Imuniza SUS

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

OAB da Enfermagem

 


O debate recente sobre segurança do paciente reforça a urgência de avançar na criação do Exame de Proficiência da Enfermagem. O exame, defendido pelo Conselho Federal de Enfermagem desde 2016, tramita em novo PL na Câmara, que aguarda relatoria na Comissão de Saúde desde junho.

“A nossa preocupação central é com qualidade da assistência ao paciente”, destaca a conselheira e deputada federal Ana Paula Brandão (PODE-CE). “A Enfermagem é uma profissão de alta complexidade técnica e erros podem ser fatais. Conhecimento adequado é o mínimo que se espera de quem lida com a vida humana”, afirma a Ana Paula, autora do Projeto de Lei 1329/2025, que cria o Exame de Proficiência em Enfermagem como requisito obrigatório para o exercício da profissão.

“Avançou no Senado da criação do Exame de Proficiência para médicos. São questões intrinsecamente relacionadas. A equipe de Saúde trabalha junta, e a Enfermagem, por estar em contato direto com o paciente, muitas vezes é uma barreira de proteção contra erros de prescrição”, afirma a deputada. “É hora de fazer o PL 1329 avançar!”.

“A implementação do Exame de Proficiência representaria também um avanço na valorização da Enfermagem. Temos visto, há mais de uma década, a proliferação de cursos, muitas vezes sem a qualidade necessária. Os Conselhos de Enfermagem, por sua atuação nos processos ético-disciplinares, entendem a gravidade de lacunas na formação”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

O exame seria regulamentado e realizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e aplicado pelos respectivos Conselhos Regionais. Outras profissões regulamentadas, como advocacia e da contabilidade, já exigem exames para a habilitação profissional. Nesta semana, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou do PL 2.294/2024, que altera a Lei do Exercício Profissional e torna obrigatório exame de suficiência para obtenção do registro.

Fonte _ Cofen

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

InfoGripe ressalta importância da vacina contra o VSR

 


Divulgado nesta quinta-feira (4/12), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que até 29 de novembro deste ano foram registrados no país 43,7 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), sendo que 82% ocorreram em crianças menores de dois anos. De acordo com a análise, a vacina contra o VSR, agora disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pode ser importante para a redução das internações pelo vírus em 2026.

“É fundamental que as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez, vacinem-se contra o VSR, garantindo que seus filhos fiquem protegidos. Grávidas fazem parte do grupo prioritário. A recomendação é tomar a dose única a cada gestação”, reforça a pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella.

A atual análise do InfoGripe é referente à Semana Epidemiológica (SE) 48, período de 23 a 29 de novembro. O InfoGripe é uma estratégia do SUS voltada ao monitoramento de casos de SRAG no Brasil. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

No cenário nacional, os casos de SRAG apresentam sinal de queda nas tendências de longo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Apenas os estados de Roraima e Rondônia apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas).

Em Roraima, o aumento de SRAG tem sido impulsionado pelo rinovírus, especialmente nas crianças e adolescentes, e pelo adenovírus nas crianças de até dois anos. Em Rondônia, o crescimento de SRAG ocorre na população idosa, porém ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus responsável. 

Embora os casos graves por influenza A já tenham diminuído consideravelmente no Centro-Oeste e mostrem sinais de início de queda em boa parte do Sudeste e na Bahia, o vírus continua sendo a principal causa de SRAG entre jovens e adultos de 15 a 49 anos, além de permanecer como uma das principais causas de hospitalização por SRAG entre os idosos, junto com a Covid-19.



Sete estados contam com incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe.

“Apesar de não apresentarem tendência de aumento, a alta de SRAG nesses estados se concentra principalmente nas crianças e adolescentes de 2 até 14 anos e é causada por diversos vírus respiratórios, sendo o principal o rinovírus. Contudo, em alguns desses estados, a influenza A, o adenovírus, o metapneumovírus e o VSR também tem contribuído para essa alta”, observa a Portella.

A análise também verificou que três das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 48: Aracajú (Sergipe), Porto Velho (Rondônia) e Boa Vista (Roraima).

Ano epidemiológico

Em 2025, foram notificados 218.244 casos de SRAG, sendo 114.487 (52,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 80.878 (37,1%) negativos e ao menos 8.859 (4,1%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se 38,2% para VSR; 29% para rinovírus; 23,1% para influenza A; 8,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% para influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 38,4% para rinovírus; 24,3% para influenza A; 13,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 5,6% para VSR; e 2,5% para influenza B.

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 12.847 óbitos de SRAG, sendo 6.536 (50,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.118 (39,8%) negativos e ao menos 203 (1,6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os óbitos positivos do ano corrente, observou-se 48,5% por influenza A; 24,1% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14,6% por rinovírus; 11,2% por VSR; e 1,8% por influenza B. Os óbitos nas últimas quatro semanas foram decorrentes em 40,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 28,9% de influenza A; 16,2% de rinovírus; 3,6% de VSR; e 2,5% de influenza B. 

Fonte _ FioCruz

Ministério da Saúde lança programa de formação técnica para o SUS

 


Expandir e descentralizar a oferta de cursos e especializações técnicas de forma alinhada às necessidades das redes prioritárias de atenção à saúde. Esse é um dos principais objetivos do Programa Nacional de Formação Técnica para o SUS (Formatec-SUS), instituído pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 9.038, publicada hoje (4). Neste primeiro ciclo (2025 a 2026), serão ofertadas mais de 6 mil vagas em cursos técnicos e 15 mil para especialização técnica, articuladas ao Agora tem Especialistas (ATE) para qualificar e ampliar os serviços de saúde à população.

O primeiro curso a ser realizado no âmbito do programa é o de Técnico em Órteses e Próteses, destinado a trabalhadores do SUS e a jovens e adultos em busca da formação técnica na área da saúde. Já em dezembro, por meio da parceria entre a pasta e a Universidade Federal Fluminense (UFF), serão contemplados 139 profissionais que atuam nas Oficinas Ortopédicas do SUS e novos profissionais para provimento na Rede de Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência.

"Esse programa foi um pleito do presidente Lula e dos movimentos sociais por mais formação na área de saúde. A iniciativa vem somar às ações dos programas ATE e Mais Médicos, que viabilizaram a implementação de mais de 53 mil equipes multiprofissionais na atenção primária, nos 5.571 municípios do país. Essa iniciativa via reduzir o tempo de espera por atendimentos a partir da ampliação de vagas em Unidades Básicas de Saúde e nos atendimentos em telessaúde", aponta o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço.

Adesão

Para aderirem ao Formatec-SUS, os entes federativos e as instituições públicas de ensino habilitadas precisam preencher um formulário específico disponível no Sistema de Mapeamento da Educação na Saúde (SIMAPES).

Para as demais instituições de ensino, a adesão ocorrerá por meio do envio do Termo de Adesão constante no Anexo II da portaria, no ato de formalização do respectivo instrumento de parceria.

Cenário brasileiro

De acordo com dados coletados pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), trabalhadores técnicos de nível médio correspondem a 36,86% da força de trabalho do SUS, e quando somados aos trabalhadores de nível médio, representam mais da metade dos trabalhadores do SUS e representam a base estruturante da assistência do sistema público de saúde.

“Existe a necessidade de ampliar o acesso à atenção em saúde e atender a crescente demanda por formação técnica profissional de nível médio e especialização técnica em áreas estratégicas do SUS”, destaca o diretor do DEGES, Fabiano Ribeiro.

O Formatec-SUS também está conectado ao Novo PAC Saúde, que prevê R$ 6 bilhões em investimentos com impacto direto na demanda de emprego para profissionais técnicos nos serviços de saúde, a partir da criação de vagas em multiáreas: 1.200 para técnicos em enfermagem e especializações em Saúde da Família; 2.250 em especialização em Urgência e Emergência; 7 mil técnicos em enfermagem e informática em saúde para o trabalho; 1.200 para técnicos de enfermagem com especialização em saúde mental e técnicos em radiologia e saúde bucal.

De acordo com a diretora do Centro Profissional e Tecnológico Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Maria Soraya Franco, “o programa vai qualificar nossos profissionais técnicos, fortalecendo a atenção básica, além de focar na promoção da equidade e na interiorização da educação profissional em saúde no Brasil. Trata-se de uma política estruturante que, por meio da educação permanente, vai permitir ampliar o conhecimento desses profissionais.”

Estrutura do Formatec-SUS

Áreas, cursos e regiões prioritárias para seleção ao programa:

  • Cursos técnicos: enfermagem; equipamentos biomédicos; órteses e próteses; radiologia; e saúde bucal;
  • Cursos de especialização técnica: obstetrícia e neonatologia; Unidade de Terapia Intensiva - UTI adulto; UTI neonatal; oncologia; centro cirúrgico; instrumentação cirúrgica; terapia intensiva; radioterapia; mamografia; e densitometria óssea;
  • Regiões prioritárias: Norte, Nordeste e Centro-Oeste, conforme déficit assistencial e capacidade formativa.

Fonte _ Saúde.gov

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Cofen e Frente Parlamentar apresentam ao Senado proposta de inclusão de técnicos e auxiliares de Enfermagem no plenário

 


O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em conjunto com a Frente Parlamentar da Enfermagem, cumpriu nesta terça-feira (2) uma agenda institucional no Senado Federal para apresentar à relatora do Projeto de Lei nº 4.413/2021, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), e ao presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Marcelo Castro (MDB-PI), a proposta aprovada pelo plenário do Cofen que prevê a inclusão de técnicos e auxiliares de Enfermagem no plenário da Autarquia. A iniciativa, construída em parceria com entidades representativas da categoria, busca ampliar a representatividade das diferentes formações profissionais no Sistema Cofen/Conselhos Regionais.

Participaram das reuniões o presidente do Cofen, Manoel Neri; o conselheiro federal Antônio Neto; a deputada federal e conselheira do Cofen, Ana Paula Brandão; o deputado federal e presidente do Coren-MG, Bruno Farias; a deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ); o ex-senador Valdir Raupp; o assessor parlamentar Thiago Paulino; o assessor Robson Oliveira; e o representante do Sindate-DF, Newton Batista. As delegações foram recebidas pelos senadores Marcos Rogério (PL-RO), Marcelo Castro (MDB-PI), Jaime Bagattoli (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF).

Além da entrega da proposta relacionada ao PL nº 4.413/2021, foram apresentadas outras pautas relevantes para a Enfermagem, entre elas a Proposta de Emenda à Constituição nº 19/2024, que trata da jornada máxima de 30 horas semanais, e a preocupação crescente com a violência contra profissionais da área — tema para o qual foi sugerida a realização de audiência pública conjunta entre Senado e Câmara.

Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a agenda reforça o compromisso institucional da Autarquia com a valorização da categoria. “Levar ao Senado a proposta de inclusão de técnicos e auxiliares no plenário do Cofen representa um avanço democrático e necessário. A Enfermagem é uma profissão plural, e a composição do plenário deve refletir essa realidade. Nosso trabalho é garantir que todas as vozes da categoria sejam ouvidas e consideradas nos espaços de deliberação”, afirmou.

Fonte _ Cofen

Instituto Butantan firma parceria com biotech americana para desenvolver vacina contra a raiva com nova tecnologia de RNA

 


O Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, fechou um acordo de licenciamento de tecnologia e colaboração com a Replicate Bioscience para o desenvolvimento e comercialização de uma vacina de RNA mensageiro autorreplicante para profilaxia pré e pós-exposição contra a raiva.

A Biotech, sediada em San Diego, na Califórnia (EUA), criou uma plataforma de RNA autorreplicante (srRNA, na sigla em inglês) para desenvolvimento de vacinas e terapias no contexto de doenças infecciosas, imunologia e outras áreas terapêuticas. O srRNA refere-se a um tipo específico de molécula de RNA mensageiro (mRNA) expressar os antígenos de interesse e aumentar a resposta imune. 

As vacinas de srRNA estão na fronteira de desenvolvimento e inovação de tecnologias com base em mRNA. A Replicate é uma das poucas empresas no mundo que detém por completo essa tecnologia, que já foi testada em humanos com resultados promissores. Ou seja, é uma tecnologia de vacinas de mRNA nova, diferente daquelas que estão hoje no mercado, e que já demonstrou ser promissora e ter bom perfil de segurança, o que permite a continuidade dos estudos clínicos.

O acordo entre Butantan e Replicate possibilita ao Instituto incorporar uma tecnologia de ponta em carteira de produtos em desenvolvimento e amplia oportunidades de novas vacinas com esta plataforma.


Nos termos do acordo, o Instituto Butantan conduzirá ensaios clínicos de registro da nova vacina antirrábica de srRNA e, caso tenha sucesso, comercializará a vacina no Brasil e na América Latina. Já a Replicate transferirá o processo de fabricação para a unidade de produção de vacinas de mRNA do Butantan, e será responsável pelos mercados fora da América Latina.  

“É uma parceria que pode trazer grandes benefícios para a saúde pública. Uma tecnologia de ponta, inovação e ciência para o enfrentamento da raiva. Estamos muito entusiasmados com a parceria que reforça o papel estratégico do Instituto Butantan como polo de inovação e ciência”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás.

“É uma honra colaborar com o Instituto Butantan, líder global na luta contra doenças infecciosas mortais. Consideramos essa uma oportunidade empolgante para avançar clinicamente com a vacina antirrábica de srRNA da Replicate em parceria com o Butantan e expandir nossas estruturas científicas, operacionais e de produção que podem ser aplicadas a outras doenças”, diz o CEO da Replicate, Nathaniel Wang.

Em um estudo clínico de fase 1 conduzido pela Replicate, o candidato a imunizante, que tem o nome de RBI-4000, demonstrou ótima imunogenicidade, com bioatividade duradoura em baixas doses, acompanhada de reatogenicidade leve/moderada, em contraste com outras tecnologias de vacinas de mRNA. 


O Instituto Butantan financiará o desenvolvimento do RBI-4000 para profilaxia pós-exposição e pré-exposição e terá direitos comerciais no Brasil e América Latina. A Replicate terá direito a royalties sobre as futuras vendas do produto pelo Butantan, mantendo os direitos sobre o RBI-4000 em outros mercados. Além disso, ambas instituições compartilharão os dados gerados ao longo da parceria. 

A colaboração também deverá acelerar a melhoria do armazenamento em cadeia fria e da termoestabilidade do imunizante. Isso poderá impulsionar a adoção da tecnologia de srRNA e proporcionar uma vantagem de custo em relação às tecnologias de vacinas convencionais.

Fonte _ Butantan

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Vacina contra o vírus sincicial respiratório começa a ser distribuída em todo o país

 


Ministério da Saúde inicia, nesta terça-feira (2), a distribuição nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). O primeiro lote, com 673 mil doses, será enviado a todos os estados e ao Distrito Federal. A imunização, ofertada gratuitamente pelo SUS, é destinada a gestantes a partir da 28ª semana e tem como objetivo reduzir casos de bronquiolite em recém-nascidos. Com a chegada das doses, estados e municípios poderão iniciar imediatamente a vacinação nos postos de saúde.

“Esse é mais um passo decisivo para proteger gestantes e recém-nascidos de uma das infecções respiratórias mais graves do período neonatal. A chegada dessa vacina é uma novidade e reforça o compromisso do SUS com a prevenção e com o cuidado integral das famílias brasileiras”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 

O lote inicial integra a compra de 1,8 milhão de doses feita pela pasta. As entregas seguem calendário pactuado com estados e municípios. O DF é a primeira unidade da federação a receber as doses. Os demais estados recebem entre os dias 2 e 3 de dezembro. As entregas são feitas por modal aéreo, rodoviário e multimodal, seguindo logísticas de cada estado. O Ministério da Saúde vai garantir o abastecimento necessário para a execução das estratégias locais de vacinação.   


A oferta da vacina no SUS, que na rede privada pode custar até R$ 1,5 mil, foi viabilizada por meio de acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor, que assegurou a transferência de tecnologia ao Brasil. Com isso, o país passará a fabricar o imunizante, ampliando autonomia e acesso da população a essa proteção. 

Importância da vacinação 

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% dos casos de pneumonia em crianças menores de dois anos. A vacina oferece proteção imediata aos recém-nascidos, reduzindo hospitalizações. 

Em 2025, até a 22 de novembro, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por VSR. Desses casos, a maior concentração de hospitalizações ocorreu em crianças com menos de dois anos de idade, totalizando mais de 35,5 mil ocorrências, o que representa 82,5% do total de casos de SARG por VSR no período.

Como a maioria dos casos é decorrente de infecção viral, não existe um tratamento específico para a bronquiolite. O manejo é baseado apenas no tratamento dos sinais e sintomas que incluem: terapia de suporte; suplementação de oxigênio, conforme necessário; hidratação; e uso de broncodilatadores, (substâncias que promovem a dilatação das pequenas vias aéreas nos pulmões), especialmente quando há chiados evidentes. 

Quem deve se vacinar? 

O grupo prioritário para receber essa vacina são todas as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez. Não há restrição de idade para a mãe. A recomendação é tomar dose única a cada nova gestação. 

Com a chegada das doses às Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Ministério orienta as equipes a verificarem e atualizarem a situação vacinal das gestantes, incluindo influenza e covid-19, uma vez que a vacina contra o VSR pode ser administrada simultaneamente a esses imunizantes. 

A eficácia dessa estratégia foi comprovada em estudos clínicos, como o Estudo Matisse: a vacinação materna demonstrou uma eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês durante os primeiros 90 dias (três meses) após o nascimento. 

Veja a quantidade das primeiras doses que serão distribuídas aos estados 

UF 

Doses 

Acre 

3.800 

Alagoas 

12.430 

Amapá 

3.460 

Amazonas 

18.820 

Bahia 

44.525 

Ceará 

29.030 

Distrito Federal 

9.465 

Espírito Santo 

13.935 

Goiás 

24.530 

Maranhão 

25.480 

Mato Grosso 

15.580 

Mato Grosso do Sul 

10.755 

Minas Gerais 

62.165 

Pará 

33.050 

Paraíba 

13.570 

Paraná 

37.120 

Pernambuco 

30.700 

Piauí 

11.170 

Rio de Janeiro 

46.720 

Rio Grande do Norte 

10.340 

Rio Grande do Sul 

32.330 

Rondônia 

6.250 

Roraima 

3.490 

Santa Catarina 

25.865 

São Paulo 

134.555 

Sergipe 

7.680 

Tocantins 

6.180 

Brasil 

673.000 

 

Fonte _ Saúde.gov

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Butantan completa entrega de vacina contra bronquiolite para gestantes ao Ministério da Saúde

 


O Instituto Butantan completou a entrega de 1,8 milhão de doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), produzida em parceria com a farmacêutica norte-americana Pfizer, para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. 

Essa é a primeira vez que o imunizante, indicado para gestantes como forma de proteger recém-nascidos de bronquiolite e pneumonia, será distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS), para onde as vacinas do PNI são encaminhadas. 

“Do ponto de vista de saúde pública, a vacina é inédita para gestantes ao prevenir o adoecimento e a morte de bebês pelo vírus sincicial respiratório; e, do ponto de vista tecnológico, também é inovadora por ser uma tecnologia que acabou de ser incorporada ao Sistema Único de Saúde”, afirma o diretor de Novos Negócios do Butantan, Tiago Rocca.


SUS terá vacina contra VSR pela 1ª vez

A entrega faz parte de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) assinada em setembro pelo Ministério da Saúde, Butantan e Pfizer. Além da remessa de doses, a ação prevê a transferência tecnológica da vacina para o Instituto e a produção nacional de até 8 milhões de doses anuais a serem ofertadas à rede pública de saúde. As PDPs são realizadas entre instituições públicas e privadas, com o objetivo de ampliar o acesso a medicamentos, produtos e novas tecnologias no SUS.

A parceria com a Pfizer também é inédita e envolve, além da transferência de tecnologia, o fornecimento conjunto da vacina.

“O Butantan vai produzir todo o produto, desde o IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo], até o imunizante acabado no nosso complexo industrial, que é um preceito da PDP. Iniciando o primeiro fornecimento, já começaremos a transferência de tecnologia, que já está planejada junto com o parceiro”, destaca Tiago Rocca.


Vacina VSR é eficaz na proteção contra bronquiolite

A vacina contra o VSR tem potencial para prevenir ao menos 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e deve beneficiar aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos, segundo o Ministério da Saúde.

Após ser administrada em mulheres grávidas, o imunizante demonstrou 81,8% de eficácia em recém-nascidos durante os primeiros três meses de vida, segundo estudo clínico de fase 3 publicado na The New England Journal of Medicine. 

A pediatra Carolina Barbieri, que é gerente médica do Butantan, destaca a importância da vacinação contra o VSR e o impacto da imunização na gestante e no bebê. 

“Essa vacina promove imunização ativa na gestante, com o objetivo de gerar anticorpos e passagem dos anticorpos maternos pela placenta ou pelo leite materno aos recém-nascidos, a chamada imunização passiva.”, esclarece.


Porque o VSR é perigoso para bebês e crianças pequenas

O Vírus Sincicial Respiratório ataca as vias respiratórias e os pulmões, sendo transmitido por tosse, espirros e objetos contaminados. Seus sintomas lembram o de um resfriado na maioria das pessoas, mas a doença tende a se agravar em bebês e crianças pequenas por questões imunológicas.

O VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite (infecção nos bronquíolos, por onde se transporta o ar para os pulmões) e 60% das pneumonias (inflamação nos pulmões causada por bactérias, vírus ou fungos) em crianças com menos de dois anos. A cada cinco crianças infectadas pelo VSR, uma necessita de atendimento ambulatorial e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida, segundo o Ministério da Saúde. 

“O VSR causa inflamação dos bronquíolos, o que diminui a passagem de ar e pode causar dificuldades respiratórias e hospitalizações. Nas crianças muito pequenas, o quadro é mais grave porque as ramificações dos bronquíolos são ainda menores, dificultando a passagem de ar, causando crise de sibilância (chiado no peito) e insuficiência respiratória, que pode levar a óbito”, afirma Carolina Barbieri. 

“Outro fator que agrava a doença nos bebês é o acúmulo de secreções nas vias aéreas, que tende a ser mais difícil de ser removida pela dificuldade de assoar o nariz e de mobilizar as secreções nas vias aéreas deles”, completa a pediatra. 

Até outubro de 2025, o VSR foi responsável por 40,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que exigiram internação em crianças menores de dois anos, de acordo com o Boletim InfoGripe. 

Como forma de prevenir a infecção nos bebês, mais vulneráveis ao vírus, o imunizante será indicado para as gestantes a partir da 28ª semana de gestação. 

“Os estudos clínicos indicam que neste prazo a vacina é segura para gestantes e promove tempo hábil de produção de anticorpos e o repasse deles para o bebê. Porém, a vacina precisa ser tomada até 14 dias antes do parto para garantir a proteção adequada para a criança”, alerta Carolina Barbieri.

Fonte _ Butantan