Membros
do Grupo dos 20 (G20) analisaram, nesta terça-feira (4),
mecanismos para uso da inteligência artificial e da tecnologia
digital na medicina. O debate foi parte de evento paralelo do
Grupo de Trabalho da Saúde, que está reunido em Salvador (BA) ao longo desta
semana.
Durante
o evento, as comitivas concordaram que a IA já é uma realidade
que promove a eficiência dos serviços. Ponderaram, no entanto, que há a
necessidade de regulações para garantir a segurança dos pacientes e mitigar
desigualdades e disparidades existentes no acesso à saúde. Austrália, Reino
Unido, Indonésia, União Europeia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e
China foram algumas das representações que endossaram esse conceito.
“Acredito
que o fundamental é que aqui, coletivamente, pudemos identificar o papel
central do uso da inteligência artificial, com ética, uso responsável, com
educação e com inclusão. Acredito que ficou claro que ela não é apenas uma
ferramenta para dar mais força ao serviço. É, também, para orientar e
desempenhar uma saúde eficaz, levando em conta sua gestão, potencialidade. A IA
tem de ser usada para uso comum e qualidade dos serviços de todos os cidadãos
com equidade e transparência”, afirmou a secretária de Informação
e Saúde Digital, Ana Estela Haddad.
A
pauta debatida no GT vai ao encontro de uma das ações previstas no Brasil sobre
IA. Serão investidos R$ 42 bilhões até 2026 na estratégia nacional para o
desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O programa de
desenvolvimento brasileiro prevê a retomada dos investimentos em iniciativas
locais com foco tecnológico e inovador, como na inteligência artificial para a
detecção precoce de doenças, por exemplo.
“Temos
de apoiar e nos dedicar a discutir a relação da IA e saúde. Especialistas estão
disponíveis para essa função. Há países em que organizações ainda não estão
envolvidas e queremos incluir esses países. Temos um longo caminho pela frente
e pouco tempo para fazer isso acontecer”, destacou, na mesa de abertura do
evento, Kerri Elgar, analista de política sênior da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No
encontro, a representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que
é necessário superar obstáculos especialmente no que se refere à equidade no
acesso. Também ressaltou que os riscos não podem ser maiores que os benefícios
para salvar vidas por meio da IA.
“Exemplo
do bom uso da IA foi para diagnóstico e tratamento da Covid-19. Fazendo bom uso
dela, vamos garantir a segurança para todos os cidadãos e cidadãs das Américas.
Os países do G20 precisam contribuir para buscarmos a vantagem das tecnologias
sem deixar ninguém para trás”, defendeu a representante da Opas no Brasil,
Socorro Gross.
País
em desenvolvimento convidado para o GT Saúde, a delegação de Angola informou
que está usando tecnologia para melhorar o acesso à população com foco nas
áreas periféricas. Os desafios do país, no entanto, ainda estão na
telemedicina, que está crescendo, mas ainda não cobre todo o território. A
delegação angolana também destacou que está comprometida em investir e treinar
continuamente os profissionais particularmente nessa área.
O
G20
Fórum
de cooperação econômica que reúne as principais potências econômicas do mundo,
o Grupo dos 20 (G20) será presidido pelo Brasil até novembro de 2024. Os
assuntos prioritários estabelecidos pelo governo brasileiro são combate à fome,
pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável
(econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
Além
da União Europeia e da União Africana, fazem parte do G20: África do Sul,
Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia
do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino
Unido, Rússia e Turquia.
Fonte_ Saúde
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