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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Brasil quer erradicar sífilis congênita


O Brasil registrou 61.441 casos de sífilis em gestantes em 2020, com 22.065 casos de sífilis congênita. A doença matou 186 brasileirinhos, além de provocar abortos e sequelas ósseas e neurológicas. A detecção e tratamento na Atenção Básica foram debatidos, na abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à sífilis e à sífilis congênita, promovida pelo Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico lançado no evento mostra certa estabilidade da sífilis na pandemia, mas o quadro é crítico.

Para o diretor de Atenção Básica, Antônio Braga Neto, “é uma vergonha” que a doença primeira infecção sexualmente transmissível – IST pandêmica, com tratamento eficaz e disponível pelo Sistema Único de Saúde – SUS, ainda precise ser pauta nacional.

Com a presença do secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiro, a abertura do evento reuniu representantes da Organização Panamericana de Saúde - OPAS/OMS, Conselho Estadual de Secretários de Saúde - CONASS e Conselho Municipal das Secretarias de Saúde - CONASEMS, na sede da OPAS/OMS, em Brasília.

O evento é transmitido ao vivo no site http://webinar.aids.gov.br/. Após a abertura, a programação prosseguiu com a apresentação a um público ampliado do Guia para certificação da eliminação da transmissão vertical do HIV e/ou Sífilis, que busca reconhecer e incentivar políticas públicas eficazes para a erradicação.

Conselheiro Vencelau Pantoja participa de mesa sobre ações integradas para a implementação da certificação e selos de boas práticas, representando o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. Pantoja é o idealizador do projeto de dispensadores de camisinhas, hoje adotado nacionalmente pelo Ministério da Saúde.

A sífilis e o HIV/AIDS acometem pessoas de todas as idades e classes sociais, mas têm perfil epidemiológico similar, com novos casos concentrando-se sobretudo entre jovens (20-29 anos), grupos de baixa renda e escolaridade, sobretudo a população em situação de rua. Para o HIV, a meta é que 95% dos casos sejam detectados, 95% estejam em tratamento antirretroviral e 95% das pessoas em tratamento antirretroviral estejam com a carga viral suprimida.

Teste Rápido – Foram realizados 8,6 milhões de testes rápidos para a detecção da sífilis em 2020, segundo dados apresentados pela Ministério da Saúde. A difusão do teste rápido precisa ser acompanhada da ampliação do tratamento, que já alcança 89,9% das gestantes diagnosticadas (Sinan/MS). O tratamento imediato da gestante e seu parceiro, reduzir o risco de transmissão.

Utilizados para triagem, os testes são de fácil execução, não exigem infraestrutural laboratorial e ficam prontos em até 30 minutos. Parecer normativo do COFEN autoriza que sejam feitos também por profissionais de nível médio, sob supervisão de enfermeiro.

Enfermagem no combate à sífilis – “O COFEN é parceiro do Ministério da Saúde no enfrentamento da sífilis, com detecção e tratamento na Atenção Básica. O enfermeiro está apto a iniciar o tratamento na UBS, mediante detecção  em teste rápido. O encaminhamento para unidades de referência distantes representa uma barreira de acessibilidade, dificultando o tratamento, que, nos casos das gestantes, é de máxima urgência”, afirma o conselheiro federal Vencelau Pantoja.

Único medicamente comprovadamente capaz de atravessar a barreira placentária e prevenir a sífilis congênita, a penicilina benzatina  pode ser administrada Nas Unidades Básicas de Saúde, mediante prescrição médica ou de enfermeiro.


Fonte_COFEN

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