Diante
do aumento expressivo dos casos de sarampo nas Américas, o Ministério da Saúde
começou a intensificar a vacinação em
cidades brasileiras localizadas na fronteira com países vizinhos, como a
Bolívia, que atualmente enfrenta um surto da doença. Como parte dessa
estratégia, o Acre é o primeiro estado a realizar o Dia D
de vacinação, nesta terça-feira (15), com o objetivo de prevenir a reintrodução
do sarampo no Brasil.
Dos
22 municípios acreanos, sete fazem fronteira com a Bolívia: Acrelândia, Assis
Brasil, Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Xapuri. A
vacinação contra o sarampo está ativa em todo o país, com todos os estados
abastecidos com a vacina tríplice viral. Somente em 2025, mais de 12 milhões de
doses já foram distribuídas, e 2,4 milhões aplicadas até o momento.
A
mobilização no Acre conta com o apoio das gestões estadual e municipais e é
conduzida por três frentes principais. A primeira é a intensificação
da vacinação com a tríplice viral, a vacinação de pessoas não vacinadas ou com
esquema incompleto, o reforço entre adolescentes e jovens, e a atualização
vacinal de brasileiros que estudam na Bolívia e retornam ao Brasil durante as
férias.
A segunda
estratégia consiste na aplicação de uma dose extra da vacina dupla
viral, destinada a crianças de 6 a 11 meses e 29 dias de idade. Essa medida
oferece proteção precoce e temporária em locais com grande circulação de
pessoas, como as cidades de fronteira. A dose adicional não substitui as
vacinas de rotina aplicadas aos 12 e 15 meses, conforme define o calendário de
vacinação infantil.
Além
da vacinação, o Ministério da Saúde e o estado promovem seminários sobre
sarampo focados na prevenção e na resposta rápida a casos. Realizados nesta
terça e quarta-feira (15 e 16 de julho) em Rio Branco e Brasiléia, os eventos
reúnem profissionais de saúde, autoridades locais e representantes da pasta
para capacitar a rede local no manejo clínico de casos suspeitos, vacinação,
vigilância nas fronteiras e diagnósticos laboratoriais. Também discutem ações
integradas com a Bolívia e o uso de tecnologias para a detecção precoce de
casos e rumores.
Além
do Acre, a intensificação da vacinação foi recomendada para municípios de
outros estados fronteiriços, que terão um Dia D de vacinação contra a doença em
26 de julho: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Brasil
livre do sarampo
Em
2024, o Brasil recebeu a recertificação de país livre do sarampo, resultado do
fortalecimento da vigilância e da retomada da vacinação. Em 2016, o país já
havia alcançado esse status; no entanto, em 2018, as baixas coberturas vacinais
permitiram a reintrodução do vírus no país. No último ano, a cobertura da
vacina tríplice viral ultrapassou a meta nacional de 95%.
Para
reverter a queda na cobertura, o Ministério da Saúde investiu na vacinação nas
fronteiras e em locais de difícil acesso, além da busca ativa de casos
suspeitos, realização do Dia S de mobilização para detecção de casos suspeitos
de sarampo, oficinas de resposta rápida frente a esses casos e webinários sobre
manejo clínico do sarampo.
Em
2025, como apoio à contenção do surto na Bolívia, o Ministério da Saúde
disponibilizou 600 mil doses da vacina contra o sarampo para doação. As vacinas
oferecem proteção contra o sarampo, reforçando o compromisso do país com a
cooperação internacional em saúde e o enfrentamento das doenças
imunopreveníveis na região.
Cenário
epidemiológico
Neste
ano, o Brasil teve cinco casos isolados registrados, nos estados do Rio de
Janeiro (2), São Paulo (1), Rio Grande do Sul (1) e no Distrito Federal (1).
Esses casos, por serem importados e isolados, não comprometem a recertificação.
A vacinação é segura e eficaz contra o sarampo. Aderir é a principal forma de
evitar a reintrodução do vírus no país.
Até
5 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 108 mil casos
confirmados de sarampo no mundo. Na região das Américas, a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) confirmou 7.132 casos, com 13 mortes. Os números
incluem 34 na Argentina, 34 em Belize, 60 na Bolívia, 5 casos isolados no
Brasil, 3.170 no Canadá (com um óbito), 1 na Costa Rica, 1.227 nos Estados
Unidos (com três mortes), 2.597 no México (com nove mortes) e 4 no Peru.
Fonte _ Saúde.gov
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