O ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, nesta sexta-feira (27/6),
o lançamento do Super Centro para Diagnóstico do Câncer que, com uso
de tecnologia de ponta, vai reduzir de 25 para cinco dias o resultado do
parecer médico para os pacientes do Sistema Único de
Saúde (SUS). Iniciativa do Agora Tem Especialistas – que tem a
oncologia como uma de suas áreas prioritárias -, o novo centro inicia as
operações em julho em uma rede nacional integrada com foco em telemedicina
e capacidade para realizar até 1 mil laudos por dia e 400 mil por ano. Isso
representa um salto na eficiência do diagnóstico na rede pública.
Para
isso, a nova estrutura conta com o uso
de telepatologia, telelaudos e teleconsultoria, que, juntos, vão
otimizar a jornada do paciente. “Um dos grandes gargalos para reduzir o
tempo de espera no tratamento do câncer no Brasil é o diagnóstico. Às vezes, a
pessoa demora para fazer uma biópsia. Quando faz a biópsia, demora muito tempo
para ter o laudo feito pelo patologista. Vamos contar com toda a experiência do
A.C Camargo, que é o maior hospital exclusivo para câncer no Brasil, um dos
primeiros a ser reconhecidos pelo Centro Internacional de
Câncer”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O Super
Centro poderá realizar mais da metade dos exames necessários para o
diagnóstico de câncer no Brasil, que registra 705 mil novos casos de
câncer por ano. Com as participações do Instituto Nacional do Câncer
(Inca) e do A.C.Camargo Cancer Center, ambos referência no
tratamento oncológico, a nova estrutura ampliará, no SUS, a
capacidade diagnóstica em anatomia patológica. Isso será viabilizado pela
qualificação de laboratórios, apoio à decisão clínica e diagnóstica e
uso da telepatologia como estratégia do Agora Tem
Especialistas para reduzir o tempo de espera por atendimento,
acelerar o início do tratamento e promover equidade no diagnóstico.
“Os
dados mostram que a teleconsultoria pode reduzir em até 70% as filas por
atendimento cardiológico. O INCOR (Instituto do Coração) já tem feito esse
trabalho: médicos especialistas atendendo a distância, resolvendo casos sem
precisar de uma consulta presencial. Isso desafoga as filas, leva cuidado
rápido para quem está esperando e otimiza o uso dos especialistas disponíveis
no país”, destacou o ministro da Saúde.
Segundo
Padilha, o programa Agora Tem Especialistas vai direcionar cerca de R$ 126
milhões para o Super Centro Brasil de Diagnóstico para
o Câncer. “Vamos fazer a maior mobilização nacional da estrutura
pública e privada nos centros de excelência para reduzir o tempo de espera”,
disse.
Diagnósticos
com alto grau de precisão
O ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, está na
capital paulista para acompanhar a simulação de um
diagnóstico
por telepatologia no A.C.Camargo Cancer Center, que
passou a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do
Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Um dos principais diferenciais da
instituição é sua expertise em patologia digital, que possibilita
diagnósticos com alto grau de precisão em tumores simples e complexos.
Esse
procedimento digitaliza lâminas histológicas, que permite armazenar, analisar e
compartilhar amostras com profissionais em qualquer local do país. Assim,
contribui para garantir mais agilidade e segurança, além de reduzir
desigualdades regionais no acesso ao diagnóstico.
A
patologia é fundamental na definição do tratamento mais eficaz para cada
paciente. Com diagnósticos mais rápidos e assertivos, a expectativa é reduzir o
tempo entre o primeiro exame e o início da terapia, aumentando as chances de
sucesso.
O
caminho para o diagnóstico
O
programa Agora Tem Especialistas busca a consolidação do cuidado oncológico no
SUS como a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer
do mundo. Para isso, os serviços especializados em oncologia do SUS poderão
estar conectados ao Super Centro de Diagnóstico, que conta com apoio técnico do
Inca.
O
Sistema Único de Saúde continua responsável pelos procedimentos de coleta de
material para biópsia. A partir daí, as amostras seguem dois caminhos possíveis
até o diagnóstico: logística por
transporte especializado ou digitalizado e
transmitido remotamente ao A.C.Camargo Cancer Center pelos
hospitais da rede pública.
Ao
receber o material, o A.C. Camargo vai conduzir o processamento
e a análise de biópsias oncológicas de todo o país, com emissão de laudos
digitais em até cinco dias, uma redução significativa em relação aos 25 dias
atualmente praticados no SUS.
Além
do diagnóstico feito por patologistas responsáveis pela análise das imagens com
alto grau de precisão, o hospital ofertará telelaudo para conferência
diagnóstica ao vivo e, ainda, uma segunda opinião, que poderá ser solicitada
para confirmação do diagnóstico, esclarecimento de dúvidas e apoio na decisão
terapêutica.
Os
resultados serão, então, encaminhados aos hospitais do SUS, garantindo a
continuidade do atendimento.
Capacitação
de profissionais do SUS
Para
viabilizar o processo em todo o território nacional,
o A.C.Camargo ofertará oito scanners de lâminas histológicas para
laboratórios de patologia do SUS. O objetivo é garantir o envio seguro das
imagens e diagnóstico em tempo oportuno, além da qualificação permanente dos
fluxos laboratoriais. O hospital também vai capacitar profissionais de 20
laboratórios de patologia localizados em diferentes regiões do país.
Expansão
do tratamento em oncologia
Para
ampliar a rede de cuidado oncológico do SUS - que é uma das prioridades do
Agora Tem Especialistas -, o ministro também anunciou, na capital paulista, o
repasse de R$ 8,2 milhões ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
para a compra de um acelerador linear. Esse equipamento é fundamental para o
tratamento da doença.
A
meta do programa é garantir 121 novos aceleradores até 2026, sendo que nove já
foram entregues neste ano em: Santa Maria (RS), Jacareí (SP), Porto Alegre
(RS), Marília (SP), Bauru (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP),
Teresina (PI) e Piracicaba (S).
Lançado
nesta semana, o Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (Persus II), outra iniciativa do Agora Tem Especialistas,
vai contar com R$ 400 milhões para substituir aceleradores lineares obsoletos e
estruturar estabelecimentos de saúde que contam com casamatas vazias. Eles
precisam estar habilitados para atender o SUS.
Casamatas
são estruturas de concreto reforçada, frequentemente com chumbo, projetada para
abrigar o acelerador linear e outros equipamentos utilizados no tratamento de
radioterapia. Os hospitais interessados em participar deverão aguardar abertura
das inscrições, prevista para 14 de julho.
Cuidado
integral em cardiologia e ginecologia
No
Instituto do Coração (Incor), em São Paulo (SP) o ministro
Padilha visitou as obras do Centro de Ensino, Simulação e Inovação (Cesin), destinado a fortalecer a
saúde pública e a medicina brasileira. O objetivo
é ampliar a capacidade do país em desenvolver soluções
próprias para os desafios da saúde.
“Aqui,
no Instituto do Coração Incor, ressalto a importância que tem o maior centro de
excelência na parte de cardiologia do Brasil. Visitamos esse centro de
simulação que conta com um investimento de R$ 34
milhões do governo federal. A expectativa é que possa estar pronto até o
final do ano”, afirmou Padilha.
Para
o Incor, o ministro também anunciou R$ 12 milhões que
vão alavancar a Oferta de Cuidados Integrados (OCIs) em cardiologia. A
meta é oferecer 1,6 milhão de atendimentos.
Pacote
de serviços especializados – com foco na realização integrada de exames
preventivos essenciais, diagnóstico e tratamento em áreas prioritárias para o
SUS –, as OCIs agilizam o atendimento para os pacientes da rede
pública de saúde, reduzindo a fila de espera pelos serviços especializados.
“Não
vamos mais depender da tabela SUS fragmentada. Ela paga o eletrocardiograma num
lugar, depois a consulta com o cardiologista noutro, depois o exame em outro
canto. Isso faz o paciente peregrinar. O ‘Agora tem especialistas’ cria um
combo de cuidado, integrando consulta, diagnóstico e tratamento, com pagamento
justo e unificado”, disse o ministro.
Na
última terça-feira, Padilha também comunicou o investimento histórico de R$ 300
milhões para a saúde da mulher com o lançamento da Oferta de Cuidados
Integrados (OCI) em ginecologia, que beneficiará mais de 95 milhões de mulheres
em todo o país.
Fonte _ Saúde.gov
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