O
aplicativo IUProst® versão 2.0, desenvolvido pela UFMG e
por instituições parceiras para apoiar e orientar homens que
apresentam incontinência urinária após a cirurgia de retirada da próstata –
denominada prostatectomia radical –, venceu o Prêmio Pelve de Ouro 2025,
categoria Inovação e tecnologia. A premiação é parte do Seminário
Internacional de Disfunções do Assoalho Pélvico (SIEDAP), único evento da
América Latina no campo da Enfermagem dedicado a abordar exclusivamente as
disfunções do assoalho pélvico. Nessa terceira edição, realizada no formato
híbrido de 26 a 29 de junho, foram abordadas essas disfunções nas
minorias sexuais e de gênero e populações vulneráveis.
O
prêmio reconhece enfermeiros que atuam em prol do crescimento e fortalecimento
da categoria na área de disfunções do assoalho pélvico (incontinências,
constipação, prolapsos de órgãos pélvicos) de forma a estimular a clínica e
a divulgação científica. São três indicados a cada categoria (Inovação e
tecnologia; Conexões “Sentindo na pelve” e Profissional
destaque). A categoria Inovação e tecnologia destaca pesquisas
científicas originais, implantações de serviços ou programas e produções de
soluções (instrumentos, aplicativos, produtos e materiais educativos).
A
professora e pesquisadora Luciana da Mata, coordenadora do IUProst®, destaca a
relevância da conquista do Prêmio Pelve de Ouro durante o seminário. “Esse
prêmio simboliza o avanço da enfermagem na inovação em saúde digital e reforça
a importância de tecnologias como o IUProst® na reabilitação pélvica baseada em
evidências”, diz a docente da Escola de Enfermagem da UFMG.
Desde
2022, o aplicativo vem consolidando seu pioneirismo na reabilitação da
continência urinária, com mais de 3 mil downloads e 1.300 usuários cadastrados
em quatro países. Perto de mil pacientes estão ativos na plataforma, que
já contabiliza mais de 140 mil exercícios realizados. Luciana explica que, em
sua fase atual, o projeto está concentrado na avaliação de usabilidade com o
público-alvo – o objetivo é compreender, sob a perspectiva dos
próprios usuários, a experiência de uso da tecnologia e sua aplicabilidade no
autocuidado e na prática clínica. “A premiação ressalta não apenas o alcance da
ferramenta, mas também seu potencial transformador no cenário da saúde
masculina”, enfatiza Luciana da Mata.
Experiência
de impacto
Além
de levar o prêmio principal, a equipe responsável pelo aplicativo foi finalista
na categoria Conexões – Vídeo mostra “Sentindo na pelve”, que reconhece casos
clínicos de sucesso na perspectiva integrada do profissional e do paciente. A
apresentação foi conduzida pela mestranda Marília Alves Hoffmann, do Programa
de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG, que compartilhou uma experiência
clínica impactante utilizando o IUProst®. O caso evidenciou os resultados
positivos obtidos na reabilitação de pacientes após prostatectomia, destacando
o papel ativo do paciente no autocuidado e o fortalecimento da relação terapêutica.
“A indicação como finalista nessa categoria reforça a aplicabilidade prática da
tecnologia e sua contribuição efetiva para um cuidado mais humano,
individualizado e baseado em evidências”, diz Marília.
Durante
o evento, a professora Luciana ministrou o curso pré-simpósio Hands on:
tratamento conservador da incontinência urinária relacionada a alterações
prostáticas.
Exercícios,
informações e relatos de casos
Segundo
a professora Luciana da Mata, o objetivo do aplicativo – desenvolvido por
enfermeiros e alunos da Escola de Enfermagem da UFMG, da Universidade Federal
de São João del Rei (UFSJ), da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e
especialistas de desenvolvimento de softwares em saúde do Instituto de
Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG) – é promover a melhoria da
qualidade de vida e facilitar o acesso a informações para a promoção do
autocuidado. “O aplicativo possibilita realizar exercícios da musculatura
pélvica, manter-se informado sobre a cirurgia, assistir a relatos de homens que
passaram com sucesso pelo tratamento, assistir a vídeos explicativos sobre como
fazer os exercícios corretamente e reconhecer hábitos de vida saudáveis que
auxiliam no controle da IU”, explica a professora da UFMG.
Fonte _ Cofen
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