O presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta quarta-feira (28) em rede social que revogou o decreto que
autorizava o Ministério da Economia a realizar estudos sobre a inclusão das
Unidades Básicas de Saúde (UBS) dentro do Programa de Parcerias de Investimentos
da Presidência da República (PPI).
Na postagem, Bolsonaro fala em
decreto “já revogado”. Até o horário da publicação, no entanto, a anulação do
documento ainda não tinha sido publicada no “Diário Oficial da União”. Segundo
a Secretaria-Geral da Presidência da República, a divulgação ocorrerá ainda
nesta quarta.
“Temos atualmente mais de
4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto Atendimento
(UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras,
aquisição de equipamentos e contratação de pessoal”, diz Bolsonaro na postagem.
“O espírito do Decreto 10.530,
já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos usuários
buscar a rede privada com despesas pagas pela União”, prossegue.
‘Obscuro’, ‘apressado’ e ‘inconstitucional’:
especialistas analisam decreto sobre privatização de postos de saúde do SUS
Com pandemia e plano de privatizações empacado, leilões do governo agora são
promessa para 2021 e 2022
Meia hora depois, Bolsonaro
editou a publicação e adicionou mais um trecho, em que fala de uma possível
reedição do decreto.
“A simples leitura do Decreto
em momento algum sinalizava para a privatização do SUS. Em havendo entendimento
futuro dos benefícios propostos pelo Decreto o mesmo poderá ser reeditado”,
escreveu.
Decreto – O decreto sobre
o tema foi publicado na terça (27), assinado por Bolsonaro e pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes. O texto permitia que a pasta fizesse estudos para
incluir as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dentro do Programa de Parcerias de
Investimentos da Presidência da República (PPI).
O PPI é o programa do governo
que trata de privatizações, em projetos que incluem desde ferrovias até
empresas públicas.
O texto do decreto 10.530
afirma que a “política de fomento ao setor de atenção primária à saúde” estaria
“qualificada” para participar do PPI.
Segundo o decreto, os estudos
sobre as UBS deveriam avaliar “alternativas de parcerias com a iniciativa
privada para a construção, a modernização e a operação de Unidades Básicas de
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Fonte_COFEN
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