Divulgado nesta quinta-feira (18/9), o Boletim InfoGripe da Fiocruz destaca que a retomada do crescimento das hospitalizações por influenza A tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG entre jovens, adultos e idosos no Distrito Federal e Goiás. No cenário nacional, os casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apontam sinal de estabilidade ou oscilação nas últimas seis semanas e de aumento nas últimas três semanas. O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 7 a 13 de setembro.
A
pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo
Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, ressaltou que um dos pontos de atenção do
levantamento é a retomada do crescimento dos casos de SRAG pelo vírus da
influenza A em algumas regiões do Centro-Oeste. “Já observamos uma consolidação
desse movimento em Goiás e no Distrito Federal”.
Diante
desse cenário, Portella reforçou a necessidade de manter as medidas de
prevenção. “A principal forma de prevenção contra os casos graves e óbitos,
tanto pelos vírus da influenza quanto pela Covid-19, é a vacinação. Portanto,
reforçamos mais uma vez a necessidade de que as pessoas dos grupos prioritários
estejam em dia com suas vacinas”.
Ela
também orientou sobre medidas de cuidado em situações de sintomas gripais.
“Mantemos as recomendações de sempre, como isolamento ou uso de máscara em caso
de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado e uso de máscara dentro dos
postos de saúde. Para as pessoas que estão em regiões com crescimento dos casos
de SRAG em níveis mais elevados, é importante também usar máscara em locais
fechados e com maior aglomeração de pessoas”, concluiu.
Covid-19
A
Covid-19 tem impulsionado o crescimento dos casos de SRAG, especialmente entre
os idosos no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. Ainda se
nota um leve crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em alguns outros
estados do Centro-Sul (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande
do Sul), Nordeste (Bahia, Piauí e Paraíba) e no Pará, embora ainda sem causar
um aumento nas hospitalizações por SRAG nesses estados.
Estados
Segundo
a pesquisa, 8 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em
nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com sinal de
crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37:
Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio
de Janeiro e Rondônia.
O
rinovírus tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG nessas regiões,
especialmente nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, porém com sinal de
interrupção do crescimento no Distrito Federal. No Amazonas, observa-se uma
desaceleração do crescimento dos casos de SRAG por VSR nas crianças de até dois
anos.
Capitais
Observa-se
que cinco das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta,
risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na
tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37: Brasília (DF),
Florianópolis (SC), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
Prevalência
Nas
quatro últimas semanas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,2% de
influenza A, 1,7% de influenza B, 17,7% de vírus sincicial respiratório, 47,3%
de rinovírus e 17,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença
destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 21%
de influenza A, 1,2% de influenza B, 8,6% de vírus sincicial respiratório,
28,8% de rinovírus e 42,8% de Sars-CoV-2.
Referente
ao ano epidemiológico de 2025, já foram notificados 176.451 casos de SRAG,
sendo 93.788 (53,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 62.192 (35,2%) negativos, e ao menos 8.995 (5,1%) aguardando
resultado laboratorial.
Óbitos
Referente
aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.577 óbitos de SRAG, sendo
5.555 (52,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 4.058 (38,4%) negativos e ao menos 176 (1,7%) aguardando
resultado laboratorial. Dentre os óbitos deste ano, observou-se 52% de
influenza A, 1,8% de influenza B, 12% de vírus sincicial respiratório, 13,6% de
rinovírus e 21,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas
epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 21% de
influenza A, 1,2% de influenza B, 8,6% de vírus sincicial respiratório, 28,8%
de rinovírus, e 42,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Fonte _ FioCruz
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