Recém-nascida
internada na UTI após banho em maternidade no Acre é transferida para Minas
Gerais
Aurora
Maria Oliveira Mesquita foi transferida de UTI aérea para o Hospital João
XXIII, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (25). Ela apresentou
bolhas e teve a pele das pernas e dos pés descolada após um banho na
maternidade de Cruzeiro do Sul.
A pequena
Aurora Maria Oliveira Mesquita, internada
na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após tomar banho no Hospital
da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do
Sul, foi transferida de UTI aérea para o Hospital João XXIII,
em Belo
Horizonte, Minas Gerais, na tarde desta quarta-feira (25).
👉 Contexto: O pai da menina,
Marcos Silva Oliveira, registrou um boletim de ocorrência contra o hospital
pelos ferimentos que, segundo ele, foram causados em Aurora após o uso de água
quente no banho. Na segunda-feira (23), ela foi transferida para Rio Branco devido
à gravidade do quadro. O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga o
caso.
A
informação foi confirmada pelo secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal. O
Hospital João XXIII é considerado pela Sociedade Brasileira de Queimados um dos
melhores centros de tratamento de queimaduras do país.
Aurora apresentou
bolhas e teve a pele das pernas e dos pés descolada após um banho na
maternidade de Cruzeiro do Sul no último domingo (22).
"Hospital
João XXIII é o mesmo que recebeu as nossas vítimas
de uma explosão de um barco em Cruzeiro do Sul em 2019 e agora
receberá a pequena Aurora para que tenham o máximo de suporte para que retorne
aos braços de seus pais o quanto antes", explicou o secretário.
Uma ambulância
de suporte avançado faz o transporte da recém-nascida da Maternidade
Bárbara Heliodora para o aeroporto de Rio Branco. Apenas a mãe e a equipe
médica foram no voo da tarde desta quarta.
O
pai da bebê, Marcos Silva Oliveira, irá para Belo Horizonte em outro voo, ainda
nesta quarta, conforme a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
Tratativas
Na
terça (24), a Sesacre
começou a fazer contato com unidades especializadas em queimados
do país para conseguir um leito para a recém-nascida. Foi feito contato com
três unidades especializadas: de Manaus, Brasília, onde
há um centro de queimados pediátrico, e no Rio de Janeiro.
"O
Estado vem prestando todo apoio psicológico aos familiares. O quadro da Aurora
é delicado, de pronto, preferimos transferi-la para a capital, onde recebeu
todo tratamento, antibióticos e tudo que fosse necessário para estabilização do
seu quadro. Devido à complexidade a situação, optamos por transferir ela
novamente para um centro de referência a queimados", destacou Pascoal.
Servidora
afastada
Já
na noite dessa terça, a Sesacre divulgou que a servidora filmada dando
banho na recém-nascida foi afastada do cargo e aberto um procedimento
administrativo disciplinar para apuração dos fatos.
"O
procedimento inclui afastar de forma preventiva a profissional. O procedimento
é rápido, vamos ouvir a profissional e fazer todos os trâmites
necessários", resumiu.
O
Instituto de Genética do Norte (IGENN), em Rio Branco, coletou o material para
biópsia, que deve ser feita em outro estado, para averiguar a suspeita de
epidermólise bolhosa, hipótese levantada pela equipe médica ainda em Cruzeiro
do Sul.
'Estou
sem chão'
Em
conversa com o g1, Marcos Silva Oliveira contou que, na noite de
segunda-feira (23), a filha apresentou piora, mas amanheceu melhor com
batimentos cardíacos e saturação estáveis.
Mesmo
com a melhora, Aurora continuou entubada por decisão médica, para
evitar dor e mantê-la mais calma. "Estava com pouca temperatura do
corpo, ofegante e a medicação é muito forte. Teve uma hora que elas deram um
remédio e ela sentiu muito. Ficou sem fôlego e roxinha, mas aí conseguiram dar
um remédio e voltou ao normal", afirmou ele.
Segundo
Marcos, nenhum especialista em queimaduras avaliou a filha em Rio Branco,
o que considera essencial, pois a família acredita que o caso pode ter
sido provocado por queimadura.
"Eu
queria um especialista em queria um especialista em queimaduras para examinar a
minha filha, porque estão achando que pode ser essa doença [epidermólise
bolhosa], querem fazer exames só para isso, e estão esquecendo que pode ser
queimadura. Estou sem chão aqui. A minha filha está aqui por conta de
negligência", disse ele.
Marcos,
que é pai de outra menina de 7 anos, relatou que Aurora nasceu de parto normal
e, até o momento do banho, nada de incomum tinha sido observado.
"A
mãe dela começou a sentir contração era 1h30 da madrugada [de sábado, 21], a
bolsa estourou, a gente arrumou as coisinhas e chegamos na maternidade, era
umas 5h. Fiz a ficha na administração, o médico olhou e ela estava com 6 cm de
dilatação e quando foi 8h ela teve a neném normal", explicou.
Segundo
ele, um dia depois [domingo, 22], os médicos examinaram tanto a criança quanto
a mãe e as duas receberam alta.
"A
pediatra tirou a roupinha dela, virou de lado, viu as perninhas dela, olhou ela
toda normal. Aí deu alta pra nós. Disse: 'você já vão ser liberados'.
A mãe dela quis esperar o primeiro banhozinho da criança na maternidade e foi
aí que aconteceu essa fatalidade. É difícil", lamentou.
Ainda
no domingo (22), o secretário Pedro Pascoal se manifestou nas redes
sociais e informou que a situação é investigada.
Fonte _ G1 Acre
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