Promover
a integração ensino-serviço-comunidade e apoiar a permanência de estudantes que
ingressaram em universidades públicas por ações afirmativas para formar
profissionais alinhados às diferentes realidades das populações vulneráveis
atendidas no SUS. Esses são os objetivos principais do primeiro edital do Programa Nacional de Apoio à Permanência, Diversidade e
Visibilidade para Discentes na Área da Saúde (AfirmaSUS), lançado nesta
segunda-feira (25).
Ao
todo, o Ministério da Saúde vai selecionar 160 projetos de Instituições de
Ensino Superior públicas com o objetivo de desenvolver ações de ensino,
pesquisa, extensão e cultura com recorte interseccional, intercultural e
interprofissional no âmbito do Sistema Único de
Saúde. Das propostas selecionadas, 25% deverão ser de Instituição de
Ensino Superior públicas da Amazônia Legal, região estratégica por sua
diversidade sociocultural e desafios específicos.
Com
investimento de 12 milhões, o AfirmaSUS vai destinar 1.600 bolsas de até R$ 1
mil para apoiar a permanência de estudantes que ingressaram em universidades
públicas por ações afirmativas. Além dos bolsistas, outros 800 universitários
oriundos de ações afirmativas poderão participar dos projetos de forma
voluntário, totalizando até 2.400 estudantes.
A
maioria dos bolsistas, 70%, devem ser oriundos de cursos de graduação da saúde.
A inclusão de alunos de cursos de outras áreas busca potencializar os projetos
a serem desenvolvidos conforme os eixos do edital. A iniciativa também prevê
160 bolsas a docentes (tutores) e 160 bolsas para orientadores da sociedade
civil que contribuirão com saberes e práticas locais.
“O
primeiro edital do AfirmaSUS une a energia e diversidade da juventude
universitária à sabedoria das comunidades para formar os melhores profissionais
do futuro. É a universidade que aprende com a diversidade do nosso povo e atua
junto ao SUS para encurtar caminhos, organizar o cuidado e garantir que cada
pessoa seja atendida com respeito, dignidade e justiça”, destaca o secretário
de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe
Proenço.
Para
o secretário, a ação inédita abre caminho para que universidades, estudantes e
comunidades construam juntas soluções locais voltadas às populações
historicamente vulneráveis na perspectiva do sistema público de saúde, como a
redução do tempo de espera por atendimentos. “Um SUS forte precisa formar
profissionais tecnicamente excelentes e socialmente conscientes, capazes de
encurtar o caminho do usuário até o cuidado necessário, organizar fluxos e
comunicar com escuta, especialmente com povos e comunidades historicamente
invisibilizados. Queremos que cada pessoa seja atendida com respeito, dignidade
e justiça conforme sua realidade”, complementa.
Eixos
Cada
projeto deverá selecionar dois eixos para o desenvolvimento das ações, sendo
prioritária a escolha de pelo menos um entre os eixos 2 ou 5, em articulação
com as pautas centrais do Ministério da Saúde. O eixo 2 abrange ações voltadas
à redução do tempo de espera, ao fortalecimento do cuidado em redes de atenção
à saúde — com ênfase no cuidado materno-infantil, oncológica e mental —, além
de contribuições para as campanhas de vacinação.
Já o eixo 5 contempla iniciativas voltadas à inovação no acesso a informações
em saúde e ao enfrentamento a desinformações. Ao todo são cinco eixos:
1.
Estratégias
de educação para promoção da diversidade e enfrentamento às iniquidades e
assimetrias com abordagem interseccional no SUS;
2.
Fortalecimento
das estratégias para ampliação do acesso aos serviços de saúde e para promoção
do cuidado;
3.
Ações
de cuidado à saúde mental com ênfase em grupos socialmente vulnerabilizados;
4.
Valorização
dos territórios tradicionais e originários no fortalecimento da participação
social no SUS; e
5.
Estratégias
de inovação e comunicação em saúde para o cuidado de populações
vulnerabilizadas historicamente no SUS.
Resultados
A
partir da seleção dos projetos, são esperados resultados práticos no prazo de
até um ano como:
- Trajetórias
de cuidado mais curtas e previsíveis, com metas de redução progressiva nos
tempos de espera pactuadas com a rede local;
- Produção de
informações acessíveis em canais próximos aos territórios (mídias
comunitárias, avisos ativos, materiais acessíveis), reduzindo faltas e
reagendamentos nos serviços de saúde;
- Estudantes
atuando com consciência social, respeito e dignidade, integrando saberes
acadêmicos e populares;
- Comunidades
participando ativamente da formação dos futuros profissionais de saúde; e
- Universidades
formando profissionais que unem técnica, consciência social e compromisso
com o coletivo.
O
AfirmaSUS tem articulações interministeriais envolvendo o Ministério da
Igualdade Racial (MIR), Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) e
Secretária Nacional da Juventude (SNJ)
Inscrições
Instituição
de Ensino Superior (IES) pública interessada em participar do edital AfirmaSUS
deverá encaminhar a proposta de projeto via portal, de 11
a 30 de setembro, por meio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas ou órgão
equivalente. As IES públicas multicampi da região da Amazônia Legal poderão
submeter até três propostas, uma por campus.
Fonte _ Saúde.gov
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