Para
ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à
vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores,
o Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (9), a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e
outras Arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão
realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores,
instituições científicas e outros ministérios. O Acre registrou 146 casos
prováveis de dengue na primeira semana epidemiológica de 2025. No mesmo período
de 2024, foram registrados 672 casos.
Outra
resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika.
A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço da doença.
O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca
reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de
arboviroses. O documento apresenta orientações para elaboração de planos
regionalizados, estaduais e municipais, que levem em consideração os cenários
específicos do contexto epidemiológico e dos arranjos socioambientais,
incorporando experiências e iniciativas locais e regionais.
Ação
constante para controle das arboviroses
Desde
2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao
cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle
das arboviroses em todo o território nacional.
A
ampliação do uso de tecnologias de controle do vetor tem sido uma das
principais apostas do Ministério da Saúde. Entre as ações destacam-se:
- Expansão
do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades até 2025;
- Implantação
de insetos estéreis em aldeias indígenas;
- Borrifação
residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação de pessoas,
como creches, escolas e asilos;
- Estações
disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades
na primeira fase do projeto;
- Uso
de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a
disseminação do mosquito;
- No
Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações Disseminadoras
de Larvicidas (EDLs) na região do Sol Nascente, com expansão prevista para
outras áreas periféricas do país.
Ano
passado, para conter o aumento dos casos durante o período sazonal 2024/2025,
o Ministério da Saúde reservou investimento de R$ 1,5 bilhão em
uma estratégia que inclui uso dessas novas tecnologias, intensificação de
campanhas educativas e outras medidas estratégicas. A pasta também reforçou a
colaboração tripartite com governos estaduais e municipais.
Ainda
como parte das ações para conter os impactos das arboviroses, o Ministério da
Saúde realizou, em dezembro, o Dia D de Mobilização contra a Dengue, uma iniciativa
nacional que uniu Governo Federal, estados, municípios e a população no
controle da doença. A ação buscou conscientizar a sociedade sobre a importância
de medidas simples para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Nísia Trindade lançaram
o Plano de Ação 2024/2025 para reduzir os impactos
das arboviroses no Brasil. Desde setembro de 2024, estão em implementação seis
eixos de ação definidos pelo documento, elaborado em parceria com instituições
públicas, privadas e organizações sociais. As iniciativas incluem:
- Prevenção
e vigilância;
- Organização
da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e
tratamento;
- Mobilização
e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos do mosquito
transmissor estão dentro das residências;
- Recomposição
dos estoques de inseticidas no início da gestão, em 2023. Atualmente, 100% dos
estados estão abastecidos;
- Distribuição
de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e outras
arboviroses.
A
aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025 também
foi firmada, como estratégia complementar. Ainda não há doses disponíveis em
larga escala, pela limitação de produção do laboratório fabricante, sendo a
eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal. Até o momento, 5,5
milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.
O
Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos
criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a
Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar
possíveis criadouros.
Cenário
epidemiológico nacional
Em
2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil
óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério
da Saúde.
Até
a quarta-feira (8), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos
estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos
estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por
61,8% das ocorrências.
Fonte _ Saúde
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