Imuniza SUS

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Audiência Pública discutirá impactos da PEC 19/2024 sobre jornada e Piso da Enfermagem

 


O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) participa, na próxima terça-feira (4), da audiência pública que debaterá os impactos financeiros e orçamentários da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 19/2024, que estabelece a jornada máxima de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem.

O encontro, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Enfermagem, será realizado às 17h, no Plenário 7 do Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), e reunirá especialistas e representantes da categoria para discutir a viabilidade da medida, considerada um avanço histórico na valorização da profissão.

De autoria da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a PEC propõe alteração do § 12 do art. 198 da Constituição Federal para garantir que o Piso Salarial da Enfermagem seja aplicado à jornada máxima de 30 horas semanais. A proposta também estabelece que o reajuste anual do piso não seja inferior à inflação acumulada nos últimos 12 meses, assegurando maior equilíbrio e justiça salarial aos profissionais da área.

“A jornada de 30 horas é uma pauta histórica da Enfermagem e uma necessidade urgente. Trata-se de garantir condições dignas de trabalho, preservar a saúde dos profissionais e assegurar qualidade no cuidado à população”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

Um panorama do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) sobre as condições de emprego e renda dos profissionais de Enfermagem no Brasil evidencia os desafios da categoria: predominância de técnicos e auxiliares (84%), forte presença feminina (86%), jornadas extensas, múltiplos vínculos e desigualdades salariais regionais e de gênero, mesmo com crescimento médio salarial de 17% entre 2018 e 2023. Essas condições reforçam a necessidade de políticas públicas consistentes, como a Lei do Piso Salarial (Lei nº 14.434/2022) e a PEC 19/2024, que buscam assegurar remuneração justa, condições de trabalho adequadas e fortalecimento da qualidade da assistência à saúde.

De acordo com um estudo elaborado pelo DIEESE, a pedido da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), foi avaliado o impacto financeiro da aplicação do Piso Salarial da Enfermagem considerando a jornada de 30 horas semanais. Com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2023), o levantamento identificou cerca de 1,19 milhão de vínculos ativos com registro formal, abrangendo enfermeiros, técnicos e auxiliares.

Os dados indicam que, em dezembro de 2023, 53,5% dos enfermeiros, 68,4% dos técnicos e 38,7% dos auxiliares recebiam abaixo do piso nacional. A aplicação plena dos pisos sobre a jornada de 30 horas resultaria em um impacto médio adicional anual de apenas 2,16% na massa salarial total dos setores público e privado, percentual considerado administrável e sustentável, diante dos benefícios sociais, da valorização profissional e da melhoria das condições de trabalho.

O levantamento reforça que a jornada reduzida contribui para reduzir o adoecimento físico e mental, melhorar a qualidade da assistência à população e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil conta com mais de 3,2 milhões de profissionais de Enfermagem, sendo a maior força de trabalho da saúde.

Fonte _ COFEN

Entomologia forense: entenda como os insetos podem ajudar a desvendar crimes

 

Larvas de besouro do gênero Dermestes (conservação em via úmida)


Quem é fã de histórias de investigação criminal já deve ter ouvido falar em análise de DNA, necrópsias ou exames toxicológicos. Mas no universo do true crime, existem pequenos protagonistas pouco mencionados e de extrema importância para solucionar crimes: os insetos.

Na entomologia, ciência que estuda os insetos, há uma área dedicada exclusivamente à pesquisa das espécies que se alimentam de cadáveres, conhecida como entomologia forense médico-legal. Desse grupo fazem parte as moscas (Ordem Diptera) e os besouros (Ordem Coleoptera), que são mais comumente encontrados nos corpos em estado de decomposição. Mas formigas (Ordem Hymenoptera) e baratas (Ordem Blattaria) também podem aparecer, especialmente em ambientes urbanos.

No contexto investigativo, os insetos cadavéricos podem ajudar a determinar desde o intervalo de morte até se o corpo foi movido ou se houve consumo de substâncias ilícitas. Para isso, os especialistas observam o estágio evolutivo das larvas; se são espécies urbanas, rurais ou aquáticas; ou examinam seu conteúdo estomacal, por exemplo, em busca de evidências de substâncias que possam ajudar a esclarecer a causa do óbito. Também é possível extrair DNA humano do trato digestivo das larvas, a fim de identificar a vítima ou o suspeito.

“Após a morte, o corpo libera fluidos que atraem os insetos em poucas horas. A colonização começa por orifícios, como a região dos olhos, ouvidos e boca, ou regiões lesionadas, onde os insetos adultos depositam seus ovos, para que as larvas possam crescer e se alimentar”, explica a bióloga Beatriz dos Reis, que estuda entomologia forense e acaba de concluir a Especialização em Animais de Interesse em Saúde no Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan. 

Segundo Beatriz, o conhecimento dos insetos de importância forense é útil até em casos em que o corpo encontrado já está em estágio avançado de decomposição, quando não é possível fazer análises conclusivas somente observando o organismo. 

“Apenas observar as características do corpo nem sempre traz resultados precisos, já que o tempo de decomposição também varia de acordo com a temperatura e umidade do local ou com os hábitos que a pessoa teve em vida, como consumo de álcool ou de certos medicamentos”, completa a bióloga.

Gêneros Hermetia (larva de mosca), Dermestes (larva de besouro) e Dermestes (besouro adulto) conservados em via úmida


Os insetos respondem

Uma das principais aplicações da entomologia forense é a determinação do intervalo de morte. Dependendo do estágio evolutivo das larvas encontradas no corpo, é possível estimar há quantas horas ocorreu o óbito. Esse foi um fator determinante, por exemplo, durante a investigação da morte de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que se acidentou na trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, em junho deste ano. “A análise conduzida por legistas e peritos do Rio de Janeiro mostrou que Juliana sobreviveu por até 32 horas após a queda”, lembra Beatriz dos Reis.

Durante sua especialização no Instituto Butantan, a bióloga conduziu um projeto de pesquisa pioneiro no estado de São Paulo, em parceria com o Núcleo de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal (IML) Central do estado. Ela fez um levantamento dos insetos encontrados em cadáveres humanos em estágio avançado de decomposição – a maioria das pesquisas coleta os artrópodes em carcaças de animais. 

“Foi possível coletar espécies diversas provenientes de quatro municípios do estado de São Paulo, que foram identificadas e organizadas conforme o estágio de vida. Ao todo, foram coletados 349 exemplares”, conta Beatriz.

O trabalho rendeu à Coleção Entomológica do Butantan os primeiros exemplares de insetos de importância forense. Ter esses animais catalogados em coleções zoológicas é fundamental para ampliar o conhecimento na área e auxiliar os peritos na correta identificação das espécies e dos seus estágios de desenvolvimento.

Exemplares adultos de moscas das famílias Sarcophagidae e Calliphoridae (via seca)


Quebrando o tabu

Embora os primeiros trabalhos publicados sobre entomologia forense datem do final do século XIX, a área só começou a tomar forma no começo dos anos 2000 – e ainda há muitas lacunas a serem preenchidas.

Para a bióloga e técnica do laboratório de Coleções Zoológicas – Coleção Entomológica do Butantan, Natália Khatourian, existe um tabu que deve ser superado para fomentar essas pesquisas. “As pessoas não imaginam que uma mosca pode ajudar a descobrir a causa de uma morte. Os insetos formam o maior grupo de animais que conhecemos, e ainda há muitas espécies a se descobrir e estudar. Tudo tem um porquê, tudo tem uma função e uma importância na natureza. A entomologia forense é uma ciência e precisa de incentivo”, afirma. 

O tema, apesar de visto como “mórbido” por algumas pessoas, é tratado com naturalidade por Beatriz, que cresceu em contato direto com a natureza por incentivo do avô e guarda uma coleção de ossos de pequenos animais desde a infância. “Esses insetos fazem a ciclagem do meio ambiente. É uma matéria que está se renovando, e que vai alimentar outra vida e voltar ao ponto de origem. Isso, para mim, é incrível. É o movimento da vida.”

Várias pupas (vazias) de mosca do gênero Chrysomya


Fonte _ Butantan

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Pressão de 12 por 8 é reclassificada como pré-hipertensão em nova diretriz

 


A pressão arterial considerada de risco no Brasil mudou de patamar. Uma nova diretriz endossada por três sociedades médicas passa a enquadrar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica).

O documento foi divulgado nesta quinta-feira (18) no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia. Ele foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

Antes vistos como “normais limítrofes”, esses números agora exigem atenção médica. O objetivo da reclassificação é reforçar a prevenção: nessa fase, sem que a hipertensão esteja totalmente instalada, os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, podem até receitar o uso de medicamentos.


➡️A mudança vai ao encontro de novas diretrizes internacionais divulgadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em 2024. À época, a pressão 12 por 8 passou a ser classificada como "pressão arterial elevada" nos padrões europeus.

Meta de tratamento

Aqui no Brasil, outra mudança importante é a meta de tratamento. Até agora, aceitava-se que manter a pressão a partir de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente. A nova diretriz endurece a recomendação: o alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg) para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.

Segundo os autores da nova diretriz, o limite mais baixo é fundamental para reduzir riscos de complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Nos casos em que o paciente não tolera reduções tão intensas, a orientação é buscar o nível mais baixo possível dentro da segurança clínica.

Pela primeira vez, o relatório estabelece que não basta controlar apenas os números da pressão. O foco agora é reduzir também o risco cardiovascular global.

Foi incorporado o escore PREVENT, que calcula a chance de um paciente sofrer um evento cardiovascular em dez anos. O cálculo leva em conta variáveis como obesidade, diabetes, colesterol alto e lesões já instaladas em órgãos-alvo, como rins e coração.

A partir desse resultado, médicos devem adotar condutas mais intensas para quem está em alto ou muito alto risco, aproximando o cuidado da chamada medicina de precisão.


SUS em pauta

Pela primeira vez, a diretriz dedica um capítulo exclusivo ao Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão reflete a realidade brasileira: cerca de 75% dos pacientes hipertensos são acompanhados na rede pública.

O texto adapta recomendações às condições do SUS, com foco na atenção primária. Entre as orientações, estão: priorizar medicamentos já disponíveis na rede, garantir protocolos de acompanhamento multiprofissional e estimular monitoramento com MAPA (monitorização ambulatorial) e MRPA (monitorização residencial), quando possível.

A ideia é oferecer um guia prático e aplicável para médicos e enfermeiros da rede básica, ajudando a reduzir desigualdades regionais e a melhorar o controle da pressão em todo o país.

Outro capítulo inédito do documento traz orientações voltadas à saúde feminina, reconhecendo que há fases de maior vulnerabilidade para a hipertensão.

  • Anticoncepcionais: a diretriz recomenda medir a pressão antes da prescrição e monitorar regularmente durante o uso.
  • Gestação: medicamentos considerados seguros, como a metildopa e alguns bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina de longa duração, amlodipina), devem ser priorizados em gestantes hipertensas.
  • Peri e pós-menopausa: fases em que a pressão tende a subir, exigindo acompanhamento mais próximo.
  • Histórico gestacional: mulheres que tiveram hipertensão na gravidez precisam de acompanhamento de longo prazo, já que esse histórico aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro.

Outras recomendações práticas

O documento reforça, ainda, medidas já conhecidas, mas fundamentais:

  • Mudanças no estilo de vida: perda de peso, redução do sal, aumento de potássio na dieta, padrão alimentar DASH e prática regular de atividade física.
  • Tratamento medicamentoso: para a maioria dos pacientes, a recomendação é começar com associação de dois medicamentos em baixa dose, preferencialmente em um único comprimido. As classes mais indicadas incluem diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA, bloqueadores de receptores de angiotensina e bloqueadores de canais de cálcio.
  • Populações específicas: a meta de 13x8 (<130/80 mmHg) também vale para pacientes com diabetes, obesidade, insuficiência renal, doença arterial coronariana e após AVC.

Hipertensão atinge ⅓ dos brasileiros

A hipertensão é silenciosa, mas responde pela maioria dos infartos e AVC no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, 27,9% dos adultos brasileiros convivem com a doença — e apenas um terço tem a pressão realmente controlada.

Com a reclassificação, as metas mais rígidas e a inclusão de protocolos específicos para o SUS e para as mulheres, milhões de brasileiros podem passar a ser considerados em risco. O desafio, agora, é transformar as recomendações em prática diária, tanto nos consultórios privados quanto nas unidades de saúde pública.

Fonte _ G1

Ministério da Saúde cria auxílio de transporte para garantir acesso de pacientes à radioterapia

 


Para garantir o tratamento de câncer longe de casa, o Ministério da Saúde cria um auxílio exclusivo para custear o transporte, a alimentação e a hospedagem de pacientes que precisam fazer radioterapia. Atualmente, no Brasil, quem precisa desse tratamento percorre cerca de 145 km até os serviços. Agora, cada paciente e seu acompanhante terão direito a R$ 150 para refeições e hospedagem e R$ 150 por trajeto, assegurando que ninguém deixe de se tratar por falta de condições de deslocamento ou acolhimento.

"Estamos fazendo o maior Outubro Rosa da história dos 35 anos do SUS. Quando lançamos o programa Agora Tem Especialistas, com o presidente Lula, estabelecemos o desafio de construir a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, e estou convencido de que vamos conseguir. Vamos consolidar a rede pública e privada para assegurar um serviço integral aos pacientes”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 

O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Salles, destacou que quase 40% dos pacientes do SUS buscam atendimento fora de sua região de saúde. “Esse benefício representa um alívio no custo das famílias, reduz barreiras geográficas, diminui o abandono e os atrasos no tratamento, e garante melhores condições de acesso para pacientes que vivem em regiões rurais.” 

O novo benefício integra um pacote de medidas do programa Agora Tem Especialistas, que amplia os serviços oncológicos em todo o país. Entre as ações está o investimento adicional de R$ 156 milhões por ano para que os serviços de radioterapia ampliem o atendimento, incluindo até 60 novos pacientes. Isso representa um aumento de 20,7% do valor repassado pelo Ministério da Saúde, chegando a um total de R$ 907 milhões por ano. Outra medida é a criação da Assistência Farmacêutica Oncológica, que garante o custeio federal de 100% dos medicamentos para câncer no SUS.

Mais vagas nos serviços de radioterapia do SUS

Com a nova portaria, o Ministério da Saúde muda a forma de financiamento dos serviços de radioterapia: quanto mais pacientes atendidos, mais recursos repassados. Os estabelecimentos de saúde que já atendem o SUS passam a receber progressivamente por procedimento realizado, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Até então, eram recursos do orçamento do Teto MAC, valor fixo repassado mensalmente aos estados e municípios para custeio dos serviços de média e alta complexidade.

O objetivo é atender o maior número de pessoas que precisem desse tratamento, estimulando ao máximo, o uso da capacidade do acelerador linear, equipamento utilizado nas sessões de radioterapia. Cada máquina pode realizar cerca de 60 novos atendimentos por mês. Outro avanço é premiar os serviços com maior produtividade: unidades que atendem entre 40 e 50 novos pacientes por acelerador linear receberão 10% a mais por procedimento; 20%, entre 50 e 60; e 30%, acima de 60 novos pacientes.

Para expandir ainda mais a radioterapia em todo o país, o Agora Tem Especialistas também mobiliza o setor privado. O programa vai habilitar estabelecimentos de saúde com e sem fins lucrativos, que somente poderão atender os pacientes do SUS se ofertarem, no mínimo, 30% de sua capacidade instalada para a rede pública de saúde por, no mínimo, três anos.

Ministério da Saúde vai financiar 100% dos medicamentos de câncer no SUS

Com a nova portaria de assistência farmacêutica oncológica será ampliado ainda mais o acesso a medicamentos modernos. A expectativa é reduzir preços em até 60% com as negociações nacionais.

Na atual gestão, o Ministério da Saúde ampliou em 60% os investimentos em medicamentos oncológicos, passando de R$ 3 bilhões em 2022 para R$ 4,8 bilhões em 2024.

“Essas portarias reorganizam não apenas o financiamento, mas toda a lógica de cuidado ao paciente com câncer, conectando a atenção básica, a atenção especializada e todos os pontos da rede”, ressaltou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda.

Alinhada ao Plano Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), a AF-Onco organiza e nacionaliza a oferta, com financiamento 100% federal, promovendo mais equidade entre regiões, transparência e eficiência na gestão dos recursos. O formato combina compra centralizada feita diretamente pelo Ministério, negociações nacionais via registro de preços e aquisições descentralizadas pelos serviços oncológicos, mediante autorização específica (APAC Oncológica).

Entre os resultados práticos, já há reduções expressivas nos preços. Na compra do trastuzumabe entansina, usado no tratamento do câncer de mama, o Ministério obteve desconto superior a 50%, economizando R$ 165,8 milhões e ampliando o acesso a 2 mil pacientes em todo o país.

O novo componente também garante ressarcimento a estados e municípios por demandas judiciais: durante o período de transição de 12 meses, a União reembolsará 80% dos valores judicializados, assegurando equilíbrio financeiro.

Outra inovação é a criação de centros regionais de diluição de medicamentos oncológicos, que reduzem desperdícios e otimizam o uso dos insumos, gerando economia e ampliando o acesso aos tratamentos.

Balanço: Agora Tem Especialistas amplia acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer

Com investimento anual de R$ 2,4 bilhões, o programa Agora Tem Especialistas fomenta a formação de 3 mil novos médicos especialistas, o uso de telessaúde e a implantação do Programa Nacional de Navegação do Paciente, que garante acompanhamento individualizado e reduz deslocamentos, melhorando a adesão ao tratamento em todas as regiões do país.

Entre as iniciativas, destacam-se as 28 carretas da saúde da mulher, que, neste Outubro Rosa, percorrem 22 estados levando exames, consultas e biópsias a locais de difícil acesso, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. Mutirões realizados em territórios indígenas e nos 45 hospitais universitários da Rede Ebserh já somam 65,5 mil atendimentos neste ano, com novas ações previstas até o fim de 2025.

Por meio do programa, 11 aceleradores lineares já foram entregues; e R$ 134 milhões, destinados pelo Pronon para a aquisição de 13 novos equipamentos.

Até o final de 2026, 121 aceleradores devem ser entregues, garantindo o tratamento de mais de 84,7 mil novos pacientes/ano.

Atualmente, o SUS contam com 369 aceleradores lineares, que realizaram 180,6 mil procedimentos em 2024, um aumento de 16,1% em relação a 2022, quando 155,5 mil foram realizados.

Outra iniciativa é o provimento e a formação de especialistas. Neste mês, 320 novos médicos especialistas reforçaram o atendimento no SUS em 156 municípios. A expectativa é que esse número aumente em nova convocação do Ministério da Saúde.

Acesse a Portaria GM/MS nº 8.516/2025

Fonte _ Saúde.gov

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Metanol: 47 casos de intoxicação são confirmados

 


Ministério da Saúde atualiza, nesta segunda-feira (20), o número de notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Até o momento, 104 notificações foram registradas, sendo 47 casos confirmados e 57 em investigação. Outras 578 notificações foram descartadas.

O estado de São Paulo continua com o maior número de notificações, com 38 casos confirmados e 19 em investigação. O estado já descartou outras 408 notificações.

Além de São Paulo, há casos confirmados em outros estados: Pernambuco (3), Paraná (5) e Rio Grande do Sul (1).

Em relação aos casos em investigação, São Paulo analisa 19, Pernambuco (26), Rio de Janeiro (2), Piauí (3), Mato Grosso do Sul (1), Goiás (1), Paraná (2), Bahia (1), Minas Gerais (1) e Tocantins (1).

O número de óbitos confirmados chega a 9, sendo 6 em São Paulo, 2 em Pernambuco e 1 no Paraná. Outros 7 seguem em investigação: 1 em SP, 3 em PE, 1 no MS, um em MG e 1 no PR. Outras 27 notificações de óbitos foram descartadas.

Atualização 

A atualização das notificações de intoxicação por metanol, decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, será realizada às segundas, quartas e sextas-feiras, após as 17hs.

Fonte _ Saúde.gov

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Dia D de multivacinação será realizado neste sexta-feira em Cruzeiro do Sul

 


A Prefeitura de Cruzeiro do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Saúde realiza nesta sexta-feira, 17, o Dia D de Multivacinação, com o objetivo de atualizar a caderneta de vacinação do publico geral, de 2 meses de idade a 59 anos. A ação faz parte da campanha nacional de imunização e busca garantir a proteção contra diversas doenças.


As vacinas estarão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde e na TENDA da vacinação na rotatória da Avenida 25 de Agosto, das 8hs.


De acordo com a SEMSA, a mobilização é uma oportunidade para que pais e responsáveis verifiquem a situação vacinal dos filhos e coloquem as doses em dia. A orientação é levar a caderneta de vacinação e um documento de identificação.


Com o tema “Vacinar é cuidar de quem você ama”, a campanha reforça a importância da imunização como uma forma segura e eficaz de prevenir doenças e proteger a saúde das famílias.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Ministério da Saúde recebe medicamento inédito para tratamento de câncer de mama no SUS

 


No mês do Outubro Rosa, o Ministério da Saúde recebe o primeiro lote do Trastuzumabe Entansina, medicamento de última geração incorporado ao SUS para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo, uma forma agressiva da doença que estimula o crescimento das células tumorais. A primeira remessa, com 11.978 unidades (6.206 de 100 mg e 5.772 de 160 mg), chegou nesta segunda-feira (13) ao almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

Ao todo, serão quatro lotes do medicamento. As próximas entregas estão previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. Os insumos atenderão 100% da demanda atual pelo medicamento no SUS, beneficiando 1.144 pacientes em 2025.

“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro”, afirmou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto.

O investimento total é de R$ 159,3 milhões para a compra de 34,4 mil frascos-ampola do medicamento, sendo 17,2 mil unidades de 100 mg e 17,2 mil de 160 mg. O Ministério da Saúde negociou a compra no valor de cerca de 50% abaixo do mercado, garantindo economia de aproximadamente R$ 165,8 milhões e ampliando o acesso ao tratamento no SUS. Os preços negociados passaram de R$ 7,2 mil por frasco de 100 mg e R$ 11,6 mil por frasco de 160 mg, para R$ 3,5 mil e R$ 5,6 mil respectivamente.

O Trastuzumabe Entansina é indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2- positivo em estágio III. A nova terapia representa um avanço no cuidado, ampliando as opções de tratamento no SUS e oferecendo melhores perspectivas de controle da doença e qualidade de vida. O medicamento será distribuído às secretarias estaduais de saúde,  que  farão a dispensação conforme os protocolos clínicos vigentes.

Além do Trastuzumabe Entansina, o Ministério da Saúde avança na oferta dos inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe) indicados para o tratamento de câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2- negativo.

A portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos, por meio da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), será publicada ainda neste mês. Esse modelo permite que estados e municípios realizem diretamente a aquisição dos medicamentos, com financiamento federal, otimizando a logística e garantindo que o tratamento chegue com mais agilidade às pacientes atendidas nos serviços especializados.

Ampliação de Mamografia

Recentemente o Ministério da Saúde anunciou mudança na faixa etária para realização da mamografia no SUS. A partir de agora o exame está disponível também para mulheres a partir dos 40 anos, mesmo na ausência de sintomas de câncer. A ampliação da faixa etária fortalece o diagnóstico precoce e o acesso à assistência, especialmente para mulheres que antes encontravam barreiras no sistema público de saúde, como a exigência de histórico familiar ou de sinais clínicos da doença. Em 2024, as mamografias realizadas em mulheres com menos de 50 anos já corresponderam a 30% do total, ultrapassando 1 milhão de exames.

Carretas Agora Tem Especialistas

Neste mês também foi iniciado o trabalho das 28 carretas do Agora Tem Especialistas, que levam atendimento para o público feminino em regiões com vazios assistenciais em 20 estados brasileiros. Para reduzir o tempo de espera no SUS, a iniciativa inédita do Governo do Brasil tem foco na saúde da mulher, com trabalho voltado para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero.

As carretas da saúde da mulher atuam em locais de difícil acesso e com pouca oferta de serviços especializados de saúde. Os primeiros atendimentos começaram nesta sexta- feira (10), com 15 unidades móveis distribuídas em municípios de 13 estados: Humaitá (AM), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Paulo Afonso (BA), Imperatriz (MA), Juiz de Fora (MG), Diamantina (MG), Campo Grande (MS), Lagarto (SE), Registro (SP), Palmas (TO), Senhor do Bonfim (BA), Japeri (RJ) Guaranhuns (PE) e Goiânia (GO). A estimativa é que sejam atendidos 42,5 mil pacientes ao longo do mês, sendo realizados 130 mil procedimentos, entre consultas, exames e biópsias.

Fonte _ Saúde.gov

Governo Federal lança linha de financiamento de R$ 20 bilhões para ampliar infraestrutura da saúde e da educação

 


Governo Federal anunciou a criação do Fundo de Investimentos em Infraestrutura de Saúde (FIIS-Saúde), com o objetivo de ampliar e modernizar a rede pública de saúde e educação em todo o país. Operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o fundo vai disponibilizar R$ 20 bilhões em crédito subsidiado para financiar obras, aquisição de equipamentos e veículos.

Do total, R$ 10 bilhões serão liberados em 2025 e outros R$ 10 bilhões em 2026. As condições serão diferenciadas, com juros abaixo do mercado e prazo de carência mais longo.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa busca direcionar investimentos às regiões com maior necessidade, reduzir os desertos assistenciais e fortalecer a rede de atendimento vinculada ao programa Agora Tem Especialistas, criado para reduzir o tempo de espera por consultas e procedimentos no SUS.

“É uma oportunidade inédita de financiamento para expandir e melhorar os serviços de saúde em todo o Brasil. As entidades filantrópicas e privadas que prestam serviços ao SUS nunca tiveram um financiamento como este que estamos trabalhando. Outro diferencial é o fortalecimento da indústria de equipamentos médicos que produz no Brasil, contribuindo para a soberania tecnológica e produtiva do nosso país”, afirmou Padilha.

Poderão apresentar propostas ao fundo:

  • Órgãos e entidades da administração pública direta e indireta de estados, municípios e do Distrito Federal;
  • Instituições filantrópicas de saúde certificadas, nos termos da Lei Complementar nº 187/2021;
  • Sociedades de Propósito Específico (SPEs) com contratos vigentes de concessão, permissão, autorização ou arrendamento de serviços de saúde no SUS;
  • Organizações Sociais (OSs) com contrato vigente de gestão de unidade pública de saúde;
  • Entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, que mantenham contrato ativo de prestação de serviços de saúde no SUS ;
  • Entidades participantes do programa Agora Tem Especialistas, que terão prioridade na seleção de projetos e condições de financiamento mais vantajosas.

Os entes públicos que já possuem propostas habilitadas no PAC Seleções, 2023 e 2025, não precisarão passar novamente pela análise técnica das obras, pois essas etapas já foram concluídas. Assim, os projetos avançam diretamente para a fase de financiamento, e novas propostas também poderão ser apresentadas.

Os recursos poderão ser aplicados em

  • Obras de construção, ampliação e modernização de unidades de saúde;
  • Aquisição de equipamentos nacionais credenciados no BNDES ou importados sem similar no país;
  • Compra de veículos de transporte sanitário, como ambulâncias, vans, barcos e helicópteros.


Não serão financiados salários, pagamento de dívidas, compra de terrenos, impostos desvinculados do projeto, comunicação institucional ou despesas sem relação direta com a ampliação da oferta de serviços de saúde.

O período de inscrições para o FIIS Saúde já está aberto e poderá ser realizado até 7 de novembro de 2025.

Acesse o edital

Fonte _ Saúde.gov

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Carretas do Agora Tem Especialistas levam exames e diagnóstico de câncer a mulheres atendidas pelo SUS nas cinco regiões do país

 


Neste Outubro Rosa, 28 carretas do Agora Tem Especialistas estão levando atendimento para regiões com vazios assistenciais em 21 estados, além do Distrito Federal. Para reduzir o tempo de espera no SUS, a iniciativa inédita do governo federal tem foco na saúde da mulher. Ao longo deste mês, mais de 42,5 mil pacientes da rede pública previamente agendadas serão recebidas dentro das unidades móveis de saúde, totalmente estruturadas com equipamentos, insumos e equipes multiprofissionais. Serão realizados 130 mil procedimentos, entre consultas, exames e biópsias.   

Com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero, as carretas da saúde da mulher atuam em locais de difícil acesso e com pouca oferta de serviços especializados de saúde. Os primeiros atendimentos já começam nesta sexta-feira (10) com 15 unidades móveis distribuídas em municípios de 13 estados: Humaitá (AM), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Paulo Afonso (BA), Imperatriz (MA), Juiz de Fora (MG), Diamantina (MG), Campo Grande (MS), Lagarto (SE), Registro (SP), Palmas (TO), Senhor do Bonfim (BA), Japeri (RJ), Garanhuns (PE) e Goiânia (GO).

“O Agora Tem Especialistas é mais que um programa. Ele representa a maior mobilização em defesa da saúde pública desde a pandemia. Hoje, iniciamos uma nova etapa com o lançamento das carretas que vão levar cuidado especializado até os lugares mais remotos do país, começando com foco na saúde das mulheres, que são prioridade da nossa gestão”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, que está como ministro em exercício.  

Em 17 de outubro, mais 12 carretas de saúde da Mulher chegarão a outros municípios, reforçando a ação do Outubro Rosa nestes oito estados: Ceará, Pará, Piauí, Paraná, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rondônia, além do Distrito Federal.  E no dia 24, mais uma carreta estará em funcionamento no Rio de Janeiro, na comunidade do Morro do Alemão. 

Realizada pelo Ministério da Saúde e pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AGSUS), a iniciativa do programa Agora Tem Especialistas visa reduzir as desigualdades regionais em relação à assistência especializada. O investimento para a ação no Outubro Rosa é de R$ 18,9 milhões.   

Atendimento humanizado onde a população está 

Com o atendimento móvel dentro das carretas, o Ministério da Saúde leva serviços de saúde até onde a população está. Formadas por médicos, enfermeiros, técnicos, recepcionistas e agentes do cuidado, as equipes cuidam da saúde da população em locais remotos (a exemplo de Humaitá/AM, que fica no coração da Amazônia); em cidades do Agreste (como Lagarto/SE); em municípios onde a estrutura de saúde é escassa (como Japeri (RJ), que responde pelo menor Índice de Desenvolvimento Humano do estado do Rio de Janeiro); e cidades-polo, que recebem moradores de outros municípios da região (Paulo Afonso/BA e Juiz de Fora/MG) 

Para prevenção e diagnóstico de câncer de mama, as carretas oferecem mamografia e ultrassonografia mamária bilateral; punção de mama por agulha grossa; biópsia/exérese de nódulo de mama; e exame anatomopatológico de mama. Já os procedimentos para rastreamento de câncer de colo do útero, estão disponíveis colposcopia; biópsias e exames anatomopatológicos; procedimentos terapêuticos; entre outros. E para a saúde ginecológica de modo geral, as mulheres têm à disposição ultrassonografia transvaginal e pélvica.  

O consultório ginecológico das carretas do Agora Tem Especialistas também conta com ambiente climatizado destinado à realização de atendimentos clínicos e procedimentos de diagnósticos; sala de espera externa em tenda climatizada, com capacidade para, no mínimo, 60 pessoas sentadas simultaneamente, TV de 42 polegadas, além de bebedouro com fornecimento de água potável. As carretas têm, ainda, sala de pequenos procedimentos ambulatoriais, central de material esterilizado e sala de acolhimento e pré-exame.  

Ações para aumentar a capacidade de atendimento do SUS 

O programa prevê o total de 150 carretas circulando por todo o país até 2026. Essa iniciativa integra os dez eixos do Agora Tem Especialistas, que tem como estratégia central a mobilização de toda a estrutura de saúde do Brasil, a pública e a privada. Além das carretas, estão em andamento outras iniciativas que buscam aumentar a capacidade de o SUS atender a população.  

Entre elas, destacam-se o reforço de 320 novos médicos especialistas que já estão atendendo a rede pública em 156 municípios (mais profissionais devem atender pelo programa por meio de edital que está aberto); a realização de mutirões com mais de 65,5 mil consultas, exames e cirurgias realizados neste ano (novos mutirões estão previstos); o lançamento do Super Centro para Diagnóstico de Câncer e a aquisição de novos aceleradores lineares, equipamentos usados para tratar a doença (no total, 121 devem ser entregues até o final do próximo ano); a adesão de hospitais privados e filantrópicos para ampliar o atendimento na rede pública; entre outras ações.

Fonte _ Saúde.gov

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Ministério da Saúde dispõe valores de Setembro referentes ao Piso da Enfermagem

 


O Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 8.014, de 22 de setembro de 2025, que estabelece os valores da parcela de setembro de 2025 da assistência financeira complementar destinada ao cumprimento do Piso Salarial Nacional da Enfermagem.

A medida garante o repasse de recursos federais a estados, municípios e ao Distrito Federal, conforme previsto no Título IX-A da Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017.

Os valores por ente federativo estão disponíveis no anexo da portaria, publicada no Diário Oficial da União.

Acesse a íntegra da Portaria GM/MS nº 8.014/2025

Para ampliar a transparência e facilitar o acompanhamento, o Ministério da Saúde disponibiliza uma planilha com os valores detalhados por CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).

[Baixar Planilha] 

O Fundo Nacional de Saúde (FNS) reforça a importância de manter atualizadas as informações dos profissionais de enfermagem no sistema InvestSUS Gestão, garantindo a adequada distribuição dos recursos.

Em caso de dúvidas, o canal de atendimento do Ministério da Saúde é o Disque 136.

Fonte _ FNS

domingo, 5 de outubro de 2025

Ministério da Saúde confirma 225 registros de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica

 


Dados deste domingo (05/10) do Ministério da Saúde apontam 225 casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, entre investigados e confirmados. As informações são enviadas pelos estados e consolidados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Em todo o país, são 16 casos confirmados e 209 em investigação. Do total de registros, 192 são em São Paulo (14 confirmados e 178 em investigação).

Ceará notificou o primeiro caso suspeito. Ao todo, são 13 estados com casos notificados - Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Os estados da Bahia e Espírito Santo tiveram os casos registrados descartados.

Quanto à notificação de óbitos, o país tem 15 registros, com dois óbitos confirmados no estado de São Paulo e 13 em investigação (7 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 em PB e 1 no CE).

As informações consideram os registros enviados pelos estados até às 16h deste domingo (5) e estão sujeitas a atualizações locais. Os dados são divulgados nos canais oficiais do Ministério da Saúde diariamente, a partir das 17h.

Acesse os dados completos

 

Fonte _ Saúde.gov

sábado, 4 de outubro de 2025

Temperaturas Extremas Aumentam o Risco de Morte Na Infância No Brasil

 


Pioneiro no Brasil, um estudo internacional indicou que o clima afeta a saúde das crianças e que a vulnerabilidade muda de acordo com a faixa etária na infância. Os resultados apontaram que bebês em período neonatal (7 a 27 dias) são os mais afetados pelo frio, com risco 364% maior de morrer em condições extremas, em comparação às condições normais. Com relação ao calor, o impacto cresce à medida que a criança envelhece, sendo 85% maior entre 1 e 4 anos. A análise abrangeu mais de 1 milhão de mortes de menores de 5 anos ao longo de 20 anos e o risco de mortalidade nesta faixa etária chegou a ser 95% maior no frio extremo e 29% maior no calor extremo do que em dias com temperatura amena (em torno de 14 a 21°C, a depender da região). O estudo identificou ainda que o risco apresentou variações regionais, por idade e causas específicas.

Conduzida por cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da London School e do Instituto de Saúde Global de Barcelona, a pesquisa foi publicada no periódico Environmental Research. Líder do estudo, o professor do ISC/UFBA e colaborador do Cidacs, Ismael Silveira, aponta que a sugestão de que crianças pequenas são mais vulneráveis ao clima extremo já havia sido indicada por pesquisas internacionais, no entanto, havia poucas evidências em países com clima tropical e que fossem em escala nacional. “O Brasil tem dimensões continentais e forte desigualdade socioeconômica, o que o torna um ‘laboratório natural’ para investigar os impactos do clima. A cobertura e qualidade dos dados de óbitos e o uso de métodos estatísticos robustos favoreceram a superação dessa lacuna”, pontua.

De acordo com o pesquisador, crianças são especialmente vulneráveis aos efeitos das mudanças de temperatura. Como seus corpos ainda não desenvolveram totalmente os mecanismos de regulação térmica, elas têm mais dificuldade em se adaptar tanto ao calor quanto ao frio. Essa combinação de fatores explica por que eventos climáticos extremos costumam ter um impacto mais severo na saúde infantil. Nos dias mais quentes, os riscos vão além do desconforto. Casos de insolação, desidratação e até problemas renais podem surgir, além do aumento de doenças respiratórias e infecciosas. O frio, por sua vez, acende outros alertas. Baixas temperaturas podem levar à hipotermia, que desencadeia complicações respiratórias e metabólicas, e ainda favorece o aumento de infecções.

“Tanto o frio quanto o calor estavam associados à maior mortalidade por todas as doenças infecciosas, e especialmente por diarreia, enquanto a mortalidade por doenças respiratórias estava associada apenas ao calor”, destaca Ismael.

Para análise, os pesquisadores analisaram dados de mortalidade infantil de todos os 5.570 municípios brasileiros e cruzaram com informações diárias de temperatura entre 2000 e 2019. O método permitiu comparar as condições climáticas exatamente nos dias de morte das crianças e em dias próximos, mostrando de forma precisa o efeito imediato do calor e do frio sobre a saúde infantil. A pesquisa teve como base os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Conjunto de Dados Meteorológicos Diários em Grade do Brasil (BR-DWGD).  

Variações regionais

“Embora o estudo seja nacional, os resultados mostram grandes desigualdades regionais que podem ser de diferenças climáticas, sociais, de infraestrutura e de acesso à saúde”, observa Ismael. O estudo indicou que a Região Sul apresentou um maior risco de mortalidade associado ao frio e a Região Nordeste um maior risco associado ao calor. Nos achados, a mortalidade de crianças menores de cinco anos relacionada ao frio atingiu o maior aumento (117%) no Sul, já a mortalidade relacionada ao calor foi maior no Nordeste (102%).

As taxas elevadas de mortes de crianças permanecem concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, áreas onde a vulnerabilidade socioeconômica é maior e o acesso à infraestrutura básica, como saneamento e moradia adequada, segue desigual. Nesse contexto, o aumento das temperaturas representa uma ameaça adicional.

“A mortalidade infantil é altamente sensível a fatores ambientais e pode ser um importante indicador das vulnerabilidades climáticas do país. Investir em monitoramento climático e epidemiológico é fundamental para proteger a saúde das próximas gerações”, afirma o pesquisador.

Mortalidade como indicador de vulnerabilidades climáticas

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a taxa global de mortalidade de menores de cinco anos caiu 61% (em 1990, foram 94 mortes por 1 mil nascidos; em 2023, 37). No Brasil, houve a queda de 4,4% ao ano na mortalidade infantil desde 2000, segundo dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal do Ministério da Saúde (MS). No entanto, as mudanças climáticas ameaçam essas quedas.

“Os achados trouxeram uma importante evidência científica para políticas públicas, mostrando que o clima já tem impacto mensurável na saúde infantil, reforçando a necessidade de ações de adaptação às mudanças climáticas para proteger os grupos mais vulneráveis”, conclui Ismael.

Fonte _ FioCruz