Com
o reforço das ações de bloqueio contra o sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde, em
parceria com as equipes estaduais e municipais de saúde, tem avançado no
controle dos casos importados — aqueles em que a infecção ocorreu fora do país.
Em Campos Lindos (TO), município que registra o maior número de casos, com 18
confirmações, o último caso foi confirmado em 6 de agosto. Desde 21 de julho,
equipes atuam no território para intensificar a vacinação. Atualmente, não há
transmissão sustentada do sarampo no Brasil.
“Nos
primeiros cinco casos importados deste ano [dois no estado do Rio de Janeiro,
um no Distrito Federal, um em São Paulo e um no Rio Grande do Sul], o
Ministério da Saúde, com apoio de gestores locais, respondeu imediatamente com
ações de contenção. O rastreamento dos contatos e o reforço da vacinação foram
essenciais para impedir o surgimento de novos casos nas regiões. Em Tocantins,
estamos adotamos a mesma estratégia”, destacou o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti.
Ainda
segundo o diretor, os casos importados no Brasil são esperados devido à pressão
externa provocada por surtos em países vizinhos. A principal preocupação do
Ministério da Saúde é com brasileiros que viajam para regiões afetadas,
especialmente para países da América do Norte, que concentra a maior parte dos
casos das Américas - de 10,1 mil casos registrados em países do continente, 9,8
mil são no Canadá, Estados Unidos e México.
A
medida mais eficaz para a prevenção da doença e o controle de surtos e
epidemias é a vacinação, disponível para pessoas de 6 meses a 59 anos em todas
as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do país. Neste ano, o Ministério da Saúde já
distribuiu mais de 13,6 milhões de doses da vacina tríplice viral. A cobertura vacinal da primeira
dose ultrapassa 90%, e os estoques estão garantidos em todo o país.
Como
parte da resposta, o Ministério da Saúde enviou à Bolívia 660 mil doses da
vacina contra o sarampo neste ano. O país enfrenta um surto da doença, com mais
de 200 casos confirmados. Essa medida busca reforçar as ações de proteção e
evitar a reintrodução do vírus no Brasil, que permanece como país livre do
sarampo, conforme certificação recebida da Organização Mundial da Saúde em 2024.
Dose
Zero (D0)
Outra
estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para conter a transmissão do
sarampo é a aplicação da chamada “dose zero” — uma dose extra da vacina,
indicada prioritariamente para crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias de
idade, em contextos de maior risco devido à circulação do vírus.
A
partir de maio, a dose começou a ser aplicada em estados e regiões considerados
mais vulneráveis pela proximidade com as fronteiras, como Acre,
Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia,
Roraima, Santa Catarina e Tocantins.
No
Rio Grande do Sul, a recomendação é voltada para municípios de fronteira com a
Argentina e o Uruguai, além de cidades turísticas, universitárias e com alto
fluxo de pessoas. Em São Paulo, a dose zero é indicada para as Regiões
Metropolitanas da capital, de Campinas e da Baixada Santista. Até o momento,
mais de 82 mil doses zero já foram aplicadas.
Dia
D contra o sarampo
Desde
a confirmação dos primeiros casos importados no Brasil, o Ministério da Saúde e
as secretarias estaduais e municipais realizaram grandes mobilizações, como o
Dia D contra o sarampo, voltadas ao bloqueio da transmissão.
Em
Tocantins, mais de 74 mil doses de vacinas foram disponibilizadas para os 139
municípios tocantinenses, incluindo Campos Lindos. Os municípios de Balsas (MA)
e Imperatriz (MA) também receberam reforço na vacinação, devido à proximidade
com a região onde os casos foram registrados.
Além
de Tocantins, o Dia D foi realizado em cidades do Acre, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, localizadas na fronteira com a Bolívia.
Cerca de 3 mil pessoas foram vacinadas. Somente o Acre aplicou 1,8 mil doses —
quatro vezes mais que na vacinação de rotina, que registra, em média, 436
doses.
Fonte _ Saúde.gov
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