Muitas
pessoas ainda têm dúvidas sobre o significado de dose de reforço e terceira
dose, o que acaba dando margem para o surgimento de fake news nas
redes sociais. Mas uma coisa precisa ficar clara: dose de reforço é bem
diferente de terceira dose.
A
terceira dose é quando uma pessoa toma três doses de um mesmo tipo de vacina.
No reforço, a composição do imunizante contra a Covid-19 não deve ser a mesma,
mas uma atualização feita a partir das novas variantes em circulação do
SARS-CoV-2, como acontece todo ano com a vacina da gripe, atualizada com as
novas mutações do vírus.
O presidente do Instituto
Butantan, Dimas Covas, já sinalizou que, até o momento, uma terceira dose está
descartada no Brasil, mas que é preciso pensar em uma revacinação. “As
pessoas acham que quem tomou as duas doses teria que tomar uma terceira dose
para complementar a imunidade. Não é o que tratamos aqui. Estamos falando de
uma revacinação”, comentou o presidente em coletiva de imprensa na última
semana.
O
esquema vacinal de duas doses da CoronaVac, vacina do Butantan e da
farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, se mostrou efetivo durante o Projeto
S, estudo realizado pelo Butantan no município paulista de Serrana para
entender o impacto da vacinação no controle da pandemia. A cidade ficou
protegida contra o SARS-CoV-2 com a imunização de 70% da população, que tomou
as duas doses da vacina, não necessitando de uma terceira dose.
Segunda
geração de vacinas
Ao
que tudo indica, a Covid-19 se tornará endêmica, ou seja, fará parte do nosso
calendário de vacinação. Uma pesquisa da
coalizão People’s Vaccine sugere que o mundo vai precisar de uma nova
imunização dentro de um ano.
Mas
a introdução de uma segunda geração de vacina, com as atualizações de novas
cepas do vírus, e que promete uma durabilidade maior que as atuais vacinas, só
deve acontecer depois que todas as pessoas forem imunizadas. O mundo todo vacinou, até o momento,
entre 20% e 30% da população, número relativamente pequeno para começar a
se pensar em uma revacinação.
A Organização Mundial da Saúde
alerta para o risco das doses de reforço deixarem ainda mais desigual a
distribuição de vacinas pelo mundo, sendo que a pandemia é global e,
portanto, é uma tarefa coletiva de todas as nações, e não só das mais ricas.
Fonte_BUTANTAN
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