A
Escala de Coma de Glasgow é amplamente utilizada por diversos profissionais da
saúde, especialmente por aqueles que trabalham no âmbito hospitalar, com o
intuito de definir o estado neurológico de pacientes a partir da análise de seu
nível de consciência. É uma ferramenta bastante útil para traçarmos
prognósticos da vítima e prevenirmos eventuais sequelas.
Em 2018, essa escala sofreu algumas modificações importantes na sua aplicação, com
o intuito de que fossem obtidas informações mais precisas sobre o prognóstico
do paciente.
Confira, agora, as mudanças que foram realizadas na nova Escala de Coma de Glasgow:
1. Inclusão da reatividade pupilar nos critérios de
avaliação
Na antiga versão da escala, os únicos critérios
avaliados eram: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
Agora, na nova versão, foi incluída a Reatividade
Pupilar, ou seja, a reatividade da pupila à luz. Ao contrário dos outros
critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior resultado apresenta a
maior pontuação. Assim, teremos a seguinte atribuição:
2 pontos – Nenhuma reatividade em ambas as pupilas
1 ponto – Sem reação em apenas uma das pupilas
0 pontos – Caso as duas pupilas estejam funcionando normalmente
2.
Mudança no score total: 1 a 15 pontos
Na
antiga versão da Escala de Coma de Glasgow, a pontuação variava de 3 a 15
pontos.
Agora,
na nova versão, a escala varia de 1 a 15 pontos.
Isso acontece porque, na nova aplicação, pontuaremos normalmente todos os
outros critérios e, após a nota final, o score da reatividade pupilar será
subtraído!
Como assim?
O
cálculo do score será feito da seguinte forma:
Escore final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta
motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2]
Caso
todos os critérios estejam normais, teremos um escore de 15 (afinal, as pupilas
normais significam 0 pontos a menos!). Entretanto, caso o paciente apresente a
menor pontuação em todos os critérios, teremos o escore final de 1!
3.
Inclusão de “critério não-testável”
Sabemos
que nem todos os pacientes são susceptíveis a serem avaliados da forma como a
antiga Escala de Glasgow propõe. Por exemplo: pacientes amputados não
necessariamente terão uma avaliação fidedigna da resposta motora; pacientes que
apresentam surdez não serão responsivos a comandos verbais; pacientes com algum
quadro de afasia não necessariamente conseguirão emitir respostas verbais
adequadas.
Considerando essas necessidades tão individuais, além das pontuações nos
critérios previamente estabelecidos, podemos agora marcá-los como “NÃO
TESTÁVEL” (NT).
Abaixo,
a Nova Escala de Coma de Glasgow:
O
que é a Escala de Coma de Glasgow e qual sua importância?
A
Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi publicada pela primeira vez na revista
Lancet em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, ambos do Instituto de
Ciências Neurológicas de Glasgow, na Escócia. A escala tem como objetivo traçar
uma estratégia que combina os principais indicadores-chave de gravidade no
traumatismo crânioencefálico (TCE) em uma escala simples.
A
escala tem três variáveis, que podem ser graduadas de 1 a 5. Sendo assim,
escore 3 representa o máximo de gravidade, e escore 15 o mínimo. Além disso, a
escala serve como parâmetro para auxiliar na decisão de realizar ou não
procedimentos médicos específicos, como exemplo, intuba-se o paciente sempre
que a ECG estiver abaixo de 9.
O
que mudou em 2018 na ECG?
Graham
Teasdale conduziu uma pesquisa junto a outros dois pesquisadores (Paul Brennan
e Gordon Murray), quarenta anos após o lançamento da ECG original, adicionando
a reatividade pupilar à avaliação. Tal x tem como objetivo obter melhores
informações sobre o prognóstico no TCE, uma vez que tais estudos comprovaram
que há uma maior precisão da análise da escala se conjugada à reatividade
pupilar.
Já quanto à 10ª edição do ATLS (Advanced Life Trauma Support), de 2018, a nomenclatura ‘’ao estímulo de dor’’ foi substituída por ‘’ao estímulo de pressão’’, tal mudança foi feita não só pela dificuldade da definição de dor, mas também pelo questionamento da necessidade de submeter o paciente a essa sensação.
Como classificar
o paciente na Escala de Coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P)?
Primeiro
faz-se a avaliação da escala normalmente, levando em conta a resposta de
abertura ocular, de fala e de movimentação, somando pontos de acordo com a
resposta. Após isso, faz-se a avaliação da reatividade pupilar com estímulo
luminoso: se ambas as pupilas estiverem fotorreagentes, não se altera o
somatório da escala já feito pelos passos acima; se somente uma das pupilas não
estiver reagente, subtrai-se 1 ponto da escala; e se nenhuma das 2 pupilas
estiverem reagentes, subtrai-se 2 pontos da escala. Assim, a não reação da
pupila indica uma maior gravidade e pior prognóstico.
Esquematizando: ECG-P
= ECG – (numero de pupilas não reagentes)
Exemplo: O
médico socorrista do SAMU chega à cena de um acidente e ao avaliar o paciente,
seus olhos não abriram nem a estímulo sonoro nem a verbal, ele emite sons que
não chega a formar palavras, e seus membros estão em extensão. Logo sua
classificação na ECG é O1V2M2, totalizando 5 pontos. Em seguida foi verificada
a reatividade pupilar à luz, e somente a pupila direita foi fotorreativa. Logo,
na ECG-P deve-se subtrair 1 ponto da escala original. Assim, ECG-P= 5-1 =4
Fonte_UFJF
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