O ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, anunciou nesta quinta-feira (24) a suspensão dos descontos feitos por associações de aposentados e pensionistas, além da retenção dos valores que seriam repassados a essas entidades em maio. O dinheiro será restituído aos beneficiários do INSS já no pagamento de junho. A decisão foi tomada após a Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quarta-feira, em parceria com a Polícia Federal. Durante a coletiva, o ministro reforçou que o objetivo neste momento é garantir que os beneficiários recebam a aposentadoria integral, sem qualquer tipo de desconto não autorizado.
"Esses
recursos descontados em maio dos aposentados não irão para as associações.
Esses recursos vão ser retidos no INSS e na próxima folha de pagamento serão
restituídos aos aposentados”, afirmou o ministro.
Vinícius Marques de Carvalho revelou que mais de 6 milhões de aposentados apresentavam descontos mensais, supostamente autorizados em favor de associações. No entanto, muitos desses descontos foram realizados sem consentimento, o que levou à abertura de uma ampla investigação. Como medida imediata, todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) celebrados entre o INSS e essas entidades foram suspensos.
Débora
Floriano, diretora de Orçamento do INSS, reforçou que o suporte aos
beneficiários será feito pelos canais oficiais – o número 135 e o aplicativo
“Meu INSS”. Ela assegurou que os beneficiários não precisam ir até as agências
para bloquear os descontos, pois o processo já está suspenso.
Adriana
Venturini, da AGU, anunciou a criação de um grupo especial para responsabilizar
as entidades envolvidas, recuperar os recursos desviados e fortalecer as
políticas de prevenção a fraudes. Até o momento, foram bloqueados cerca de R$ 2
bilhões de contas ligadas às associações suspeitas. A investigação também
aponta que a maioria dos acordos firmados entre INSS e essas entidades datam de
2021 e 2022. A CGU iniciou uma auditoria em 2023, entrevistando 1.300
aposentados em todo o País, o que levou à descoberta das irregularidades,
depois que 97,6% dos ouvidos afirmaram não ter autorizado os descontos. O
relatório da CGU foi encaminhado ao INSS no segundo semestre de 2024 e resultou
em recomendações para a suspensão dos descontos.
O
ministro ressaltou que, além das associações, servidores públicos que tenham
atuado de forma negligente ou dolosa também serão responsabilizados. Um plano
de reestruturação desse sistema está sendo elaborado e será apresentado
oportunamente para assegurar que os descontos sejam feitos apenas e tão somente
quando forem formalmente autorizados pelos beneficiários.
"Estamos
falando de um esforço do governo do presidente Lula, que envolve a CGU, a AGU,
Ministério da Justiça, o INSS e outros órgãos, para reestruturar este sistema e
assegurar sua integridade", destacou o ministro.
Assessoria
Especial de Comunicação Social da Controladoria-Geral da União (CGU)
Fonte _ Gov.br
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