No
mês de conscientização sobre as hepatites virais, o Ministério da Saúde lança a
campanha “Um teste pode mudar tudo” para conscientizar
sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento. O novo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais aponta
expressiva redução da mortalidade causada pela doença nos últimos dez anos, mas
dados apontam ainda a necessidade de ampliar a testagem e a adesão ao
tratamento, principalmente nos casos de Hepatite B.
“O
Brasil conta com o maior e mais abrangente sistema público de vacinação,
que garante a oferta de terapias e testagem. Desde a implementação dos testes
rápidos no SUS,
avançamos no enfrentamento das hepatites virais. É importante reforçar: temos
vacinas, testes e orientações claras disponíveis sobre o enfrentamento das
hepatites. Por isso, quero chamar a atenção da população para a importância do
diagnóstico precoce", destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Entre
2014 e 2024, o Brasil reduziu em 50% os óbitos por hepatite B – que registrou
coeficiente de mortalidade de 0,1 óbito por 100 mil habitantes. Em relação a
hepatite C, a queda foi de 60% no período, com coeficiente de 0,4 óbito por 100
mil habitantes. O avanço aproxima o país da meta da Organização Mundial da
Saúde (OMS), que prevê uma redução de 65% nas mortes por hepatites B e C até
2030.
Entre
crianças menores de 10 anos, a redução nos casos de hepatite A foi de 99,9% no período. Houve também
redução da transmissão vertical de hepatite B: 55% de queda na detecção em
gestantes e 38% de queda nos casos em menores de cinco anos. Em 2024, o Brasil
registrou 11.166 casos de hepatite B e 19.343 casos de hepatite C.
Para
a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da
Saúde, Mariângela Simão, o Brasil está no caminho certo para eliminação das
hepatites. “Os dados do boletim, do painel e a campanha lançada hoje mostram
que é possível avançar mais no enfrentamento das hepatites. A hepatite B ainda
não tem cura, mas pode ser controlada com a vacina, que é segura, eficaz e
ofertada gratuitamente pelo SUS. As vacinas no Brasil são certificadas pela
Anvisa e têm eficácia comprovada por estudos”, declarou.
Painel
inédito permite busca ativa e acompanhamento da adesão ao tratamento
De
forma inédita, o Ministério da Saúde apresenta uma plataforma
de monitoramento que permite identificar, por estado e município,
quantas pessoas foram diagnosticadas com hepatites B e C, quantas iniciaram o
tratamento e qual o tempo médio desse cuidado. O modelo é inspirado na
estratégia histórica de combate ao HIV no Brasil.
Dados
consolidados de 2024 indicam que 115,3 mil pessoas foram indicadas para
tratamento contra a hepatite B. Dessas, 58,8 mil iniciaram o tratamento e 14,8
mil o interromperam. É importante destacar que nem todas as pessoas
diagnosticadas têm indicação para iniciar o tratamento. Em relação à hepatite
C, 12,5 mil pessoas receberam indicação para tratamento, e 9,1 mil já iniciaram
o cuidado.
Com
a nova plataforma, o Ministério da Saúde busca dobrar o número de pessoas
atualmente em tratamento para hepatite B, alinhado à meta da Organização
Mundial da Saúde (OMS), que prevê alcançar 80% de cobertura. Além disso, ao
permitir o monitoramento do cumprimento de metas, a ferramenta ajudará gestores
a planejarem estratégias de cuidado adaptadas às realidades regionais. A
expectativa é superar os desafios da baixa procura por tratamento e ampliar o
acesso em tempo oportuno em todo o país.
Campanha
incentiva testagem para diagnóstico precoce e início do tratamento
A
campanha publicitária nacional com o tema “Um teste pode mudar tudo” busca
conscientizar e alertar a população sobre a importância da prevenção, do
diagnóstico precoce e do tratamento.
A
testagem é gratuita no SUS e pode ser feita por meio de testes rápidos ou
laboratoriais, conforme indicação. A busca pelo diagnóstico deve feita ao menos
uma vez por pessoas com mais de 20 anos. Os testes são gratuitos e estão
disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Para
tratamento da hepatite B, estão disponíveis os medicamentos:
alfapeginterferona, o tenofovir desoproxila (TDF), o entecavir e o tenofovir
alafenamida (TAF). Já o tratamento da hepatite C é feito com os chamados
antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95%.
A
vacinação contina sendo a principal forma de prevenção. A vacina contra a
hepatite A é aplicada em dose única aos 15 meses de idade. Para pessoas acima
de 1 ano com condições clínicas especiais, está disponível nos Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), em esquema de duas doses.
Já a
vacina contra a hepatite B segue o esquema de quatro doses: uma ao nascer
(vacina hepatite B isolada) e outras aos 2, 4 e 6 meses (vacina pentavalente).
Para adultos não vacinados, são recomendadas três doses.
Além
da vacinação, o Ministério da Saúde reforça medidas complementares de
prevenção, como o uso de preservativos, higienização das mãos e o não
compartilhamento de objetos que possam ter contato com sangue. O SUS oferece
gratuitamente vacinas, testes rápidos e preservativos em todo o país.
SUS
amplia vacinação contra hepatite A em 2025
Em
maio deste ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta da vacina contra a
hepatite A para usuários da PrEP. A iniciativa visa conter surtos na
população adulta e atende a uma mudança no perfil epidemiológico da doença. A
ampla vacinação de crianças no país levou a uma redução de mais de 95% dos
casos nesse público.
A
meta é vacinar 80% de todas as pessoas que utilizam a PrEP, que somam
atualmente mais de 120,7 mil usuários no Sistema Único de Saúde (SUS). A
imunização será realizada com duas doses, com intervalo de seis meses,
garantindo proteção duradoura. Para receber as doses, é necessário apresentar a
receita da PrEP. O local para a vacinação será informado pelos serviços de
referência onde cada um é atendido para receber os medicamentos.
Com
a inclusão da vacina contra hepatite A no SUS em 2014, o número de casos da
doença teve uma queda contínua no país todo, passando 6.261 casos em 2013 para
437, em 2021 – ou seja, 93% a menos considerando todas as faixas etárias.
Com
a aplicação de doses em meninos e meninas a partir de 12 meses de idade e
menores de 5 anos, a incidência da doença caiu bastante entre as crianças. No
comparativo de 2013 a 2023, os registros diminuíram 97,3%, entre menores de 5
anos, e 99,1%, na faixa etária de 5 a 9 anos.
No mesmo mês, foi lançado o Guia de Eliminação das Hepatites Virais, que
orienta estados e municípios sobre ações de prevenção e eliminação da doença e
prevê a concessão de selos de reconhecimento. Até o momento, 18 municípios já foram
certificados, nas categorias Ouro, Prata e Bronze, conforme critérios técnicos.
Acesse a Apresentação da Coletiva
Fonte _ Saúde.gov
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