O
novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira
(26/6), destaca que a incidência de SRAG na maioria dos estados continua alta e
requer atenção. Tocantins é o único estado onde os casos de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) caíram significativamente, atingindo um nível
baixo e seguro de incidência. Os vírus responsáveis por essa alta de casos
graves no país são o da influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR). Sendo
que as hospitalizações por influenza continuam crescendo em alguns estados do
Centro-Sul, Norte e Nordeste. O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de
Saúde (SUS) voltada ao monitoramento dos casos de SRAG no Brasil, oferecendo
suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para
ações de preparação e resposta a eventos de saúde pública.
A
análise aponta ainda para a consolidação da interrupção do crescimento ou até
mesmo queda do número de casos de SRAG em alguns estados. Principalmente nas
regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas também em alguns estados do Norte e
Nordeste. Por outro lado, o VSR, que leva à hospitalização especialmente das
crianças pequenas, tem crescido principalmente nas regiões Sul, Nordeste, Norte
além do Mato Grosso. A atualização é referente à Semana Epidemiológica 25,
período de 15 a 21 de junho.
“Diante
da alta de hospitalizações por influenza, a gente continua pedindo, às pessoas
que não se vacinaram contra o vírus, que tomem a vacina o quanto antes. Outra
orientação importante é que a população adote alguns cuidados extras nesta
época, como uso de máscaras em postos de saúde, locais mais fechados e com
maior aglomeração de pessoas. Além disso, é importante também adotar uma
etiqueta respiratória, como higienizar às mãos com água e sabão ao longo do
dia, cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir e espirrar e
utilizar máscaras em caso de coriza ou tosse”, recomenda a pesquisadora Tatiana
Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe.
Em
nível nacional, observa-se sinal de queda de casos de SRAG nas tendências de
longo (últimos seis meses) e curto prazo (últimos três meses). Este cenário se
deve ao início de queda dos casos de SRAG por influenza A e VSR em diversos
estados, embora ainda com níveis elevados de incidência. O impacto nos casos e
óbitos por SRAG nas crianças pequenas está associado principalmente ao VSR,
seguido do rinovírus e da influenza A.
A
análise aponta também consolidação do início de queda do número de casos de
SRAG em todas as faixas etárias. No entanto, o cenário entre os estados é
heterogêneo. As hospitalizações por SRAG entre crianças seguem aumentando em
boa parte das regiões Sul, Nordeste e Norte do país. Entre os idosos, as
hospitalizações continuam crescendo em alguns estados do Norte, Nordeste e
Centro-Sul.
Nas
quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos
foi de 37,5% de influenza A, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial
respiratório, 19,2% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os
óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte
temporal foi de 75,4% de influenza A, 1,3% de influenza B, 13,4% de vírus
sincicial respiratório, 8,9% de rinovírus e 3,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Estados
Um
total de 12 das 27 unidades da Federação apresentam incidência de SRAG em nível
de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo
prazo até a semana 25: Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná,
Paraíba, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e
Sergipe. O aumento de SRAG nesses estados, com nível de incidência de moderado
a muito alto, se deve a manutenção do crescimento das ocorrências de SRAG
associados à influenza A e/ou VSR.
A incidência de SRAG na população de jovens, adultos e idosos, associado à influenza A, mostra sinal de queda ou interrupção do crescimento em boa parte da região Centro-Sul (Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), Norte (Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins) e alguns estados do Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão e Sergipe). No entanto, esses casos ainda se mantêm em níveis altos na maior parte dessas regiões, o que requer atenção. Além disso, às ocorrências de SRAG associados à influenza A continuam aumentando em alguns estados do Norte (Rondônia e Roraima), Nordeste (Alagoas e Paraíba) e Centro-Sul (Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná).
Em
relação às crianças pequenas, o Boletim mostra ainda que as ocorrências de SRAG
associada ao VSR continuam em crescimento em boa parte das regiões Sul (Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina), Nordeste (Alagoas, Bahia, Piauí, Paraíba,
Rio Grande do Norte e Sergipe) e Norte (Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima),
além do Mato Grosso. Porém, já é possível observar indícios de interrupção do
crescimento ou início de queda dessas hospitalizações no Sudeste (Espírito
Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), boa parte da região
Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul) e em alguns estados
do Norte (Acre, Amapá e Tocantins) e Nordeste (Ceará, Maranhão e Pernambuco).
“Ainda assim, é importante ressaltar que a incidência dessas hospitalizações
permanece alta na maioria desses estados, o que requer atenção”, afirma a
pesquisadora.
Situação
nacional
Em
nível nacional, o cenário atual sugere que, nas quatro últimas semanas
epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 37,5% de
influenza A, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial respiratório, 19,2%
de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença
destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 75,4%
de influenza A, 1,3% de influenza B, 13,4% de vírus sincicial respiratório,
8,9% de rinovírus e 3,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Referente
ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 110.412 casos de SRAG, sendo
56.864 (51,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 37.049 (33,6%) negativos, e ao menos 8.913 (8,1%) aguardando
resultado laboratorial. Entre os casos positivos deste ano, observou-se que
26,3% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 45,4% de vírus sincicial
respiratório 22% de rinovírus e 8,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro
últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de
37,5% de influenza A, 0,9% de influenza B, 45,6% de vírus sincicial
respiratório, 19,2% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Fonte _ FioCruz
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