O Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz - IOC/Fiocruz foi nomeado
Laboratório de Referência do Ministério da Saúde - MS em monkeypox.
Desta forma, a unidade irá analisar amostras suspeitas de infecção pelo vírus
monkeypox provenientes do estado do Rio de Janeiro e de toda a região Nordeste
(Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe).
Até
então, a rede de referência em diagnóstico laboratorial do país contava com
três centros: a Fundação Ezequiel Dias, o Instituto Adolfo Lutz e
a Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio dos Laboratórios
de Biologia Molecular de Vírus e de Virologia Molecular.
“Com a
rápida proliferação do vírus pelo mundo, a expertise centenária da Fiocruz na
linha de frente contra patógenos emergentes e reemergentes irá se somar a das
demais unidades e contribuir para uma precisa resposta brasileira ao surto”,
frisou Edson Elias, chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC.
A
vice-diretora de Serviços de Referência, Coleções Biológicas e Ambulatórios do
IOC, Maria de Lourdes Oliveira, destacou o reconhecimento Brasil a fora das
atividades desenvolvidas no Instituto. “Temos 24 Laboratórios de Referência,
parte nacional e outra internacional, inclusive alguns centros colaboradores da
Organização Mundial da Saúde. Então, via de regra, nós atuamos nas emergências
sanitárias. Já tivemos, em 2009, Influenza H1N1. Mais recentemente, tivemos
Zika, chikungunya e Covid-19. E, agora, estamos num processo de enfrentamento
tanto da monkeypox quanto das hepatites pediátricas de origem desconhecida”,
ressaltou.
Atenção
especial aos sintomas
De
acordo com o Ministério da Saúde, é considerado caso suspeito ou provável o
indivíduo de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente
início súbito de febre, aumento dos gânglios e erupção cutânea. Também é
preciso ficar atento à exposição próxima e prolongada sem proteção
respiratória, contato físico direto, incluindo contato sexual, ou contato com
materiais contaminados, como roupas ou roupas de cama, com algum caso provável
ou confirmado de monkeypox, ou histórico de viagem a países endêmicos ou com
casos confirmados da doença. Saiba mais sobre a doença.
Até 14
de junho, foram confirmados mais de 1.700 casos, em 36 países, principalmente
na Europa, como Reino Unido (470), Espanha (275), Portugal (231) e Alemanha
(229). Na região das Américas, foram diagnosticados casos no Canadá (123),
Estados Unidos (65), Argentina (3), México (2) e Venezuela (1). No Brasil já
são 4 casos positivos.
Laboratório
Há
mais de 60 anos, o Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz) dedica-se ao estudo da poliomielite e de meningites virais.
Desempenhou papel importante no estudo de diversos surtos de poli e no preparo
dos primeiros lotes da vacina contra a doença no Brasil. Atua na vigilância
virológica das paralisias flácidas agudas, das meningites assépticas e das
meningoencefalites. Referência Nacional em Enteroviroses junto ao Ministério da
Saúde e da Organização Mundial da Saúde, atua no diagnóstico e participa
ativamente na formação de recursos humanos.
Recentemente,
promoveu treinamento em diagnóstico laboratorial para detecção do vírus
monkeypox para sete países da América Latina, como forma de preparar a
região para um possível surto da doença.
Fonte_FIOCRUZ
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