A partir desta segunda-feira (4), o esquema vacinal
contra poliomielite passa a ser composto, exclusivamente,
por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP). A decisão do Ministério da
Saúde em substituir as duas doses de reforço com vacina oral poliomielite
bivalente (VOPb), a famosa ‘gotinha’, pela injetável levou em conta as novas
evidências científicas para proteção contra a doença. Com o avanço tecnológico,
será possível garantir uma maior eficácia do esquema vacinal.
Atualmente, há cerca de 38 mil salas de vacinação
nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país. A meta do Ministério da
Saúde é que a cobertura vacinal alcance 95% até o fim deste ano. Em 2023, a
cobertura da VIP foi de 86,5% e a de VOP 78,2%, segundo as informações contidas
na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). No Acre, os
percentuais de imunização foram de 74,35% para a VIP e 60,34% para a VOP.
Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder
Gatti, a mudança é significativa e pode ser observada no mundo inteiro. Países
como o Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais
exclusivos com a VIP.
“O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência
mundial e está substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose
da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as
nossas crianças”, explica Gatti.
O esquema vacinal anterior contemplava a
administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço
da VOP, a ‘gotinha’, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A partir de hoje, será
necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses.
Desta forma o esquema vacinal passa a ser:
2 meses – 1ª dose;
4 meses – 2ª dose;
6 meses – 3ª dose;
15 meses – dose de reforço.
Coberturas vacinais
A nova estratégia para uso do imunizante injetável
é mais um passo para garantir que o Brasil se mantenha livre da poliomielite. O
país está há 34 anos sem a doença, graças à vacinação em massa da
população.
O Brasil tem se destacado positivamente no avanço
das coberturas vacinais. Após enfrentar declínios desde o ano de 2016, em 2023
o país reverteu a tendência de queda de 13 dos 16 imunizantes do Calendário
Nacional de Vacinação. E a vacinação contra a poliomielite no país é
uma das causas do resultado positivo.
O Zé Gotinha vai se aposentar?
O famoso personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980, é o símbolo da luta
contra a poliomielite e, além disso, foi usado para alertar sobre a prevenção
de doenças imunopreveníveis. Mesmo com a mudança, ele continuará atuando em
prol da vacinação e da vida.
“O Zé Gotinha não vai desaparecer, pelo contrário,
ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI.
Ele ajuda a promover não só o SUS, mas promover a vida, promover a vacinação”,
reforça o diretor do DPNI.
Fonte _ Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário