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terça-feira, 5 de maio de 2020

COFEN identifica agressores de enfermeiras e representa no Ministério Público


O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) apresentou hoje (5/5) representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e comunicação criminal na 5ª Delegacia de Polícia de Brasília sobre o ataque a profissionais de Enfermagem ocorridas na Praça dos Três Poderes, durante ato pacífico e silencioso de protesto realizado no 1º de Maio. Os agressores foram identificados pelo Cofen, em documentação encaminhada às autoridades. O caso já está sendo acompanhado pelo Ministério Público Federal.
Com máscaras cirúrgicas e jalecos, mantendo distância entre si, as profissionais de Enfermagem carregavam cruzes em memória dos colegas que morreram combatendo a pandemia de COVID-19, quando foram abordadas por um pequeno grupo que iniciou as agressões verbais e intimidação física. Organizado pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal, o ato defendia o isolamento social, preconizado pelo Organização Mundial de Saúde (OMS) e entidades científicas de todo o mundo.
Agressores identificados – Um homem vestido de verde e amarelo, identificado como o R.S.S, começou a filmar as profissionais e a gritar tentando impedir o ato. Na imagens, ele insulta uma enfermeira e chega a tentar segura-la, sendo impedido por terceiros. Continua a gritar, de forma intimidadora, diversos impropérios, que podem ser ouvidos na gravação, como “Vocês não vão destruir a nação”; “analfabetos funcionais”; esquerdopatas”; “nós vamos varrer os comunistas desta Nação”. Ele foi identificado pela imprensa como funcionário terceirizado do Ministério de Direitos Humanos.
Uma senhora, identificada como a empresária M.C.O, xinga e diminui as profissionais, chegando a proferir, em tom visivelmente exaltado, frases como: “Quando a gente sente o cheiro de quem não passou perfume a gente entende o tipo de pessoa que você é”.
Um terceiro senhor, identificado como o empresário G.G.M.A, gravou um vídeo com uma suposta moradora de rua, dizendo que ela teria recebido um jaleco para participar da manifestação se passando por médica, tudo isso com o intuito de diminuir a manifestação das enfermeiras. A gravação falsa chegou a ser divulgada em redes sociais.
Ataque a toda Enfermagem – “Estes senhores ridicularizaram, diminuíram, agrediram profissionais que em todos os países do mundo são aplaudidos como heróis, causando uma indignação à nível nacional, conforme documentos anexos, devendo os denunciados responderem por crime de injúria, conforme previsão no artigo 140, do Código Penal, sendo que em face do Senhor Renan da silva Sena, o crime foi de injúria real”, afirma a Procuradoria do Cofen, que anexou vídeos e documentos comprobatórios. “Não se trata de ofensas dirigidas a um grupo ou mesmo a um profissional específico, mas, muito mais, trata-se de ofensas dirigidas a toda uma classe, com o dolo [intenção] específico de desqualificar”.
“Não permitiremos que o ódio irracional e a violência gratuita intimidem aqueles que, enfrentando seus próprios receios, se colocam na linha de frente do enfrentamento à pandemia de COVID-19. Não há espaço, na Democracia, para este tipo de ataque. A ciência e o espírito de solidariedade social prevalecerão”, afirma o presidente Manoel Neri.
Fonte_COFEN

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