A
Controladoria Geral da União - CGU identificou que o Ministério da Saúde perdeu
mais de R$ 104 milhões em medicamentos, vacinas, testes e outros insumos apenas
no primeiro semestre de 2021.
As
informações fazem parte de um relatório da CGU. O documento foi concluído em
maio deste ano e se tornou público nesta quinta-feira (30).
Ao
todo, a CGU apontou R$ 20 bilhões em distorções contábeis nos fluxos
de caixa do Ministério da Saúde do exercício financeiro de 2021. A auditoria da
Controladoria identificou 38 situações que representam problemas ou falhas de
controle.
Ainda,
segundo o relatório, entre outubro de 2016 e junho de 2021, as perdas do
Ministério da Saúde totalizaram mais de R$ 230 milhões.
De
acordo com a CGU, no período, foram perdidas:
500
mil vacinas contra a hepatite B;
200
mil contra a varicela;
87
mil vacinas tetra viral;
e
245 mil frascos de BCG (vacinas
que estão com problemas de abastecimento nos estados).
A
Controladoria também contabilizou mais de 800 mil kits de insulina não
utilizados que perderam a validade.
Gestão
de recursos
A
CGU também indicou falhas no monitoramento dos ativos do Ministério da Saúde.
Segundo o relatório, a pasta deixou de apontar R$ 513,9 milhões em obras que
foram canceladas entre 2018 e 2021.
A
CGU afirmou ainda que em 2021 foram canceladas 3.143 propostas de obras — 3.082
delas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Academias de Saúde e 61 Unidades de
Pronto Atendimento (UPA). Com o cancelamento, os recursos deveriam voltar a
constar no balanço patrimonial da pasta, o que não ocorreu.
"Os
créditos a receber decorrentes da não execução das obras, de descumprimento de
prazos ou de irregularidades na aplicação de recursos de transferências
configuraram-se, quando de sua origem, como “recurso”, uma vez que tem o
potencial de gerar um fluxo de caixa positivo para o FNS", aponta o
relatório. Os valores atualizados pela inflação chegam a R$ 820 milhões.
A
GGU também apontou falhas na prestação de contas de depósitos para atendimentos
de demandas judiciais, como a compra de remédios a partir de uma determinação
da Justiça.
Segundo
a auditoria, em 86 casos de depósitos a pessoas físicas não houve a autuação da
documentação comprobatória das despesas, como notas fiscais, por exemplo.
A
auditoria indicou ainda a falta de registros de cerca mais de R$ 1 bilhão em
baixas de adiantamentos sem documentações comprobatórias de que os medicamentos
ou insumos foram efetivamente entregues e registrados no sistema de controle
patrimonial.
Em
nota, o Ministério da Saúde afirmou que avalia com atenção todos os
apontamentos realizados pela Controladoria Geral da União (CGU) e que, se
constatado inconformidades, estas serão avaliadas e corrigidas. Todas as
informações solicitadas serão repassadas ao órgão de controle.
Fonte_G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário