Imuniza SUS

quarta-feira, 29 de março de 2023

Piso Salarial da Enfermagem - atos que regulamentarão devem ser definidos até abril

 


Representantes de entidades sindicais da enfermagem estiveram reunidos, nesta quarta-feira (29/3), com membros da Casa Civil e da Secretária-Geral da Presidência para discutir os encaminhamentos para definição de uma fonte pagadora do piso nacional da enfermagem. Os atos normativos que deverão regulamentar o piso salarial estão sendo discutidos e a expectativa é que as normas sejam assinadas e publicadas até fim de abril.

Compareceram representantes:

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS);

Fórum Nacional da Enfermagem (FNE);

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS);

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam);

Associação Brasileira de Enfermagem (Aben)

De acordo com relatos dos representantes das entidades, o secretário Especial da Casa Civil, Bruno Morettii, informou que o governo federal está trabalhando para resolver a indicação da fonte de recursos do piso salarial nacional da enfermagem através de ato normativo fiscal e orçamentário que garantirá a implementação da LEI 14.434/2022.

Moretti também informou que representantes da Casa Civil se reuniram com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. "Os atos normativos que regulamentam o piso salarial estão sendo discutidos e a expectativa é que as normas sejam assinadas e publicadas até o fim de abril", diz o informe do grupo que compareceu à negociação. 

Também participaram da reunião os deputados federais Alice Portugal (PCdoB/BA) e Mauro Benevides Filho (PDT/CE), e a secretária nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas da Presidência, Kelli Mafort.

Fonte_CorreiaBraziliense

segunda-feira, 20 de março de 2023

Soro contra veneno de abelhas tem resultados promissores nas fases iniciais do ensaio clínico

Um soro contra o envenenamento causado pela picada de abelha africanizada (Apis mellifera), popularmente chamada de “abelha assassina”, desenvolvido pelo Instituto Butantan, Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) de Botucatu e Instituto Vital Brazil, deve entrar na fase 3 de ensaios clínicos em 2023. O produto é patenteado e obteve resultados promissores nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos, divulgados na revista Frontiers in Immunology. Anualmente, o Brasil registra cerca de 20 mil acidentes com abelhas e 50 óbitos.

Segundo o pesquisador Daniel Pimenta, do Laboratório de Bioquímica do Butantan, um dos detentores da patente, o medicamento é destinado a pessoas que levam múltiplas picadas de abelha – ou seja, recebem uma grande quantidade de veneno. As toxinas podem causar hemorragias, queda de pressão, tontura, náuseas e taquicardia. “O principal alvo do veneno da abelha é o rim: o paciente pode ter falência renal e morrer. O soro antiapílico age neutralizando o veneno”, explica.

Para pessoas que têm casos graves de alergia, uma única picada de abelha pode desencadear choque anafilático. Esses pacientes costumam ser tratados com anti-histamínicos e anti-inflamatórios. Mas o efeito tóxico do veneno só ocorre a partir de dezenas de picadas, quando o indivíduo é atacado por um enxame. São nesses casos que o soro será aplicado.

O estudo clínico de fase 1 e 2 contou com 20 voluntários adultos, com idade média de 44 anos. O número de picadas variou de sete a 2 mil. Não foi observado nenhum efeito adverso grave e todos os pacientes tiveram melhora. A pesquisa foi conduzida no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UNESP-Botucatu e no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão (SC).

Hoje, os pesquisadores estão desenhando o protocolo da fase 3, que deve durar cinco anos, para submetê-lo à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).




Da caracterização do veneno à produção do soro

A ideia de produzir um soro para o envenenamento por abelhas surgiu no Butantan há mais de 10 anos, com Daniel Pimenta e o pós-doutorando Rui Seabra, que hoje é pesquisador do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) da UNESP de Botucatu. O primeiro passo foi fazer a caracterização bioquímica do veneno para entender a sua composição. Depois, começou-se a pensar na viabilização da produção do soro.

Tradicionalmente, os soros hiperimunes são produzidos em cavalos, a partir da inoculação de uma pequena quantidade de veneno de um animal peçonhento. Depois, ocorre a coleta e purificação do plasma, que contém os anticorpos produzidos pelo equino. “No entanto, no caso do veneno da abelha, os cavalos podiam ter reação alérgica e choque anafilático. A solução que encontramos para isso foi remover, em laboratório, todas as substâncias alérgenas da toxina”, aponta Daniel.

Foi essa estratégia que tornou possível a produção do soro nos cavalos. Os primeiros lotes foram desenvolvidos na UNESP de Botucatu, e a produção em maiores quantidades foi feita no Instituto Vital Brazil, em Niterói (RJ). Se aprovado pela Anvisa, o soro também poderá ser produzido no Butantan. O objetivo é que o medicamento seja disponibilizado futuramente no Sistema Único de Saúde (SUS), assim como os demais soros hiperimunes produzidos pelo instituto.

 


Abelhas africanizadas

As abelhas africanizadas são resultado do cruzamento da abelha-africana (Apis mellifera scutellata) com a espécie europeia A. mellifera ligustica, introduzida na América na década de 1950. O objetivo era criar abelhas adaptadas ao clima tropical para a produção de mel. A principal característica da abelha africanizada é a “agressividade” (comportamento defensivo), além da grande facilidade de formar enxames, alta produtividade e tolerância a doenças.

Devido a essas características, as abelhas africanizadas começaram a substituir as nativas e foram migrando pelo continente, até chegarem aos Estados Unidos nos anos 2000. “Elas se adaptaram muito bem ao ambiente urbano, o que fez com que a frequência de acidentes aumentasse. Quando elas decidem migrar, vai a colmeia inteira, e elas atacam quem estiver no caminho caso se sintam ameaçadas”, diz Daniel.

As regiões brasileiras com maior incidência de acidentes são o Sul e Nordeste, mas as maiores taxas de letalidade ocorrem no Centro-Oeste e Norte, em zonas com maior dificuldade de acesso a atendimento médico. Segundo informações do Ministério da Saúde, cerca de 100 mil acidentes foram registrados nos últimos cinco anos. A maioria dos casos ocorre de outubro a março, na zona urbana, com homens de 20 a 64 anos, e os óbitos são mais frequentes em pessoas acima dos 40.

Guia sobre Acidentes

Guia sobre Acidentes - Folder

Saiba como evitar acidentes por abelhas

 


Fonte_BUTANTAN

quarta-feira, 15 de março de 2023

Deputado Federal Bruno Farias - Piso Salarial da Enfermagem

 


Liga dos Campeões 2023

 


Jogos de VOLTA, jogos espetaculares, vídeo game perde..

Manchester City X RB Leipzig



Porto X Internazionale



Real Madrid X Liverpool



Napoli X Eintracht Frankfurt


Perdeu algum clássico, click aqui e aqui também..

Classificados das quartas de final?

Benfica (Portugal)

Chelsea (Inglaterra)

Manchester City (Inglaterra)

Milan (Itália)

Inter de Milão (Itália)

Napoli (Itália)

Bayern de Munique (Alemanha)

Real Madrid (Espanha)

Quando serão os jogos?

As quartas de final serão a partir de abril. Veja o calendário até a final:

Quartas de final (ida): terça, 11 de abril, e quarta, 12 de abril

Quartas de final (volta): terça, 18 de abril, e quarta, 19 de abril

Semifinal (ida): terça, 9 de maio, e quarta, 10 de maio

Semifinal (volta): terça, 16 de maio, e quarta, 17 de maio

Final: 10 de junho, no Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, na Turquia.

Gol e Azul já toparam', diz ministro sobre passagem a R$ 200,00

 


O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), afirmou que as companhias aéreas Gol e Azul "já toparam" participar do programa Voa, Brasil, que, inicialmente, vai ofertar passagens aéreas de até R$ 200 para aposentados, estudantes e servidores com renda até R$ 6,8 mil.

O que França falou:

- Duas das principais companhias aéreas do país, Gol e Azul, aderiram ao programa. Ele ressaltou que a Latam também "vai topar" a proposta;

- A definição dos voos que integrarão o Voa, Brasil ficará a critério das companhias, detalhou o ministro no lançamento da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, em Brasília.

- Empresas "vão colocar em todos os voos", e não haverá regulação por parte do governo.

- O governo federal não vai subsidiar as passagens mais baratas, e o projeto é das empresas.


Elas [as empresas] estão formatando as ideias de como vão propor isso. Pelo menos duas já toparam e tenho certeza também que a Latam vai topar"


A declaração de Márcio França foi dada após ele ser advertido pelo presidente Lula (PT) devido ao fato de ter antecipado o lançamento do Voa, Brasil sem que o projeto estivesse de fato acertado internamente no governo.

Durante participação ontem (14) no lançamento da FPPA (Frente de Parlamentar de Portos e Aeroportos), Márcio França, ao ser questionado sobre a reprimenda de Lula, disse que o presidente "nunca erra", e reconheceu que houve falha ao antecipar a divulgação do projeto sem antes acertar os detalhes com a Casa Civil, comandada por Rui Costa (PT).

“Lula nunca erra, está sempre certo. É uma coisa de tanto impacto positivo que realmente seria bom que a Casa Civil tivesse [participado mesmo.”

Programa não é do governo

Márcio França também destacou que o programa Voa, Brasil "não é um programa do governo", mas, sim, "das empresas aéreas". Ou seja, o governo não vai subsidiar as passagens mais baratas.

“Durante vários períodos do ano, elas operam com ociosidade mesmo. Se as empresas encontrarem jeito de fornecerem essas vagas para as pessoas a preços menores, temos que comemorar. É super positivo que façam isso, e nós do governo temos que incentivar. Se eles encontrarem solução para equacionar essas vagas, a um preço que dê o limite de R$ 200, é pouco provável que não vá dar resultado, só que você tem que limitar."

Fonte_UOL

segunda-feira, 13 de março de 2023

Hospitais privados pedem para serem ouvidos pelo governo sobre piso da enfermagem

 


A CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) enviou na sexta-feira (10) para o GT (grupo de trabalho) interministerial do piso da enfermagem uma carta, pedindo para ser ouvida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas discussões.

Segundo afirma, a medida implicará em um aumento salarial médio de 56% para os profissionais da rede privada e de 31% das santas casas, com potencial para resultar em 165 mil demissões ou no fechamento de 80 mil leitos.

Até o momento, no entanto, os hospitais privados não foram convidados a se manifestar no GT formado por Casa Civil, e pelos ministérios da SaúdeFazenda, Planejamento e AGU (Advocacia-Geral da União).

A Emenda Constitucional nº 127 indicou como fonte de pagamento o superávit financeiro dos fundos públicos, que podem ser incertos, enquanto os pagamentos são regulares e mensais.

"A utilização de recursos dos fundos para pagar salários constitui, portanto, desvio de finalidade e cria precedente perigoso se levarmos em conta que existem mais de 50 projetos no Congresso para criação de pisos salariais das mais diversas categorias da saúde, as quais podem também reivindicar a mesma solução", argumentam na carta.

Fonte_Folha

domingo, 12 de março de 2023

Campeonato Carioca 2023 - semifinais



A semifinal Campeonato Carioca entre Fluminense (campeão da Taça Guanabara) e Volta Redonda (quarto colocado).

O Tricolor também terá a vantagem do empate na soma dos dois resultados.

Jogo de Volta, Sábado (13/03), as 16hs, no Maracanã. 

Melhores Momentos..



A outra semifinal entre Flamengo (melhor campanha) e Vasco da Gama (segundo colocado).

O Vasco também terá a vantagem do empate na soma dos dois resultados.

O jogo na Segunda-feira (13/03), às 21hs, no Maracanã.

Jogo de Volta no Domingo (19/03), as 16hs no Maracanã.

Melhores Momentos..



“MP do Piso da Enfermagem deve sair em breve”, diz ministra da Saúde

 


A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou nesta sexta-feira (10) que o governo deve apresentar em breve uma Medida Provisória (MP) que prevê compensações para estados e municípios custearem o novo piso nacional da enfermagem, mas ainda não há data. As declarações da ministra foram dadas em um evento da Fiesp, em São Paulo, em referência aos protestos dos enfermeiros que ocorreram hoje pelo país para solucionar o impasse sobre o piso da enfermagem.

"Faltavam alguns ajustes que dizem respeito principalmente à repartição dos recursos que precisam ser mobilizados para dar conta desse piso em nível nacional, com alguns fatores de correção de desigualdades em função do PIB [Produto Interno Bruto] de estados e municípios e carências relacionadas a essas situações econômicas", disse Nísia.

A Lei nº 14.434, aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado, determinou que o valor do piso nacional para enfermeiros passaria a ser de R$ 4.750. Porém, o piso foi suspenso em setembro do último ano pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Na decisão, Barroso apontou os riscos de demissões no setor e uma eventual redução na qualidade dos serviços de saúde no país.

Com a suspensão da lei, o Congresso precisou apresentar à Corte alternativas financeiras para custeio do benefício. Só em dezembro, o Parlamento promulgou a Emenda Constitucional nº 127, de 2022. A proposta de emenda à Constituição (PEC) definiu que os recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social seriam usados para custear o piso nacional da enfermagem. A medida, porém, ainda carece de regulamentação pelo governo federal.

Fonte_GazetaPovo

sábado, 11 de março de 2023

The Last of Us

 


O último episódio de "The Last of Us", série dramática inspirada no game homônimo, foi adiantado para às 22h, do domingo (12). Antes, as estreias ocorriam às 23h.

No Instagram, HBO afirmou que trocou o horário a pedido dos fãs. "Uma hora mais cedo, pra dar tempo de se recuperar depois do episódio", diz o anúncio.

O serviço de streaming da empresa também vai transmitir o Oscar no mesmo dia, o que justificaria a troca de horários. Alguns dos melhores filmes da premiação estão disponíveis para assistir online.



Também no dia 12 de março, os EUA, local da produção da série, entra em horário de verão, o que afeta os horários de exibição global.

É a segunda vez que a HBO troca o horário de exibição da série. Em fevereiro, em razão do Super Bowl, final da liga de futebol americano, o episódio "The Last of Us" daquela semana foi lançado em uma sexta-feira.

Fonte_Folha

sexta-feira, 10 de março de 2023

3 anos de pandemia de Covid-19: o que esperar da doença daqui em diante no Brasil


 No dia 11 de março de 2020, o biólogo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez um discurso que entraria para a história.


Num momento em que haviam sido registrados 118 mil casos e 4,2 mil mortes por Covid-19 em 114 países, ele anunciou que estávamos, de fato, em uma pandemia.

"Essa é a primeira pandemia causada por um coronavírus. [...] Nós estamos soando o alarme em alto e bom som", declarou.

Três anos, 676,5 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes depois, o mundo se encontra num momento completamente distinto da crise sanitária.

Com o desenvolvimento de vacinas, testes e remédios em tempo recorde, o coronavírus deixou de representar uma ameaça mortal para a maioria das pessoas — apesar de ainda ser um problema grave e preocupante para os grupos mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.

E o próprio Brasil é um exemplo dessa mudança de cenário: a taxa de mortalidade, que chegou a 201 por 100 mil habitantes em 2021, caiu para 36 no ano passado e, neste primeiro trimestre de 2023, encontra-se em três, segundo o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).

Nesse período, a letalidade caiu de 2,9% para 0,7%.


Mas como chegamos até aqui? o que esperar da Covid-19 para os próximos anos? A BBC News Brasil ouviu pesquisadores para entender as perspectivas futuras desta doença e o que precisa ser feito para diminuir ainda mais o impacto dela na sociedade.

CASOS, HOSPITALIZAÇÕES E MORTES: APESAR DE ALÍVIO NOS NÚMEROS, ACOMPANHAMENTO É PRIMORDIAL

Até o momento, 2021 foi o pior ano da pandemia no Brasil. No auge, o país chegou a registrar um total de 21 mil mortes por Covid em uma única semana.

Desde então, as estatísticas nunca mais chegaram a patamares tão elevados — apesar do crescimento em internações e mortes registrado no início de 2022, relacionado ao espalhamento da variante ômicron.

Se os dados continuarem na tendência atual, o país deve fechar o ano de 2023 com menos da metade das mortes que foram notificadas em 2022 — que, por sua vez, já havia registrado 84% menos óbitos em comparação com 2021.


O alívio no cenário epidemiológico, inclusive, levou a mudanças importantes na forma como as estatísticas são apresentadas.

Recentemente, o Ministério da Saúde e o próprio Conass deixaram de publicar boletins diários sobre os números da pandemia e passaram a divulgar relatórios semanais.

O estatístico Leonardo Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), vê a mudança com bons olhos.

"Os boletins diários são por vezes um tanto ruidosos, já que eles podem trazer dados incompletos de acordo com o dia e a disponibilidade de profissionais para atualizar os sistemas", avalia.

"Quando os dados estão consolidados por semana, fica mais fácil fazer as análises e entender as tendências de casos, hospitalizações e mortes", complementa.

Mesmo diante desse maior espaçamento das estatísticas, o especialista entende que é vital manter ativa a vigilância sobre o coronavírus, assim como ocorre para vários outros patógenos, como os causadores de gripe ou dengue.

"Nossos sistemas são bons para detectar os casos mais graves de infecções respiratórias, que exigem hospitalizações. Mas precisamos desenvolver recursos capazes de flagrar os quadros mais leves, que sinalizam o início de uma potencial nova onda", diz Bastos, que também integra o Observatório Covid-19 BR.

O pesquisador ainda destaca uma última tendência que deve se confirmar nos próximos anos: a sazonalidade do coronavírus, ou os períodos do ano em que o número de infecções e óbitos tende a subir.


"Os três primeiros anos da pandemia foram um tanto conturbados. Mas com a situação relativamente mais controlada, será possível observar esse comportamento sazonal do patógeno", acredita Bastos.

"Assim como acontece com outros vírus respiratórios, a tendência é que os casos de Covid aumentem nos períodos mais frios do ano, conforme nos aproximamos do inverno. Porém, isso é algo que ainda precisa ser confirmado", completa.

VACINAÇÃO: DOSES ATUALIZADAS PARA ALGUNS, REFORÇO URGENTE PARA OS DEMAIS

Entre os especialistas, não há dúvidas de que o momento mais favorável da pandemia que vivemos agora está relacionado a dois fatores principais: a vacinação e o grande número de infectados pelo coronavírus.

Esses dois eventos permitiram criar um bom nível de imunidade — com isso, mesmo que o vírus consiga invadir o organismo, as células de defesa são capazes de conter o problema antes que ele se transforme em algo mais sério na maioria das vezes.

Segundo os dados compilados pelo portal CoronavirusBra1, mais de 183 milhões de brasileiros (ou 86% da população) tomaram pelo menos uma dose do imunizante que protege contra o coronavírus.


O problema está na continuidade da campanha. Apenas 175 milhões (82% do total) completaram o esquema inicial de duas doses.

Para piorar, só 125 milhões (59%) voltaram aos postos de saúde para tomar o reforço (ou a terceira dose), tão necessário para diminuir o risco de pegar a variante ômicron.

"É natural que, com o passar do tempo, a proteção conferida pela vacina diminua. Por isso, é essencial estar com o esquema de doses atualizado para garantir uma boa imunidade", explica a pediatra Isabella Ballalai, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A médica conta que as doses de reforço funcionam como uma espécie de "lembrete", para fazer com que o sistema imunológico siga com uma boa capacidade de combater o coronavirus.

Diante desse cenário de baixas coberturas, o Ministério da Saúde lançou recentemente uma nova campanha para melhorar as estatísticas da vacinação contra a covid.

E há dois objetivos principais nesse esforço. Primeiro, garantir que toda a população atualize a caderneta de vacinação e tome a segunda, a terceira ou a quarta dose atrasadas. Nesses casos, são aplicadas as vacinas monovalentes, usadas desde o início da campanha.

A segunda parte da iniciativa envolve os imunizantes bivalentes, que trazem uma proteção ampliada contra as variantes mais recentes do coronavírus, como a ômicron.

Por ora, essas doses atualizadas estão disponíveis apenas para grupos mais vulneráveis, como idosos, indivíduos que moram em instituições de longa permanência, pacientes com o sistema imunológico comprometido, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias), trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.

"A vacina bivalente é uma conquista muito grande e mostra que somos capazes de atualizar a formulação dos imunizantes de acordo com o surgimento das novas variantes", considera Ballalai.

Ainda que a chegada das vacinas bivalentes sinalize o primeiro passo sobre o futuro das campanhas de imunização contra a Covid, a estratégia para os próximos anos ainda não está clara.

Não se sabe, por exemplo, se todos — ou alguns grupos em específico — precisarão tomar um reforço a cada ano, ou se a proteção conferida pelas doses disponíveis hoje será suficiente por um tempo extra.

Só a observação da realidade e as pesquisas que estão em andamento poderão determinar a periodicidade das campanhas e quem será contemplado nelas.

"A tendência é que tenhamos uma vacinação anual, ou eventualmente até duas vezes ao ano, para alguns públicos. Mas isso é algo que ainda precisa ser definido", completa Ballalai.

PREVENÇÃO: A TRANSIÇÃO DO ESFORÇO COLETIVO PARA A INICIATIVA INDIVIDUAL

Outro fenômeno que marcou os meses mais recentes da pandemia foi a mudança nas políticas públicas que tentam conter as cadeias de transmissão do coronavírus.

Num período em que as vacinas ou os remédios não estavam disponíveis e a taxa de mortalidade permanecia em alta, a única alternativa de governos e instituições de saúde era determinar o lockdown e pedir que as pessoas permanecessem em casa.

As máscaras, obrigatórias a todos em qualquer local público, eram uma maneira de se proteger ou diminuir o risco de espalhamento do patógeno pelos indivíduos que estavam infectados.

Com o passar do tempo, a realidade se modificou. "Foi a partir daí que as recomendações de prevenção deixaram de ser coletivas para ganharem um aspecto mais individualizado", comenta a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, professora do Departamento de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco.

Isso, claro, tem a ver com o tópico anterior: a criação de um bom nível de imunidade por meio da vacinação (e do número de indivíduos infectados) permitiu com que as exigências da lei fossem substituídas por sugestões e orientações de saúde pública.

Atualmente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos preconiza que a prevenção da Covid-19 deva estar de acordo com o nível de transmissão do coronavírus em cada região e o risco individual de desenvolver as formas mais graves da doença.

O órgão até disponibiliza gratuitamente um arquivo em inglês e espanhol para o "planejamento pessoal da Covid-19", que cada um pode preencher com informações de acordo com as necessidades próprias.

Nesse mesmo manual, o primeiro passo das estratégias preventivas é "conversar com o profissional de saúde para saber se você tem um alto risco de ficar gravemente doente".

A partir dessa informação, é possível desenvolver as ações necessárias para cada caso. Um indivíduo com alto risco pode, por exemplo, sempre usar máscaras em locais fechados e cheios de gente, ou suspeitar dos sintomas assim que aparecerem. A partir daí, ele pode buscar um serviço de saúde, fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento - o que diminui o risco de hospitalização e morte.

Além desses cuidados individualizados, as entidades nacionais e internacionais de saúde seguem recomendando outras medidas básicas, como lavar as mãos com regularidade, ventilar bem os ambientes fechados e preferir reuniões em lugares abertos.

Esses cuidados, aliás, não protegem apenas contra o causador da Covid-19, mas também são efetivas contra vários outros patógenos que provocam infecções, como o influenza e o vírus sincicial respiratório.

"Além de manter as regras básicas de higiene e etiqueta respiratória, é importante que as pessoas continuem a observar os sintomas típicos da doença [febre, coriza, tosse, espirros, dor no corpo...] e busquem o diagnóstico", acrescenta Hinrichsen.

"Se o exame confirmar a Covid, vale evitar o contato com outros indivíduos e fazer o isolamento para não transmitir os vírus adiante", complementa.

VARIANTES: NA FRONTEIRA ENTRE A CALMARIA E A VIGILÂNCIA

Nos últimos três anos, o coronavírus passou por uma série de mudanças em sua estrutura.

Essas mutações genéticas, que aumentaram o potencial do patógeno de se transmitir ou driblar a imunidade, levaram ao surgimento das variantes de preocupação (VOC, na sigla em inglês).

Até o momento, cinco linhagens do agente infeccioso foram classificadas como VOC: a alfa, a beta, a gama, a delta e a ômicron.

Cada uma delas provocou uma nova onda de casos, hospitalizações e mortes em alguns países ou no mundo inteiro.

A gama, por exemplo, surgiu no estado do Amazonas e foi co-responsável por um dos piores momentos da pandemia registrados até o momento no Brasil e na América do Sul (embora não tenha sido tão impactante em outras partes do globo).

A última versão do vírus a ser classificada como VOC foi a ômicron, em novembro de 2021.

De lá para cá, nenhuma outra linhagem causou uma preocupação tão grande na comunidade científica.

Mas isso não quer dizer que a ômicron tenha permanecido intocada nesses últimos tempos.

"Quase todas as variantes que circulam desde o final de 2021 são descendentes da linhagem B.1.1.529, a ômicron ancestral", explica o virologista Anderson Brito, pesquisador do Instituto Todos Pela Saúde.

"No Brasil, tivemos surtos causados pela ômicron BA.1 no início de 2022. Em maio do ano passado, vimos uma nova subida das infecções causada por BA.2, BA.4 e BA.5", exemplifica.

"Em outubro, passamos por surtos da BQ.1, que descende da BA.5. E agora enfrentamos a XBB, uma variante derivada da BA.2", completa.

Essa sopa de letras e números reforça um aspecto importante: o estudo e a vigilância das mutações que aparecem no coronavírus é essencial para detectar linhagens perigosas antes que elas se espalhem demais.

"Investimentos em pessoal, treinamento, equipamentos e principalmente na coordenação das ações são essenciais para que o Brasil seja capaz de realizar uma vigilância genômica ampla, representativa e em tempo oportuno, não só das variantes do coronavírus, como também de vários patógenos, como os vírus de dengue, zika e outros que geram grandes impactos à saúde pública, mas são negligenciados", diz Brito.

Mas será que existe o risco de novas VOCs aparecerem daqui em diante?

"Quanto mais o vírus infecta seus hospedeiros, mais chances ele tem de adquirir novas mutações vantajosas para a disseminação dele", responde o virologista.

"Em populações com imunidade, seja por vacinas ou infecções prévias, o coronavírus tem enfrentado barreiras para se disseminar. Com isso, devido ao seu poder de adaptação via mutações, ele só tem conseguido se manter em circulação sob a forma de variantes com maior transmissibilidade e/ou maior capacidade de evadir parte de nossas defesas imune", continua.

E a melhor ferramenta para evitar um cenário pessimista, em que novas VOCs provocam ondas de casos e mortes por covid, está, mais uma vez, na vacinação.

"As vacinas representam uma vitória contra o coronavírus, e dificilmente viveremos cenários tristes como o de abril e maio de 2021, quando a variante gama ceifou milhares de vidas todos os dias no Brasil", conclui o pesquisador.

Fonte_Folha

Deputado Distrital Jorge Vianna abre o jogo sobre o piso da enfermagem e sobre a greve de 10 de março

 


FIOCRUZ prevê aumento COVID/19

 


Divulgado nesta sexta-feira (10/3), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz indica que o aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 está avançando pelo país. Nas últimas semanas, o dado se concentrava no Amazonas e em São Paulo. Essa tendência, no entanto, já reflete nos dados nacionais e está presente no Ceará e Rio de Janeiro, além de sinal inicial no Mato Grosso do Sul e Pará. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 9, período de 26 de fevereiro a 4 de março, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 6 de março.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que os dados apontam para desaceleração do crescimento entre as crianças e adolescentes e início de crescimento entre a população adulta no cenário nacional. “O crescimento entre crianças e adolescentes está presente em estados de todas as regiões; já o aumento recente de casos na população adulta está restrito a alguns estados, porém avançando no território”, pontuou o especialista.

Gomes observa que o crescimento expressivo de SRAG observado em crianças e adolescentes (0 a 17 anos) em todas as regiões do país nas últimas semanas ainda não possui associação viral clara a partir dos dados laboratoriais já inseridos nas notificações, embora em alguns poucos estados se observe ligeiro crescimento recente de positivos para rinovírus. "O aumento de SRAG em crianças observado em estados de todas as regiões do país ainda não possui associação clara com algum vírus respiratório específico. Na Bahia, no Mato Grosso do Sul, no Paraná, em Santa Catarina e, em menor escala, em São Paulo, existe o aumento nos casos positivos para rinovírus nas crianças até 11 anos", informou o pesquisador.

O Boletim aponta para crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas). "O cenário de aumento recente de casos de SRAG associados à Covid-19 reforça a importância de adesão à campanha de vacinação, iniciada no dia 27 de fevereiro, para que não gere impacto significativo em termos de casos graves", reforçou o pesquisador. 

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,8% para influenza A; 3,0% para influenza B; 26,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 49,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 3,9% para influenza A; 3,1% para influenza B; 0,8% para VSR; e 91,4% para Sars-CoV-2.

Estados

Dezoito das 27 unidades federativas apresentam crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 9: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Na maioria desses estados, o sinal é compatível com oscilação em período de baixo volume de casos, ou estão com crescimento concentrado em crianças e adolescentes.

No Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, observa-se crescimento em praticamente todas as faixas etárias analisadas. No Amazonas, os dados laboratoriais apontam associação principalmente ao aumento de casos de Covid-19, porém aliado ao crescimento simultâneo de casos de gripe por influenza A. Já no Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, há crescimento de Covid-19 na população adulta, enquanto o quadro de crescimento expressivo nos casos de SRAG entre crianças e adolescentes ainda não é possível identificar causa específica a partir dos dados laboratoriais inseridos no sistema de notificação até o momento. 

No Pará e Mato Grosso do Sul,  também se verifica  indícios iniciais de aumento na população a partir de 80 anos, também associada à Covid-19, em quadro similar ao observado no boletim anterior no Ceará e Rio de Janeiro. No Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o crescimento está concentrado fundamentalmente nas crianças e adolescentes até o momento. No Acre, Maranhão, Roraima e Sergipe, o aumento observado ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos, embora o crescimento no AM sirva de alerta para os estados da mesma região.

Capitais

Vinte das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a semana 09: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). 

Tal como na análise estadual, a avaliação da série temporal por faixa etária nessas capitais sugere que em algumas delas tratam-se apenas de oscilação natural em período de baixo volume de casos, sem apresentar um sinal consistente de alta, ou crescimento expressivo concentrado apenas na população infantil. 

Algumas poucas apresentam crescimento recente na população idosa, potencialmente associado à Covid. Em Manaus e São Paulo, observa-se crescimento em todas as faixas etárias, assim como no dado estadual. No Rio de Janeiro, também há crescimento em praticamente todas as faixas etárias, porém em ritmo mais lento do que o observado em Manaus e São Paulo.

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