Enquanto
a OMS
(Organização Mundial da Saúde) recomenda o consumo de quatro
porções diárias de hortaliças e frutas, algumas dietas da
moda pregam a retirada desses alimentos do cardápio. Esses movimentos que
invadem as redes sociais, como a onda da "dieta
carnívora", estão por trás de prejuízos à saúde. Afinal, os
vegetais são redutos de compostos protetores, e não faltam pesquisas atestando
seus benefícios.
Uma
revisão publicada em abril no periódico científico Food Science & Nutrition
reforça os efeitos benéficos das frutas em prol do intestino,
com impactos no sistema imunológico. "A combinação de vitaminas, sais
minerais e compostos de ação antioxidante favorece a microbiota
intestinal", explica o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital
Israelita Albert Einstein.
Para
completar, vários desses alimentos contêm fibras especiais conhecidas como
prebióticas. "Elas contribuem para a proliferação das bactérias do
bem", comenta Cukier. Algumas oferecem ainda os polifenóis, que também
estimulam o crescimento dessa população bacteriana, sobretudo das
bifidobactérias e dos lactobacilos.
Esse
conjunto de nutrientes ajuda a combater a disbiose, que é o desequilíbrio na
população de micro-organismos, com maior concentração de micróbios patogênicos
em comparação com os benéficos. A disbiose afeta a permeabilidade do intestino,
permitindo que agentes nocivos viajem pela circulação e desencadeiem
inflamações e outros danos.
Por
outro lado, há evidências de que manter a harmonia no ecossistema intestinal
promova um reforço na imunidade. Entre os mecanismos envolvidos está o aumento
na produção de células imunológicas, segundo a pesquisa recente.
Outros
trabalhos mostram um elo entre o equilíbrio na microbiota e a regulação da
resposta imune, o que pode ajudar a blindar o organismo contra infecções
oportunistas, caso de gripes
e resfriados.
Vale
frisar que tais processos só acontecem de maneira eficaz dentro de um contexto
saudável, ou seja, com cardápio equilibrado, atividade
física, boas horas de sono e gerenciamento
do estresse.
E,
como em tudo na alimentação, o ideal é consumir com parcimônia. "Ainda que
as frutas apresentem benefícios, não dá para exagerar no consumo", pondera
o nutrólogo. Ele enfatiza a necessidade de um maior controle para pessoas com
diabetes e problemas renais, que devem ter acompanhamento de médico e
nutricionista.
E
a frutose?
Nos
últimos anos, têm se popularizado discursos acusando as frutas de não serem
saudáveis devido à presença de frutose em sua composição. A frutose é um tipo
de açúcar que, em excesso, pode desencadear o ganho de peso.
Mas
o problema não está nas frutas: ela tem sido amplamente usada na indústria para
adoçar produtos
ultraprocessados, como refrigerantes, sorvetes, cereais matinais e
achocolatados. Essas são as fontes de frutose que devem ser evitadas por quem
se preocupa com a própria saúde.
Nos
frutos, os teores da substância são muito menores se comparados com esses
produtos. Além disso, os vegetais contam com vitaminas, sais minerais,
antioxidantes, compostos bioativos e fibras, numa mistura que atenua a
velocidade de absorção da frutose, favorecendo o equilíbrio glicêmico.
Portanto,
não há motivo para tirar as frutas do cardápio por medo de ingerir frutose em
excesso.
Confira
os benefícios de algumas das frutas mencionadas no estudo
Banana
Há
desde a pequenina banana-ouro até a banana-da-terra, passando pela banana-maçã,
pela prata e pela nanica. Além de ofertar fibras, as guardiãs do intestino, as
bananas são ricas em vitaminas do complexo B e sais minerais, como o potássio,
indispensáveis à saúde muscular.
Frutas
vermelhas
Morango,
cereja, mirtilo, framboesa e afins são fontes de antioxidantes, sobretudo de
antocianinas, as responsáveis pelos tons vermelhos e arroxeados dessas
frutinhas. Essas substâncias ajudam a neutralizar os radicais livres —
moléculas que, em excesso, estão por trás de prejuízos às células.
Fonte_ Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário