O
Brasil recebeu, nesta quinta-feira (18/11), o certificado da Organização
Mundial da Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão vertical do HIV – da mãe
para o bebê. A entrega do certificado foi feita pelo diretor da Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas/ OMS), Jarbas Barbosa, ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante cerimônia em
Brasília. Para a OMS, o Brasil alcançou um marco histórico.
“Eliminar
a transmissão do HIV de mãe para filho é uma grande conquista de saúde pública
para qualquer país, especialmente um tão grande e complexo como o Brasil”,
afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “O Brasil mostrou
que, com compromisso político sustentado e acesso equitativo a serviços de
saúde de qualidade, todo país pode garantir que toda criança nasça livre do HIV
e que toda mãe receba o cuidado que merece”.
No
Dia Mundial de Luta contra a Aids (1/12), o Ministério da Saúde anunciou também
que o Brasil alcançou a menor taxa de mortalidade pela doença dos últimos anos.
Tais avanços são resultados da ampliação da testagem e oferta de tratamentos
mais modernos no Sistema Único de Saúde (SUS). A Fiocruz é parte fundamental
deste processo, com frentes de atuação que reforçam seu papel como Instituição
Pública Estratégica de Estado. A Fundação tem atividades abrangentes em áreas
de pesquisa, prevenção, diagnóstico e tratamento, além de formulação de
políticas públicas.
O
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes
Figueira (IFF/Fiocruz) oferece assistência especializada e desenvolve pesquisas
que contribuem para o avanço na resposta ao HIV. Entre os serviços, destacam-se
a Enfermaria de Doenças Infecciosas Pediátricas (Dipe), o acompanhamento
pré-natal de gestantes vivendo com HIV, além da distribuição de preservativos
masculinos e femininos e a promoção de eventos educativos.
O
IFF conduz também estudos sobre a construção do vínculo mãe-bebê quando se vive
com HIV no período de gestação e maternidade, o abandono do tratamento em
capitais como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Manaus, as experiências com a
profilaxia pré-exposição (PrEP) para HIV por mulheres cisgênero e transgênero,
as permanências da epidemia de significados de HIV/Aids após 45 anos e o
desenvolvimento motor e os fatores contextuais em lactentes expostos ao HIV.
Essas ações reforçam o compromisso institucional da Fiocruz com a prevenção, o
cuidado integral e a produção de conhecimento para enfrentar os desafios
impostos pelo HIV.
O
Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), fornece ao SUS
anualmente dez antirretrovirais. Além disso, há, atualmente, seis projetos de
pesquisa e outros internos de desenvolvimento de medicamentos para novas
formulações. Farmanguinhos é pioneiro na produção nacional de antirretrovirais
(ARVs) como Zidovudina (AZT) – o primeiro medicamento para o tratamento da
doença. Em 1999, a história com os ARVs se iniciou com a produção do AZT para
distribuição em todo o país. O Instituto manteve o protagonismo com o
licenciamento compulsório do Efavirenz, em 2007. O processo foi crucial para a
redução de custos e permitiu o acesso universal.
Fiscalização
e controle de qualidade
A
Fundação atua também no controle de qualidade envolvendo prevenção e
diagnóstico: o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/
Fiocruz) verifica a segurança dos preservativos masculinos – são realizados
testes físicos, para atestar sua resistência; testes microbiológicos, para
averiguar sua assepsia; e testes de citotoxicidade, para assegurar que seu
material não será tóxico para os usuários. O INCQS avalia também a conformidade
de kits de detecção do HIV.
O
INCQS age ainda na área de medicamentos e de produtos empregados em terapias e
transfusão de sangue, os chamados hemoderivados e hemocomponentes. Para os
medicamentos, o Instituto avalia desde suas embalagens até seus princípios
ativos. Também analisa os hemoderivados (as partes do sangue usadas em
terapias, como as albuminas e imunoglobulinas) e os hemocomponentes (as
plaquetas, hemácias, plasma, ou mesmo o sangue total, geralmente aplicados em
transfusões). Em estreita cooperação com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), o INCQS realiza tanto o controle de lotes desses produtos,
como participa de ações de fiscalização e possíveis denúncias ou crises
sanitárias.
Fonte _ FioCruz

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