O presidente Luiz
Inácio Lula da
Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (5) que o Ministério da Saúde,
chefiado por Nísia Trindade,
vai pagar o piso nacional da enfermagem, com retroativo desde maio.
O presidente fez o
anúncio durante discurso na 17ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em
Brasília.
"Quem leva as pessoas para tomar banho, quem vai
limpar as pessoas, dá comida, aplica injeção, mede pressão é exatamente o
pessoal de baixo que trabalha. E, por isso, esse pessoal tem que ser
valorizado. E, por isso, a ministra Nísia tomou a decisão: vai pagar o piso e
mais o atrasado desde maio e mais o décimo terceiro", afirmou Lula.
Em julgamento concluído
na semana passada, o
STF decidiu que o piso nacional da enfermagem deve ser pago aos trabalhadores
do setor público pelos estados e municípios, com previsão de
repasses federais.
Uma lei aprovada pelo
Congresso define o piso de R$ 4.750 para os enfermeiros e determina que os
técnicos da categoria recebam 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares e
parteiras, 50% (R$ 2.375).
“Tem gente que acha que o
salário de um enfermeiro, de 4 mil e pouco [reais], é caro. Mas as pessoas se
esquecem que, quando a gente vai pro hospital, o médico dá a consulta, dá o
remédio, faz a cirurgia, mas quem cuida da gente o resto do dia é exatamente o
pessoal da enfermagem. E esse trabalho não pode ser considerado menor”,
declarou Lula no evento em Brasília.
Após o evento, a ministra
Nísia confirmou que o governo federal fará repasses já considerando o piso em
nove parcelas este ano: referentes ao retroativo de maio, aos pagamentos entre junho
e dezembro, e ao pagamento do 13º salário.
No discurso, o petista
também destacou o trabalho dos profissionais de saúde durante a pandemia, que,
na avaliação de Lula, evitou que o Brasil chegasse a um milhão de mortos pela
Covid-19.
O presidente ainda fez
críticas à condução da pandemia pelo governo Jair Bolsonaro, que chamou de
"negacionista". Sem citar Bolsonaro, Lula disse que o ex-presidente é
um "genocida", que deverá ser responsabilizado por parte das mortes
ocorridas durante a crise sanitária.
Troca na Saúde
descartada
No evento, Lula também
assegurou a manutenção de Nísia Trindade no Ministério da Saúde. Nas últimas
semanas, circulou nos bastidores a informação de que integrantes do Centrão
estavam reivindicando mais espaço na Esplanada dos Ministérios em troca de
apoio a projetos de interesse do governo no Congresso. A pasta da Saúde seria
um dos alvos do grupo de parlamentares.
Lula citou notícia sobre
uma possível troca na Saúde, afirmou que cabe a ele decidir quem chefia o
Ministério e declarou que Nísia ficará na pasta até quando ele quiser. Por
isso, segundo o presidente, a ministra pode dormir "tranquila".
"Na semana passa eu liguei pra Nísia, eu tinha
visto uma nota, uma pequena nota no jornal, que tinha alguém reivindicando o
Ministério da Saúde. Eu fiz questão de ligar para Nísia, porque eu ia viajar
para fora do Brasil. Eu disse: 'Nísia, vá dormir e acorde tranquila porque o
Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e ficará até quando eu
quiser'", disse Lula.
"Eu tenho certeza
que poucas vezes na vida a gente teve a chance de ter uma mulher no Ministério
da Saúde para cuidar do povo com o coração como uma mãe cuida dos seus filhos.
E eu não tenho dúvida. Tive muita sorte com meus ministros da Saúde, mas
precisou uma mulher para fazer mais e fazer melhor", completou o petista.
Fonte_G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário