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sábado, 6 de julho de 2024

Conheça as iniciativas que integram saúde humana, animal e ambiental para a prevenção dessas doenças

 


Neste sábado (6), é celebrado o Dia Mundial das Zoonoses, uma iniciativa que visa conscientizar a sociedade sobre esse grupo de doenças de origem infecciosa, transmissível entre animais e seres humanos. A data remete à aplicação da primeira vacina antirrábica, em 1885, criada pelo cientista francês Louis Pasteur, que representa um marco importante na prevenção das zoonoses. 

Para prevenir a incidência entre a população brasileira, o Ministério da Saúde tem desenvolvido medidas a partir de uma perspectiva inovadora que relaciona visões de saúde humana, animal, vegetal  e ambiental. Uma delas é a criação do Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, que conta com representação de vinte instituições.

O que são as zoonoses

As zoonoses são doenças que são transmitidas de animais para humanos, ou de humanos para os animais. A transmissão pode ocorrer de forma direta, principalmente através do contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes) ou contato físico, como arranhaduras ou mordeduras.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aproximadamente 75% das novas doenças infecciosas que surgiram nos últimos anos em humanos tiveram origem em animais e 60% delas são zoonóticas. No Brasil, as mais conhecidas são a raiva humana, leishmaniose visceral e tegumentar, esporotricose animal, hantaviroses, leptospirose, febre maculosa, doença de chagas, toxoplasmose, doença de haff e arboviroses, como a febre amarela, febre do Oropouche e febre do Nilo Ocidental. 

Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde

Neste ano, o presidente Lula, por meio do Decreto n° 12.007, instituiu o Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, cuja finalidade é a elaboração e apoio para implementação de um plano de ação nacional. Ele sistematizará ações e responsabilidades de cada instituição, de acordo com as suas competências, para a prevenção e controle de ameaças à saúde, por meio de abordagem integrada e cooperativa que reconheça a conexão entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental.

De forma integrada, o grupo tem foco em ações como:

- Vigilância, prevenção e controle de zoonoses, doenças tropicais negligenciadas e transmitidas por vetores;

- Preparação para pandemias e epidemias;

- Proteção da biodiversidade e melhoria do gerenciamento dos ecossistema;

- Promoção da segurança alimentar e transformação dos sistemas agroalimentares;

- Controle de contaminantes químicos, biológicos e físicos;

- Conscientização sobre as relações entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental;

- Enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas, entre outras questões.

Com a coordenação do Ministério da Saúde, o colegiado conta com a participação das pastas da Agricultura e Pecuária; Ciência, Tecnologia e Inovação; Defesa; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Educação; Meio Ambiente e Mudança do Clima e Relações Exteriores.

Também integram o comitê a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fiocruz, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Instituições de classe como os conselhos federais de Biologia (CFBio), Enfermagem (Cofen), Farmácia (CFF), Medicina (CFM) e Medicina Veterinária (CFMV) também têm representação no grupo.

De forma interna, a pasta da Saúde também propõe ações por meio da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial, que potencializa a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS).

Criação do One Health Quadripartite

Essas iniciativas têm relação com o cenário internacional, com a criação da One Health Quadripartite, no âmbito das Organização das Nações Unidas (ONU). A One Health é formada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Com o objetivo de aprimorar a coordenação global, essas instituições criaram e promoveram um Painel de Especialistas de Alto Nível em Uma Só Saúde, ou One Health High Level Expert Panel, que tem a adesão do Brasil e apresenta seis linhas de atuação para todo o mundo.

Fonte_Saúde

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