Neste sábado (6), é celebrado o Dia Mundial
das Zoonoses, uma iniciativa que visa conscientizar a sociedade sobre
esse grupo de doenças de origem infecciosa, transmissível entre animais e seres
humanos. A data remete à aplicação da primeira vacina antirrábica, em 1885,
criada pelo cientista francês Louis Pasteur, que representa um
marco importante na prevenção das zoonoses.
Para prevenir a incidência entre a população
brasileira, o Ministério da Saúde tem desenvolvido medidas a partir de uma
perspectiva inovadora que relaciona visões de saúde humana, animal,
vegetal e ambiental. Uma delas é a criação do Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, que
conta com representação de vinte instituições.
O que são as zoonoses
As zoonoses são doenças que são transmitidas de
animais para humanos, ou de humanos para os animais. A transmissão pode ocorrer
de forma direta, principalmente através do contato com secreções (saliva,
sangue, urina, fezes) ou contato físico, como arranhaduras ou mordeduras.
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal
(OMSA), aproximadamente 75% das novas doenças infecciosas que surgiram nos
últimos anos em humanos tiveram origem em animais e 60% delas são zoonóticas.
No Brasil, as mais conhecidas são a raiva humana, leishmaniose visceral e
tegumentar, esporotricose animal, hantaviroses, leptospirose, febre maculosa,
doença de chagas, toxoplasmose, doença de haff e arboviroses, como a febre
amarela, febre do Oropouche e febre do Nilo Ocidental.
Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde
Neste ano, o presidente Lula, por meio do Decreto n° 12.007, instituiu o Comitê Técnico
Interinstitucional de Uma Só Saúde, cuja finalidade é a elaboração e apoio para
implementação de um plano de ação nacional. Ele sistematizará ações e
responsabilidades de cada instituição, de acordo com as suas competências, para
a prevenção e controle de ameaças à saúde, por meio de abordagem integrada e
cooperativa que reconheça a conexão entre saúde humana, animal, vegetal e
ambiental.
De forma integrada, o grupo tem foco em ações como:
- Vigilância, prevenção e controle de zoonoses,
doenças tropicais negligenciadas e transmitidas por vetores;
- Preparação para pandemias e epidemias;
- Proteção da biodiversidade e melhoria do
gerenciamento dos ecossistema;
- Promoção da segurança alimentar e transformação
dos sistemas agroalimentares;
- Controle de contaminantes químicos, biológicos e
físicos;
- Conscientização sobre as relações entre saúde
humana, animal, vegetal e ambiental;
- Enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas,
entre outras questões.
Com a coordenação do Ministério da Saúde, o
colegiado conta com a participação das pastas da Agricultura e Pecuária;
Ciência, Tecnologia e Inovação; Defesa; Desenvolvimento Agrário e Agricultura
Familiar; Educação; Meio Ambiente e Mudança do Clima e Relações Exteriores.
Também integram o comitê a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), Fiocruz, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes), Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Instituições
de classe como os conselhos federais de Biologia (CFBio), Enfermagem (Cofen),
Farmácia (CFF), Medicina (CFM) e Medicina Veterinária (CFMV) também têm
representação no grupo.
De forma interna, a pasta da Saúde também propõe
ações por meio da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de
Transmissão Vetorial, que potencializa a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS).
Criação do One Health Quadripartite
Essas iniciativas têm relação com o cenário
internacional, com a criação da One Health Quadripartite, no
âmbito das Organização das Nações Unidas (ONU). A One Health é
formada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde
Animal (OMSA), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Com o objetivo de aprimorar a coordenação global,
essas instituições criaram e promoveram um Painel de Especialistas de Alto
Nível em Uma Só Saúde, ou One Health High Level Expert Panel,
que tem a adesão do Brasil e apresenta seis linhas de atuação para todo o
mundo.
Fonte_Saúde
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