Bebê
sofreu queimaduras de 2º e 3º graus durante banho em maternidade no Acre,
confirma Saúde
Secretário
Pedro Pascoal disse que a equipe do Hospital João XXIII, onde Aurora está
internada, confirma lesões por queimaduras e não por epidermólise bolhosa,
doença apontada inicialmente. Criança segue se recuperando bem.
As
lesões que surgiram nos pés e nas pernas da bebê Aurora Maria Oliveira
Mesquita foram causadas pela água quente utilizada durante banho no
Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do
Sul, interior do Acre, após o nascimento no dia 21 de junho. A criança
sofreu queimaduras de 2º e 3º graus.
A
informação foi confirmada pelo secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal,
ao g1.
A
declaração do secretário é baseada no boletim diário da bebê repassado pelas
equipes da Unidade de Pronto Atendimento (UTI) do Hospital João XXIII,
em Belo
Horizonte (MG), onde ela está internada, que aponta que as lesões são
queimaduras e não epidermólise bolhosa, doença levantada pela equipe médica do
Acre inicialmente.
"As
características da evolução do quadro levam a concluir que realmente foi
queimadura. [Ela] sofreu queimaduras de 2º e 3º graus", confirmou Pascoal.
A
família da bebê desde o início apontou que as lesões foram causadas pela água
quente usada durante o banho. Inclusive, Marcos Silva Oliveira, pai da
menina, registrou um boletim de ocorrência contra o hospital.
A Polícia
Civil instaurou um inquérito, ouviu servidores da unidade de saúde e a
técnica de enfermagem que deu banho na criança foi afastada do cargo.
Testemunhas confirmaram que a temperatura da água estava elevada.
A
Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) instaurou um Procedimento Administrativo
Disciplinar (PAD) para apurar a conduta da servidora.
O
Ministério Público do Acre (MP-AC) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren)
também investigam o caso. O Instituto de Genética do Norte (IGENN), em Rio Branco,
coletou o material para biópsia e enviou para São Paulo para averiguar a
suspeita de epidermólise bolhosa.
Ainda
conforme o secretário, a possibilidade de a menina ter a doença é
mínima. O resultado do exame deve sair entre 30 dias a 45 dias. "Essa
assistência [à família] não vai parar, ajuda de custo, temos apoio lá.
Inclusive, estou tendo contato com o secretário de Saúde de Minas Gerais",
destacou.
Ao
saber que a filha não tem a doença, Marcos Oliveira disse que a família foi
desacreditada .
"Todo
mundo duvidou da gente. Só quem acreditou foi a família mesmo. Fui chamado até
de leigo pelo médico lá de Cruzeiro [do Sul]. Coloquei foi a mão dele, da
diretora e da pediatra na água pra ver se não queimava. Mas, todo mundo duvidou
da gente querendo colocar uma doença na minha filha que não tem nada a
ver", lamentou.
Marcos
destacou que a família segue concentrada na recuperação da bebê, que foi
extubada na última quarta-feira (2) e já respira sem a ajuda de
aparelhos.
"Como
pai, eu sabia. Só eu e minha esposa sabíamos o que estava passando naquela sala
[na maternidade]. Não desejo o que passamos pra ninguém. Nossa filha passou 39
minutos sem vida, Deus a trouxe de volta", disse.
Servidora
deve ser demitida
Com
a confirmação de que os ferimentos foram causados pela água, o secretário
explicou que a profissional deve ser demitida ao final do Procedimento
Administrativo Disciplinar (PAD). "Ela é concursada do Igesac [Instituto
de Gestão da Saúde do Acre], que é menos burocrático, é celetista",
complementou.
O
secretário disse que se reuniu com a equipe da maternidade de Cruzeiro do Sul e
as equipes do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) seguem na cidade instruindo
os gestores para que a situação não se repita.
"Vamos
implantar o Núcleo de Segurança do Paciente na maternidade do Juruá. Estamos
implementando protocolos operacionais para cada situação específica",
concluiu.
Melhoras
No
dia 27 do mês passado, os médicos de Belo Horizonte começaram a retirar a
sedação de Aurora, contudo, ela teve
uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimada
pela equipe médica.
Marcos
Silva Oliveira, contou ao g1 que, com a retirada dos
aparelhos, na última quarta-feira (2) ele
e a esposa foram autorizados a pegar a filha no colo novamente após vários dias
de espera.
"Tem
coisa melhor não, depois de tudo o que a gente passou e o que aconteceu. A mãe
dela passou um longo tempo com ela nos braços hoje ", disse o pai.
Marcos
disse ainda que, nessa quinta-feira (3), foram feitos curativos na bebê, mas
que só vão abrir novamente na segunda (7) para avaliar se será necessário que
Aurora passe por alguma cirurgia. "Até o momento ela está reagindo bem,
graças a Deus!" celebrou o pai.
Fonte _ G1 Acre
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