados Unidos, Canadá e
Europa. Nos ensaios clínicos, a vacina gerou anticorpos em 98,9% dos voluntários
adultos e em 98,8% dos adolescentes
avaliados. O Butantan também pesquisa uma possível vacina contra a
Zika, que está no estágio
inicial de desenvolvimento, ainda sem previsão de testes em seres
humanos.
Os Conselhos
Regionais de Enfermagem(Coren’s) abriram o período de
Conferências Estaduais para atualização do Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem(CEPE).
As
etapas estaduais da II Conferência Nacional de Ética em Enfermagem (CONEENF)
tiveram início dia 1º de junho e vão até 15 de outubro,
reunindo profissionais de Enfermagem de todo o Brasil.
O
evento visa discutir e votar propostas quanto a atualização do CEPE,
incorporando novas práticas e condutas não contempladas no código vigente e
qualificar a tramitação dos processos ético-disciplinares.
Como
resultado dessa etapa, espera-se que os debates sejam consolidados nas Oficinas
de Trabalho nas cinco (5) Regiões do país, segundo os prazos previstos no
Regimento.
Para
participar, a inscrição se dará em duas etapas:
1.Os
Enfermeiros Técnicos (RTs) deverão inscrever suas instituições.
2.O
Conselho Regional do seu estado informará o número de vagas por instituição ao
RT, de acordo com seu tamanho e vagas disponíveis na região. O RT irá repassar
quais profissionais da instituição ocuparão as vagas ofertadas.
Os
formulários de inscrição serão enviados por cada Conselho Regional aos RTs.
Próximos
passos
Dando
continuidade ao processo de formulação do Código de Ética, as Oficinas de
Trabalho, que acontecem nas cinco regiões do país, fazem parte da etapa
seguinte. Esta fase deve ser realizada entre 16 de outubro a 16 de dezembro de
2025 e tem o intuito de reunir os 27 representantes das Comissões Estaduais dos
Conselhos Regionais de Enfermagem e da Comissão Nacional para discutir sobre a
atualização do CEPE.
A
etapa referente à Conferência Nacional ocorrerá até 31 de março de 2026,
conforme data a ser definida pelo Plenário do Cofen.
As
conferências são regidas pelo Regimento da II Conferência Nacional de Ética em
Enfermagem (CONEENF).
Para
incentivar a doação regular de sangue voluntária, o Ministério da Saúde lançou
a campanha “Doe Sangue. Você Pode” neste sábado, 14 de
junho, Dia Mundial do Doador de Sangue. Com veiculação prevista durante todo o
ano, a campanha objetiva conscientizar a população sobre a importância de
manter os estoques de sangue em níveis seguros, já que dependem desse ato
solidário pessoas que se submetem a intervenções médicas urgentes de grande
porte e complexidade, como transfusões, transplantese
procedimentos oncológicos.
Nos
últimos dois anos, o Brasil registrou um leve aumento de 1,9% do número de
bolsas de sangue coletadas: foram 3.248.737 em 2023 e 3.310.025 em 2024,
segundo dados do Ministério da Saúde. Até maio de 2025, foram 831.518. Já as
transfusões de sangue passaram de 3.088.332 e 3.178.138 no mesmo período,
crescimento de 2,9%.
Embora
o número de doações realizadas no Brasil esteja dentro do parâmetro
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde
realiza campanhas anuais para captar mais doadores e manter estoques de sangue
e de hemoderivados. Em 2024, 1,6% da população fez doação de sangue no país.
A
pasta também acompanha, diariamente, o estoque nos hemocentros estaduais. Vale
destacar que a doação de sangue também é importante para a produção de
medicamentos essenciais derivados do plasma.
Cada
doação pode ajudar a salvar várias vidas
A
doação de sangue é um ato de solidariedade e cidadania, que tem importância
vital para a saúde pública. Por isso, a Política Nacional de Sangue,
Componentes e Hemoderivados foi instituída a fim de garantir a autosuficiência
do país nesse setor e harmonizar as ações do poder público em todos os níveis
de governo.
Cada
doação pode ajudar a salvar várias vidas, já que o sangue doado é separado em
componentes distintos - Concentrado de Hemácias (CH), Concentrado de Plaquetas
(CP), Plasma Fresco Congelado (PFC) e Crioprecipitado (CRIO) – que podem ser
utilizados em diferentes tratamentos.
O
sangue não possui substitutos artificiais. É essencial também para tratamento
de doenças crônicas que frequentemente demandam transfusões sanguíneas e
intervenções médicas.
Campanha
de 2025 será veiculada em todo o Brasil
A
campanha publicitária “Doe Sangue. Você Pode” será veiculada em
diversos tipos de mídia no Brasil, como rádio, televisão, mídias sociais,
mobiliários urbanos e painéis digitais. Ela traça um paralelo entre atitudes
diárias e a familiaridade com a expressão “dar o sangue”. Trata-se da ideia de
que, se uma pessoa está disposta a dar o sangue por uma causa, ela também pode
doar sangue para ajudar a salvar outras vidas.
Para
ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos de idade. Menores de 18 anos
precisam ter autorização. Além disso, é necessário estar bem de saúde, não
estar em jejum e apresentar documento original com foto.
Para
mais informações procure o Hemocentro mais próximo ou acesse a página de Doação
de Sangue
No
coração da imensidão amazônica, onde rios cantam com vozes próprias e a fauna e
a flora se entrelaçam em perfeita harmonia, encontra-se o Acre, terra de
esperança. Habitada por um povo aguerrido, que lutou para fazer parte do
Brasil, o território cresce em conjunto com a floresta. Seja no campo ou na
cidade, os acreanos, com sua identidade única, constroem um futuro cada vez
mais próspero, mas sem esquecer do passado marcado por resistência e paixão
pelo país. Há 63 anos, o Acre conquistou seu reconhecimento oficial como Estado
e, desde então, segue em constante evolução, trilhando um caminho de
desenvolvimento e progresso, lado a lado com as demais regiões do Brasil.
No
dia 15 de junho de 1962, o então presidente João Goulart
sancionou a Lei nº 4.070, que reconhecia o Acre como um estado da
federação brasileira. Apesar disso, a história do povo acreano teve início
muitos anos antes e tornou-se um símbolo de luta e amor à nação do Brasil,
pois, em certos momentos, era território de outro país.
Rica
em seringueiras e com grande potencial na produção de borracha, a região do
Acre atraiu milhares de brasileiros no final do século XIX, especialmente
durante o ciclo da borracha. Movidos pela busca por trabalho e oportunidades,
esses migrantes passaram a ocupar o território que, à época, era boliviano. A
Bolívia, no entanto, enfrentava dificuldades para exercer controle sobre a
região, em razão da distância e do difícil acesso.
A
crescente presença de brasileiros e a insatisfação com a tentativa boliviana de
administrar o território culminaram na Revolução Acreana, uma série de revoltas
de seringueiros liderados por Plácido de Castro, com início no dia 6 de agosto
de 1902. O movimento foi decisivo para a negociação que resultou na
incorporação do Acre ao Brasil, consolidada com o Tratado de Petrópolis,
firmado em 17 de novembro de 1903.
Compromisso
com o futuro
Desde
sua emancipação política, o Acre tem se consolidado como uma região cada vez
mais atuante e relevante no cenário nacional. Atualmente sob a gestão do
governador Gladson Cameli, o estado vem registrando avanços significativos, que
reforçam seu legado de coragem e compromisso com o bem-estar das pessoas e com
o desenvolvimento sustentável. Com uma população estimada em 880.631
habitantes e uma área de 152.581 km², o Acre segue promovendo políticas
públicas que valorizam seu potencial.
“O dia
15 de junho é uma data de celebração e, principalmente, de muito
orgulho para todos nós. O povo acreano merece todos os aplausos possíveis, pois
tem garra e lutou com todas as forças para se tornar parte do Brasil. É uma
honra imensa poder colaborar com a evolução desse estado que tanto amo, porque,
além de tudo, também sou acreano. Comemorar mais um aniversário do Acre
enquanto governador não tem preço. Seguimos avançando e levando nosso legado
para o centro do mundo”, destacou o governador.
Com
esforço conjunto e o empenho de todos, os cidadãos acreanos conquistam cada vez
mais oportunidades e qualidade de vida. Os investimentos são feitos no
presente, para que o Estado consiga assegurar um futuro próspero e com
dignidade para as próximas gerações. Dessa forma, mantendo acesa a chama de
amor que os nativos nutrem pelo Acre.
Educação
para todos
A
educação é um direito fundamental, e cabe ao Estado garantir esse acesso por
meio de políticas públicas, investimentos em infraestrutura e valorização dos
profissionais. No Acre, o governo tem assumido esse compromisso com
responsabilidade, buscando ampliar cada vez mais o acesso da população a um
ensino público, gratuito e de qualidade.
Em
abril de 2025, mais de 52 mil candidatos participaram do maior concurso público
já realizado pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) do Acre. Ao
todo, foram ofertadas 3 mil vagas, sendo 2.500 para professores e 500 para
técnicos administrativos. O certame reforça o compromisso em ampliar o quadro
de profissionais da educação e garantir a presença de servidores efetivos em
todas as escolas da rede estadual.
A
oferta de ensino no Acre ultrapassa os limites da zona urbana e alcança também
as regiões mais isoladas do território. Com grande parte do território coberto
pela floresta amazônica, o estado ainda enfrenta desafios como a locomoção e a
distância entre comunidades, muitas delas acessíveis apenas por via fluvial ou
aérea. Mesmo diante dessas dificuldades, o governo tem intensificado os
esforços para garantir que a educação chegue a todos os acreanos,
independentemente da localização.
“Ter
acesso ao ensino é um direito que todo cidadão possui, e nosso trabalho é
pautado nisso. Não nos deixamos levar pelos desafios impostos pela natureza que
nos cerca e estamos, cada vez mais, empenhados em garantir educação ao nosso
povo, onde quer que ele esteja”, declarou Gladson Camelí.
Saúde
que avança
Na
área da saúde, os avanços são significativos, e a oferta de serviços ao usuário
do Sistema Único de Saúde cresce continuamente. Com tecnologia de ponta e uma
equipe de profissionais altamente capacitados, a parcela da população que
necessita de atendimento médico conta a cada dia com um serviço mais eficiente
e acessível.
O
Acre vem se destacando nacionalmente com a quantidade de transplantes colocados
em prática. Os procedimentos, que são feitos na Fundação Hospitalar Governador
Flaviano Melo (Fundhacre), transformam e restauram a qualidade de vida de
muitas pessoas. Já neste ano, o Estado realizou o primeiro transplante de
tecido ósseo da sua história e chegou à marca de 100 transplantes hepáticos,
batendo recordes no SUS.
O
programa Opera Acre, que integra o Saúde + Perto, vem se consolidando como uma
das principais políticas públicas de saúde do estado, ganhando cada vez mais
reconhecimento da população acreana. Em 2024, alcançou a expressiva marca de
mais de 14 mil cirurgias eletivas realizadas, demonstrando seu impacto direto
na melhoria do acesso aos procedimentos cirúrgicos. Para 2025, a expectativa é
superar esse número, reforçando o compromisso do governo em levar saúde para
todas as regiões do estado e interiorizar o atendimento, garantindo que
moradores de áreas mais distantes também tenham acesso aos serviços.
No
tratamento oncológico, o estado também avança, com a incorporação de novas
tecnologias em radioterapia. A chegada de equipamentos mais modernos tem
agilizado os processos terapêuticos, contribuindo para diagnósticos mais
precisos e intervenções mais eficazes. Essas inovações têm sido fundamentais
para melhorar a resposta dos pacientes ao tratamento e assegurar a retomada da
qualidade de vida.
“Nosso
compromisso é salvar vidas e oferecer um atendimento cada vez mais digno. Temos
mostrado que, com o empenho de todos, gestores, técnicos e o apoio da nossa
população, é possível alcançar ótimos resultados”, afirmou Camelí.
Vida
com dignidade
O
direito à vida é assegurado pela Constituição Federal, e no Acre, esse
princípio ganha força com ações que vão além do básico, garantindo dignidade à
população. Um dos fatores que contribuem para isso é o investimento constante
em segurança pública. O governo do Estado tem reforçado o trabalho das forças
de segurança com a aquisição de viaturas, equipamentos modernos e novas
ferramentas, beneficiando instituições como as polícias Civil, Militar, Penal e
o Instituto Socioeducativo. Esses investimentos resultam em maior eficiência no
combate às ilegalidades e no aumento da segurança da população.
Mas
a dignidade vai além da segurança. O governo tem apostado também na promoção do
lazer, da cultura e do esporte como instrumentos de transformação social.
Eventos de arte, festivais, atividades esportivas e revitalização de espaços
públicos estão entre as iniciativas que chegam tanto à capital quanto aos
municípios do interior. Essas ações ampliam as oportunidades de acesso ao
entretenimento.
Essa
integração entre segurança e bem-estar social fortalece a cidadania. Ao
investir em políticas públicas que alcançam diferentes áreas da vida cotidiana,
o Estado reafirma seu compromisso de garantir não apenas o direito à vida, mas
o direito de vivê-la com dignidade, respeito e oportunidades para todos.
Futuro
sustentável
Com
84% de sua cobertura vegetal preservada, o Acre adota um conjunto de medidas
voltadas à valorização da biodiversidade e à inclusão dos povos tradicionais na
construção de soluções sustentáveis. Entre as ações em destaque estão o
monitoramento de queimadas e desmatamentos, realizado pelo Centro Integrado de
Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), e o fortalecimento da
bioeconomia, que incentiva cadeias produtivas sustentáveis e valoriza o
conhecimento tradicional dos povos indígenas, seringueiros e ribeirinhos.
O
estado também tem investido na promoção do turismo sustentável, na educação
ambiental e na criação de políticas públicas estruturadas, como os planos
estaduais de enfrentamento às mudanças climáticas e de promoção da bioeconomia.
Esses programas visam tanto a mitigação dos impactos ambientais quanto a
criação de alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades locais.
Com
esse conjunto de ações, o Acre demonstra que é possível crescer de forma
sustentável, promovendo justiça social e assegurando que os recursos naturais
continuem sendo fonte de vida, renda e identidade. O objetivo é avançar ainda
mais, mas sem abrir mão da responsabilidade com o meio ambiente e com o futuro
da população.
O
governador ressaltou ainda que o desenvolvimento do Acre será guiado por
responsabilidade ambiental e respeito à floresta e às pessoas que dela
dependem. “Nossa missão é cuidar do que é nosso, pensando no hoje e no amanhã.
Proteger a floresta é garantir saúde, qualidade de vida e oportunidades para as
futuras gerações”, afirmou.
As 17hs Aniversário 63
Anos de Emancipação do Estado do Acre