Imuniza SUS

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Imunização do público-alvo para vacinação infantil

 


A campanha de vacinação infantil brasileira contra a covid-19 conseguiu atingir 4,3 milhões de crianças até agora.

Isso significa que o Brasil imunizou apenas 20% do público-alvo — jovens de 5 a 11 anos — um mês após o início da aplicação do imunizante em crianças. O Ministério da Saúde almeja vacinar 20 milhões deste público.

Os dados são do próprio Ministério. Segundo a pasta, já foram distribuídas mais de 17,7 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus para imunizar o público infantil.

Até agora, apenas as vacinas da Pfizer e a CoronaVac — produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac — podem ser aplicadas nas crianças brasileiras.

O uso do imunizante da Pfizer nos menores já estava autorizado pela Agência Nacional Vigilância Sanitária - ANVISA desde 16 de dezembro do ano passado. O Governo Federal, no entanto, resistiu em incluir o público pediátrico na campanha de vacinação contra o novo coronavírus. A pasta da Saúde chegou a realizar uma audiência e consulta pública — que indicava a recomendação de que seja exigida uma prescrição médica para vacinar a criança — para debater o tema, atrasando o início da vacinação. Ambas as medidas foram amplamente contestadas por especialistas e pelos próprios técnicos da ANVISA.

Mesmo com os adiamentos por parte do governo, a vacinação contra o coronavírus nas crianças teve seu pontapé inicial no dia 14 de janeiro. O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança a ser imunizada contra a covid-19 no país. Um mês depois, os resultados da campanha vacinal, no entanto, não saíram conforme o esperado.

A professora Anamélia Lorenzetti Bocca, coordenadora do Laboratório de Imunologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), explica que a baixa adesão das crianças nas campanhas de vacinação está ocorrendo para todas as vacinas. “Com a redução nos casos de doenças infecciosas pelos vírus, os pais estão negligenciando a vacinação dos filhos. No caso específico da covid-19 temos um ponto a mais, que é a insegurança dos pais quanto a segurança das vacinas aprovadas pela Anvisa”, avalia.

Lorenzetti comenta que, neste momento, estamos vendo casos mais graves em idosos com comorbidades, idosos não vacinados e crianças. “Isto mostra que o vírus é capaz de infectar as crianças. No entanto, por se tratar de plataformas vacinais novas, que não estamos acostumados às vacinas disponíveis pelo SUS, muitos pais estão com receio. Muitos não estão cientes dos benefícios”, disse.

Por isso, a especialista destaca que é imprescindível uma campanha consolidada de incetivo à vacinação para “cobrir esta lacuna”. “As campanhas são fundamentais para conscientizar as pessoas dos benefícios. Neste governo ainda não houve campanhas consistentes para nenhuma vacina. Para a covid-19, seria fundamental uma campanha mais explicativa dos benefícios da vacina, como elas funcionam e os resultados que estamos vendo na hospitalização dos vacinados x não vacinados”, detalha a professora.

Fonte_COFEN

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