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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

HPV pode causar 6 tipos de câncer: vacina é a forma mais segura e eficaz de proteção



Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são provocados pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe. A vacina contra o HPV é a única forma de prevenir essas doenças e já se mostrou altamente segura e efetiva nos últimos 16 anos. O tema foi abordado na quarta (9) durante o workshop Emerging Infectious Diseases: Biology, Prevention and Treatment, sediado no Instituto Butantan e promovido pelo International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology (ICGEB).

O câncer de colo de útero mata mais de 300 mil mulheres por ano no mundo, sendo 80% em países de baixa e média renda, segundo a pesquisadora do Centro de Investigação Translacional em Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Luisa Villa, que apresentou o assunto. Os números são alarmantes, especialmente considerando que existe uma forma eficaz de prevenção. 

A vacina contra o HPV foi desenvolvida em 2006, na Austrália, e integra os programas de imunização de mais de 50 países. No Brasil, a vacina é produzida no Butantan em parceria com a MSD e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014 para meninas e meninos de 9 a 14 anos – idade em que a imunização é mais eficaz.

Mesmo assim, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas 57% e, nos meninos, a adesão não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a doença é uma cobertura de 90%. O principal motivo da baixa imunização é a desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e segurança da vacina, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de vacinação.

“A vacina contra HPV está no mercado há mais de 15 anos e já se provou segura, imunogênica e capaz de reduzir a incidência da doença, podendo ser administrada com segurança inclusive em indivíduos imunossuprimidos”, ressaltou Luisa.

 

Comprovação Científica

Um estudo recente de vida real conduzido na Suécia e publicado no The New England Journal of Medicine acompanhou durante dez anos mais de 1 milhão de mulheres vacinadas e não vacinadas contra o HPV, com idades entre 10 e 30 anos. Os resultados mostraram que, entre as meninas e mulheres que não tinham tomado o imunizante, foram registrados 538 casos de câncer de colo de útero, enquanto apenas 19 casos ocorreram naquelas que foram imunizadas.

“Isso é um estudo de mundo real que comprova que a vacina contra o HPV é efetiva para prevenir o câncer. É algo que está acontecendo não só na Suécia, mas em diversos outros países”, reforçou a pesquisadora durante o evento.

Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são provocados pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe. A vacina contra o HPV é a única forma de prevenir essas doenças e já se mostrou altamente segura e efetiva nos últimos 16 anos. O tema foi abordado na quarta (9) durante o workshop Emerging Infectious Diseases: Biology, Prevention and Treatment, sediado no Instituto Butantan e promovido pelo International Centre for Genetic Engineering and Biotechnology (ICGEB).

O câncer de colo de útero mata mais de 300 mil mulheres por ano no mundo, sendo 80% em países de baixa e média renda, segundo a pesquisadora do Centro de Investigação Translacional em Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Luisa Villa, que apresentou o assunto. Os números são alarmantes, especialmente considerando que existe uma forma eficaz de prevenção. 

A vacina contra o HPV foi desenvolvida em 2006, na Austrália, e integra os programas de imunização de mais de 50 países. No Brasil, a vacina é produzida no Butantan em parceria com a MSD e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014 para meninas e meninos de 9 a 14 anos – idade em que a imunização é mais eficaz.

Mesmo assim, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas 57% e, nos meninos, a adesão não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a doença é uma cobertura de 90%. O principal motivo da baixa imunização é a desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e segurança da vacina, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de vacinação.

“A vacina contra HPV está no mercado há mais de 15 anos e já se provou segura, imunogênica e capaz de reduzir a incidência da doença, podendo ser administrada com segurança inclusive em indivíduos imunossuprimidos”, ressaltou Luisa.

 

Comprovação Científica

Um estudo recente de vida real conduzido na Suécia e publicado no The New England Journal of Medicine acompanhou durante dez anos mais de 1 milhão de mulheres vacinadas e não vacinadas contra o HPV, com idades entre 10 e 30 anos. Os resultados mostraram que, entre as meninas e mulheres que não tinham tomado o imunizante, foram registrados 538 casos de câncer de colo de útero, enquanto apenas 19 casos ocorreram naquelas que foram imunizadas.

“Isso é um estudo de mundo real que comprova que a vacina contra o HPV é efetiva para prevenir o câncer. É algo que está acontecendo não só na Suécia, mas em diversos outros países”, reforçou a pesquisadora durante o evento.

HPV não é transmitido apenas pelo contato sexual

Um dos grandes estigmas que cercam o HPV é a questão sexual. A pesquisadora Luisa Villa explica que a via sexual é a principal forma de transmissão do vírus, mas não é a única: ele é transmitido por meio do contato direto com qualquer região da pele ou mucosa infectada. Além disso, no caso do contato sexual, não é preciso haver penetração: a transmissão também se dá pelo contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital.

“Se você tiver um único parceiro, você também pode ser infectado – isso não é exclusividade de quem tem múltiplos parceiros. A transmissão pode ocorrer desde o início da atividade sexual e também de formas indiretas”, afirmou a cientista.

A principal característica do câncer causado por HPV é que ele demora muitos anos para se desenvolver e depende de uma infecção viral persistente. Estima-se que mais de 600 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas pelo vírus, mas uma pequena porcentagem desenvolve câncer. Isso porque existem mais de 150 tipos de HPV, sendo a maioria inofensiva, e 13 são considerados de alto risco.


 

O fim do câncer de colo de útero

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem a meta de eliminar o câncer de colo de útero. Para isso, até 2030, o objetivo é que todos os países tenham 90% das meninas até 15 anos totalmente vacinadas contra o HPV; 70% das mulheres rastreadas com um teste de alta performance ao 35 anos e, novamente, aos 45 anos; e que 90% das mulheres diagnosticadas estejam em tratamento.

“O câncer de colo de útero será, provavelmente, o primeiro câncer a ser eliminado do mundo. Mas para alcançar esses objetivos, é preciso vacinar a maior parte da população alvo e continuar testando e tratando as pessoas que já desenvolveram a doença. É preciso educar a população sobre os riscos e sobre a importância da imunização.”

Fonte_BUTANTAN

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