Brasil
reduziu as taxas de transmissão do HIV de mãe para filho — a chamada
transmissão vertical — e de infecção em crianças nos dois últimos anos. Esses
resultados podem levar o país a obter, de forma inédita, a certificação
internacional de eliminação da transmissão vertical do HIV. Em 2023, a taxa de
transmissão vertical foi inferior a 2%, e a taxa de incidência de HIV em
crianças foi inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos.
Os
dados constam no relatório que foi entregue pelo ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), nesta terça-feira
(03/06), durante a abertura do XV Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (SBDST), XI Congresso Brasileiro de Aids e VI
Congresso Latino-Americano de IST/HIV/Aids, no Rio de Janeiro (RJ).
“Nunca
imaginei que chegaríamos a um momento como este, em que o Brasil entrega a
documentação para a certificação da eliminação da transmissão vertical do HIV.
Essa conquista é fruto do trabalho incansável de profissionais da saúde,
estados, municípios e da reconstrução do SUS, liderada hoje com firmeza pelo
presidente Lula e pela ministra Nísia Trindade”, ressaltou o ministro Alexandre
Padilha.
O
pedido de certificação é uma das entregas do programa Brasil Saudável.
A eliminação da transmissão vertical de HIV, sífilis, Hepatite B, doença de Chagas e HTLV está entre as metas de eliminação até
2030. O Brasil integra um grupo de países comprometidos, junto à Opas/OMS, com
a eliminação da transmissão vertical de infecções como problema de saúde
pública.
O
documento entregue simboliza os avanços do Brasil no controle da transmissão
vertical do HIV - transmitida de mãe para bebê durante a gestação, parto e/ou
amamentação. As ações e resultados são reflexo de políticas públicas eficazes,
construídas e desenvolvidas pelo governo federal, estaduais e municipais, em
parceria com a sociedade civil, trabalhadores da saúde, cientistas, sociedades
de classe e instituições envolvidas com a pauta.
O
Sistema Único de Saúde (SUS) oferta ampla cobertura de testagem e tratamento
universal, em conjunto com as demais medidas de cuidado e prevenção indicadas
nos protocolos clínicos.
Metas
alcançadas
Com
os investimentos e ações do Ministério da Saúde, a taxa
de mortalidade por aids no Brasil foi de 3,9 óbitos em 2023 - a
menor desde 2013. Além disso, em 2023 e 2024, o Brasil registrou mais de 95% de
cobertura de pelo menos uma consulta de pré-natal, de testagem de HIV em
gestantes durante o pré-natal e de tratamento de gestantes vivendo com HIV e/ou
aids.
Para
auxiliar estados e municípios, o Brasil fortaleceu estratégias de prevenção do
HIV, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que em 2025 atingiu o
marco de 184.619 usuários. Distribuída gratuitamente no SUS, é uma estratégia
essencial na prevenção da infecção pelo HIV, além de ser considerada pelo
Ministério da Saúde uma das principais iniciativas para a eliminação da doença
como problema de saúde pública até 2030.
Na
linha de cuidado materno-infantil para a prevenção da transmissão vertical e a
promoção da saúde de gestantes, o Ministério da Saúde expandiu a cobertura das
testagens, com a implementação e distribuição de testes
rápido do tipo duo HIV e sífilis, que detecta simultaneamente as
infecções. A recomendação prioritária é para a testagem de gestantes durante o
pré-natal.
Certificações
de estados e municípios
O
Brasil adaptou o processo internacional da Opas/OMS para certificação
subnacional da eliminação da transmissão vertical a estados e
municípios com 100 mil habitantes ou mais. Esta certificação que, além de HIV,
também contempla sífilis, hepatite B, doença de Chagas e, em breve, HTLV,
promove mobilização no território, com qualificação da vigilância e do processo
de trabalho para garantia da linha de cuidado materno-infantil e prevenção da
transmissão vertical.
Atualmente,
151 municípios e 7 estados alcançaram algum tipo de certificação ou selo. Ao
todo, são 228 certificações municipais vigentes, sendo 139 delas relacionadas à
transmissão vertical de HIV, além de 10 certificações para sete estados - São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Sergipe e Minas Gerais.
Para 2025, estão previstas certificações para cerca de 70 municípios e 10
estados. As mobilizações territoriais contribuem para alcançar metas a nível
nacional, como o da eliminação da transmissão vertical de HIV.
Fortalecimento
do Agora Tem Especialistas
Antes
do Congresso, ainda na capital fluminense, o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, visitou três instituições públicas de saúde que realizam atendimentos
especializados: o Centro de Inteligência em Saúde do Rio de Janeiro, o Rio
Imagem e o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer. O intuito é fortalecer
parcerias para o Agora
Tem Especialistas, lançado na sexta-feira (30/5).
“A
Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro já iniciou a implementação, com
toda força, do programa Agora Tem Especialistas. Estamos fazendo isso em todo o
Brasil. Hoje, tenho a alegria de estar aqui visitando estes serviços que
já contribuem muito para a redução do tempo de espera por atendimento. Com o
programa, vamos avançar ainda mais nessa parceria entre o Governo Federal e o
governo do estado”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.
Para
o ministro, o programa Agora Tem Especialistas é uma virada de chave no
enfrentamento das filas no SUS. “Estamos integrando dados, otimizando recursos
e articulando parcerias com redes públicas e privadas para garantir que nenhum
brasileiro espere além do necessário por uma consulta, exame ou cirurgia. Vimos
aqui na prática como o uso da tecnologia, a boa gestão e a cooperação entre
estados, municípios e União podem transformar o acesso à saúde especializada. É
assim que vamos garantir um SUS mais ágil, eficiente e humano para todos”,
garantiu.
Fonte _ Saúde.gov
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