terça-feira, 1 de julho de 2025
Mais de 87% das Unidades Básicas de Saúde utilizam prontuário eletrônico e quase a totalidade tem acesso à internet
Após
mais de uma década, o Censo das Unidades Básicas de Saúde foi
retomado e aponta avanços nas UBS do país. A saúde digital ganha destaque:
94,6% das unidades têm acesso à internet e 87% utilizam prontuário eletrônico.
Além disso, médicos estão presentes nas equipes de 96,1% das UBS. Os dados
apresentados no 38º Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems) são resultado das ações do Governo Federal no fortalecimento
da atenção primária à saúde - o orçamento passou de R$ 35,3 bilhões em 2022
para R$ 54,1 bilhões em 2024.
“Os
resultados do Censo indicam claramente como estabelecer ações para aumentar a
capacidade resolutiva da APS, com facilidade de acesso e qualidade,
consolidando a Estratégia
Saúde da Família como uma política pública efetiva para a maioria
das brasileiras e brasileiros”, ressaltou a secretária de Atenção Primária à
Saúde, Ana Luiza Caldas, durante o evento. “A saúde
digital, por exemplo, impacta diretamente no componente de qualidade e
indução de boas práticas das equipes de Saúde da Família, Saúde Bucal e eMulti”, explicou.
O
estudo aponta também que 77,8% das UBS têm computadores conectados à internet
em todos os consultórios. O Ministério da Saúde, em parceria com o das
Comunicações, prevê a contratação de serviços de internet via satélite, com
prioridade para atender 1.191 UBS em áreas remotas ainda em 2025, no âmbito do
PAC Conectividade. Já a Rede InfoSUS contempla 760 pontos de conectividade em
estabelecimentos de saúde indígena.
Com
a conectividade ampliada, somada às ações do programa Agora tem Especialistas, os serviços de telessaúde serão reforçados para superar o desafio
de que apenas 39% das UBS oferecem serviços de telessaúde, sendo 21% deles
teleconsultoria e 13% teleconsulta. As medidas do programa têm potencial para
reduzir até 30% as filas de espera por consulta ou diagnóstico da rede
especializada do Sistema Único de Saúde (SUS).
Outro
ponto é o compartilhamento de dados entre a atenção primária e a especializada.
De acordo com o Censo 2024, 25,3 % das UBS já compartilham o Prontuário
Eletrônico do Cidadão (PEC e-SUS APS) com serviços especializados
públicos e a integração com hospitais públicos ocorre em 9,3
% das unidades. Além disso, profissionais da atenção primária e da
especializada interagem diretamente em 41,4 % das unidades, e 27,9
% das UBS relataram receber dados de alta hospitalar de seus pacientes,
fortalecendo a continuidade do cuidado. O Agora Tem Especialistas vai
contribuir para ampliar essa integração por meio de ações como os painéis de
monitoramento.
Boas
práticas para a atenção primária
Durante
o evento, também foi lançado o Sistema de
Informação da Atenção Primária à Saúde (Siaps), que substitui o Sisab e
traz funções interativas alinhadas ao cofinanciamento da APS. “A integração
entre o Censo Nacional das UBS, os dados clínicos do SIAPS/PEC e os indicadores
de qualificação da APS geram importantes análises para qualificar a gestão e o
cuidado na atenção primária”, reiterou Ana Luiza Caldas.
O
Siaps agora conta com 15 novos indicadores para mensurar as boas práticas na
atenção básica, com foco em melhorar a oferta do cuidado, conhecer a realidade
de saúde local, envolver a equipes no compartilhamento do cuidado e
fortalecimento do vínculo. Dentre os indicadores: cuidado da pessoa com diabetes, da gestante, da pessoa idosa e da mulher na
prevenção do câncer, tratamento odontológico e ações realizadas pela
eMulti.
O
cofinanciamento federal da APS considera o desempenho das equipes e a oferta
efetiva de ações e serviços como critérios para a definição do valor mensal
repassado aos municípios. O método considera os resultados alcançados em cada
indicador na oferta do cuidado integral à população.
Mais
Médicos ampliou presença desses profissionais na atenção primária
A
maioria (96,1%) das UBS contam com médicos nas equipes de saúde. "Isso é
resultado direto da convergência entre duas ações centrais para a APS no país:
a Estratégia de Saúde da Família e o programa Mais Médicos, que hoje compõe mais da metade das
equipes e chegará a 28 mil profissionais”, afirma o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha.
Já
os médicos especialistas em saúde da família estão em 28,9% das UBS. O Mais
Médicos também contribui ao ampliar o acesso à especialização em Medicina de
Família e Comunidade. Atualmente, 25 mil médicos do programa atuam nas Unidades
Básicas de Saúde, em 4.564 municípios brasileiros (81,9 %). Em maio deste ano,
houve recorde de inscrições, com 45.792 profissionais
inscritos.
Como
uma nova frente do programa, também foi lançado o Mais Médicos Especialistas,
com a abertura de 500 bolsas de educação pelo trabalho para médicos já
especialistas. Estados e municípios podem aderir ao edital da nova modalidade até 30 de junho.
Saúde
bucal
O
Censo 2024 também destaca avanços em saúde bucal: os dentistas estão presentes
em 80% das UBS, 74,4% contam com equipes de Saúde Bucal e 82,7% possuem
consultório odontológico. Os dados apontam que o uso de prontuário eletrônico
para atendimentos odontológicos é realidade em 82,3% das UBS e que 23,7% deles
são compartilhados com os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Em 2024,
o Brasil Sorridente contou com o maior investimento
da história do programa: R$ 4,3 bilhões para atenção à saúde bucal gratuita em
todo o país.
Fortalecimento
do PAC Saúde
O
Censo identificou que 60,1% das UBS necessitam de reformas na estrutura física.
O Novo PAC Saúde é fundamental neste sentido, com
135 entregas previstas até o final de 2025. O Ministério da Saúde
disponibilizou, também por meio do Novo PAC Saúde, 10 mil combos de
equipamentos para as Unidades Básicas de Saúde, com 18 equipamentos cada combo,
para fortalecer estratégias prioritárias da pasta, como ações de vacinação,
combate às arboviroses, redução da mortalidade materna e infantil, SUS Digital, Mais Médicos e Agora tem
Especialistas.
Ainda
em relação à estrutura, 18,2% das UBS afirmam ter sido afetadas por desastres
ambientais e/ou climáticos. O Ministério da Saúde anunciou, durante o Conasems,
aporte de R$ 1,2 milhões para ações de resposta às emergências em saúde.
O
levantamento, realizado em mais de 44 mil UBS, demonstra também que 85% das
unidades estão abertas em todos os turnos e 91% realizam visita domiciliar, o
que contribui para reduzir o tempo de espera por atendimentos e levar
assistência aos cidadãos.
Sobre
o Censo
O
Censo realiza um diagnóstico dos estabelecimentos de saúde da atenção primária
no Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados servem para planejar
investimentos com base em características e necessidades locais, qualificar os
serviços prestados à população, acompanhar resultados e impactos das políticas
públicas de saúde, além de fortalecer a transparência e o controle social no
SUS.
A
iniciativa é coordenada pelo ministério e conta com a participação de órgãos
como o Conasems, Conass, a Rede APS da Abrasco, o Conselho Nacional de Saúde
(CNS), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e representantes da comunidade acadêmica.
Acesse
o Resumo Executivo do Censo das Unidades Básicas
de Saúde
Fonte _ Saúde.gov
Vacinas
O Complexo
Tecnológico de Vacinas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-
Manguinhos/Fiocruz) garante a autossuficiência em vacinas essenciais para o
calendário básico de imunização do Ministério da Saúde.
O público pode
obter informações sobre essas vacinas por meio do site ou pelo
telefone gratuito do SAC: 08000-210-310.
A listagem das
vacinas produzidas por Bio-Manguinhos pode ser consultada no site da
Unidade: Vacinas produzidas pela Fiocruz.
Fonte _ FioCruz