O Conselho Federal de Enfermagem aderiu à campanha internacional contra fake news sobre o novo coronavírus, lançada hoje (13/5) no Brasil pela Avaaz. “Espalhar desinformação e boicotar as diretrizes das autoridades sanitárias coloca em risco toda a população. Na luta contra o novo coronavírus, precisamos nos guiar por evidências. É chegada a hora de os gestores de redes sociais repensarem estratégias e priorizarem a Saúde, acima da audiência. Não é um jogo, cada vida é única”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.
Mitos e informações falsas sobre a COVID-19 já motivaram ataques a profissionais de Enfermagem no Brasil, além de incentivar comportamentos que podem facilitar a transmissão do novo coronavírus, sobrecarregando ainda mais os hospitais e quem trabalha neles. Observatório criado pelo Cofen já registra mais de 13 mil afastamentos e 98 mortes associadas à doença.
A carta conclama que plataformas de redes sociais — incluindo Facebook, Twitter e YouTube — adotem medidas enérgicas para solucionar o problema de fakes news associadas ao COVID-19, incluindo curas falsas, teorias conspiratórias e outras notícias que incentivam os cidadãos a ignorarem as recomendações oficiais de Saúde, contribuindo para disseminar o novo coronavírus. A primeira medida exigida na carta se refere à correção das informações comprovadamente falsas, por meio da notificação de cada usuário que viu ou interagiu com desinformação sobre Saúde. A segunda medida se refere a mudança no algoritmo que determina o conteúdo que os usuários vão ver e que, atualmente, favorecem que pessoas propensas a interagirem e compartilharem fake news sejam expostas, de forma desproporcional, a estes conteúdos, alimentando um ciclo vicioso.
A campanha global foi lançada neste mês, no New York Times, e chega hoje oficialmente ao Brasil, com adesão do Cofen e entidades como o Instituto Questão Ciência e a Sociedade Brasileira de Imunizações.
73% dos brasileiros acreditam em notícias falsas sobre coronavírus, revela pesquisa da Avaaz. Exibir correções aos que foram expostos a fake news nas redes sociais funciona. Um estudo da George Washington University e da Ohio State University mostra que entregar correções emitidas por verificadores de fatos independentes a usuários das redes sociais que viram uma informação falsa ou enganosa pode reduzir a crença na desinformação quase pela metade.
Recentemente, as plataformas de redes sociais começaram a responder à infodemia de Covid-19. O Facebook anunciou que passaria a enviar alertas genéricos a todos os usuários que interagissem com desinformação perigosa em sua plataforma. O YouTube anunciou que está expandindoo uso de painéis de verificação de fato para resultados de buscas nos EUA. No entanto, essas medidas não são capazes de atender às demandas dos médicos e às melhores práticas no combate à desinformação online porque nem o Facebook nem o YouTube estão fornecendo aos seus usuários correções que desmascarem diretamente a desinformação com a qual eles interagiram na plataforma.
Fonte_COFEN
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