A principal aposta do governo para a vacinação contra a covid-19 envolve o imunizante criado pela
Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que tem o potencial de
imunizar 130 milhões de pessoas no Brasil até o fim de 2021. Mas essa vacina
ainda não concluiu seus testes clínicos e tampouco foi aprovada pela Anvisa.
Por isso, o governo federal
tem sido pressionado a ampliar sua cartela de opções de vacina, incluindo a da
Pfizer/BioNTech e a da Sinovac, que será produzida em parceria com o Instituto
Butantan, de São Paulo, mas também não concluiu a fase de estudos clínicos.
Cada uma dessas opções tem um
obstáculo aos olhos do governo. A Sinovac tem um forte componente político, já
que tem sido apresentada como um trunfo de João Doria, governador paulista e
desafeto de Bolsonaro. Doria anunciou que a
vacinação começará no Estado em 25 de janeiro de 2021, mesmo sem os testes e o
processo de aprovação pela Anvisa concluídos.
Por outro lado, o imunizante
da Pfizer/BioNTech tem o desafio logístico envolvido. Como as doses precisam
ser armazenadas abaixo de -70 °C, uma temperatura que demanda equipamentos
especiais, essa exigência pode dificultar o transporte e a chegada das doses a
regiões mais afastadas e com pouca infraestrutura.
Segundo Arnaldo Medeiros,
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o Brasil pretende
priorizar os imunizantes que se adequem à infraestrutura das salas de vacinação
espalhadas pelo país.
Mas reiterou que o governo não
descartou nenhuma vacina até agora. "É extremamente importante avisarmos a
população brasileira que o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de
Imunizações, não descarta nenhuma vacina. O que nós queremos é uma vacina que
seja registrada na Anvisa e que mostre eficácia e segurança necessárias".
A princípio, o governo federal
planeja iniciar o programa nacional de imunização contra a covid-19 em março,
mas governadores e prefeitos têm pressionado pelo início da estratégia logo que
um imunizante seja aprovado pela Anvisa.
Há outras candidatas a vacina
em vias de concluírem os estudos e iniciarem o processo de aprovação no Brasil,
como a Sputnik V, a da Johnson & Johnson e da Moderna. Mas nem elas, nem
Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxford ou Sinovac, chegaram a esse ponto ainda.
Fonte_BBC
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