segunda-feira, 9 de junho de 2014

Dia da Imunização

Prevenir é sempre melhor do que remediar. Baseada neste princípio, a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) reforça nesta quinta-feira, 9 de junho, Dia da Imunização, a importância de a população aderir às campanhas de vacinação, método mais seguro e eficaz de o organismo adquirir imunidade contra determinadas doenças.
Ao longo da vida, o corpo humano desenvolve naturalmente alguns tipos de imunidade. O primeiro deles acontece durante o período gestacional, quando o embrião recebe os anticorpos transmitidos através da placenta da mãe. A amamentação também é um importante estímulo ao sistema imunológico do bebê, já que o leite materno é composto de uma série de nutrientes e anticorpos. Outra maneira de o ser humano tornar-se resistente a determinados tipos de vírus ou bactérias é através da infecção ou do desenvolvimento de enfermidades, como gripe e doenças da infância.
Alguns tipos de anticorpos não são produzidos espontaneamente pelo organismo e é aí que as vacinas atuam. O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Sesdec, Alexandre Chieppe, destaca que a imunização conferida através da vacina é a ideal, pois a proveniente da mãe é transitória e a adquirida após o desenvolvimento de doenças torna o indivíduo mais exposto a possíveis complicações.
- Para que seja autorizado o licenciamento e o uso da vacina na população, são realizados estudos durante um longo período, o que garante sua eficácia e segurança -, ressalta.
O calendário de vacinação deve começar na mais tenra infância, já que, segundo a gerente de Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Respiratória da Sesdec, Claudia Abreu, os grupos etários mais jovens são os mais suscetíveis às doenças e, tão logo estejam vacinados, terão o risco diminuído de adoecer ou morrer em consequência de uma doença imunoprevenível.
- Se um adulto tomou todas as vacinas disponibilizadas pelo programa de vacinação desde a infância, aos 30 anos de idade está protegido contra formas graves de tuberculose, poliomielite, tétano, difteria, coqueluche e sarampo. Com o passar do tempo, outras vacinas foram incorporadas ao calendário de vacinação e uma criança chegará à vida adulta protegida de hepatite B, rotavírus, meningite por hemófilos, doença pneumocócica invasiva causada pelo meningococo C, rubéola e parotidite viral –, exemplifica.
O calendário básico de vacinação inicia-se logo após o nascimento, com vacinação BCG para os que nascem com mais de dois quilos e vacinação contra hepatite B, preferencialmente nas primeiras horas de vida. No primeiro mês, o bebê recebe a segunda dose da vacina contra hepatite B. Aos dois meses, a criança é vacinada contra tétano, difteria, coqueluche, meningite por hemófilos, rotavírus e poliomielite. Aos três meses, é administrada vacina contra doença pneumocócica e doença meningocócica invasiva. As vacinas dos dois meses são repetidas aos quatro. Aos seis meses, são aplicadas as terceiras doses de vacina contra tétano, difteria, coqueluche, meningite por hemófilos, hepatite B e poliomielite. Com sete meses, a criança toma a terceira dose de vacina contra doença pneumococo. A partir dos nove meses, passa a ser oferecida a vacina contra febre amarela para pessoas residentes em áreas de risco ou que viajarão para locais com incidência da doença. Quando a criança completa um ano de idade é administrada a vacina tríplice viral - contra sarampo, rubéola e caxumba - e é feito reforço contra o pneumococo. Aos 15 meses, é administrado o reforço das vacinas contra poliomielite, difteria, tétano, coqueluche e meningococo C. Finalmente, o segundo reforço da vacina tríplice bacteriana é administrado entre quatro e seis anos. A partir daí, são recomendados reforços com a vacina dupla/adulto - contra tétano e difteria - a cada 10 anos.
Composição e cuidados – Claudia Abreu esclarece que a composição das vacinas varia. Algumas contêm o respectivo micro-organismo vivo atenuado; em outras, o micro-organismo está morto, inativado por alguma substância; há, também, aquelas que contêm partes de micro-organismos. Segundo ela, quase todas as vacinas são acrescidas de substâncias para aumentar ainda mais a resposta imunológica e há, ainda, aquelas que contêm antibióticos e estabilizantes. Algumas vacinas são produzidas em cultivos de células, como ovos de galinha ou pato embrionados e células de rim de macaco. Independentemente da composição, a forma com que atuam no organismo é semelhante: elas promovem uma reação do sistema imunológico, que produz os anticorpos necessários para combater determinados tipos de doença. De acordo com Chieppe, eventualmente essa imunidade adquirida pode ir perdendo força ao longo dos anos, fazendo-se necessária a aplicação de doses de reforço.
Para que o princípio ativo seja mantido, as vacinas não devem ser congeladas e precisam ser armazenadas em geladeiras exclusivas, com temperatura controlada entre 2 e 8 ºC. As temperaturas devem ser verificadas, no mínimo, duas vezes ao dia e qualquer alteração percebida, interrupções no fornecimento de energia elétrica e demais condições que podem comprometer a segurança e a eficácia das vacinas deve ser registrada para resolução do problema e substituição imediata. O superintendente lembra que as contra-indicações para administração de vacina são raríssimas e variam dependendo de cada tipo.
- A vacinação é a forma mais segura e eficaz para prevenção de certas doenças. Portanto, é importante que a população participe das campanhas e procure um profissional especializado nos postos de saúde para tirar as dúvidas -, finaliza Chieppe.

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