Imuniza SUS

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Cofen lança inteligência artificial “Anna” para modernizar atendimento à Enfermagem

 


O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) acaba de lançar “Anna”, sua nova inteligência artificial, que será uma aliada na modernização da gestão, na qualificação dos serviços prestados pelos Conselhos Regionais e no fortalecimento da comunicação com os profissionais. Com linguagem acessível, respostas rápidas e base de dados confiável, a ferramenta entrará em funcionamento por etapas, sendo inicialmente utilizada por agentes públicos do Cofen a partir do mês de julho.

O nome da assistente virtual é uma homenagem à enfermeira Anna Nery, símbolo histórico e referência na Enfermagem brasileira, reconhecida pelo comprometimento e excelência no exercício da profissão. O lançamento oficial ocorreu durante o 15º Seminário de Administração do Sistema Cofen/Conselhos de Enfermagem (Semad), realizado em Foz do Iguaçu (PR), no dia 11 de junho.

A nova assistente virtual foi desenvolvida para transformar a experiência de uso dos sistemas digitais do Conselho. Na primeira fase de implementação, será utilizada internamente pelos agentes públicos da Autarquia, com integração direta ao Sistema Integrado de Gestão em Enfermagem (Sigen). Anna atuará no suporte à navegação, no esclarecimento de dúvidas, na orientação sobre normativas institucionais, no preenchimento e análise de documentos e na automação dos processos administrativos da nova sede do Cofen. O objetivo é promover mais agilidade, eficiência e organização na rotina interna da gestão pública.

Em um segundo momento, a ferramenta será estendida aos profissionais de Enfermagem de todo o país, que poderão acessá-la tanto pelo Sigen quanto pelo CofenPlay. A expectativa é de que a IA amplie significativamente o suporte à categoria, otimizando o uso das plataformas digitais e promovendo maior autonomia no acesso a informações e serviços.

Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a escolha do nome da IA é carregada de significado. “Anna Nery é um ícone de dedicação, organização e cuidado. Nomear a inteligência artificial com seu nome é reconhecer o passado enquanto projetamos um futuro mais inovador e eficiente para a Enfermagem brasileira. Estamos colocando a tecnologia a serviço das pessoas e da boa gestão”, afirmou.

Neri acrescenta que o lançamento da assistente virtual faz parte da política de transformação digital do Conselho. “A criação da Anna integra um conjunto de ações que estamos desenvolvendo para modernizar os serviços do Cofen, ampliar o acesso à informação e valorizar o exercício profissional em todas as regiões do país. Essa tecnologia será uma ponte entre a inovação e o fortalecimento institucional do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem”, conclui.

Fonte _ Cofen

Biossegurança na indústria farmacêutica: proteção, qualidade e inovação

 


A biossegurança desempenha um papel fundamental na indústria farmacêutica, especialmente em fábricas de imunobiológicos e laboratórios especializados na produção de vacinas, kits para diagnostico e biofármacos. Os Níveis de Biossegurança (NB) para o trabalho em contenção são determinados com base na avaliação de risco dos agentes, materiais e produtos biológicos a serem manipulados e armazenados. Esses níveis estabelecem as condições necessárias para garantir a segurança durante o manuseio e o armazenamento desses elementos.

Os Níveis de Biossegurança variam de 1 a 4 e se aplicam a diferentes contextos, como áreas laboratoriais, unidades de produção em pequena ou grande escala e biotérios. A denominação adequada para cada contexto é a seguinte:

  • Nível de Biossegurança (NB): utilizado para áreas laboratoriais e unidades de produção em pequena escala.
  • Nível de Biossegurança Animal (NBA): aplicado a biotérios, laboratórios de experimentação animal.
  • Nível de Biossegurança em Grande Escala (NBGE): designado para áreas laboratoriais e unidades de produção em grande escala.

Essas classificações garantem a padronização terminológica e a correta aplicação das medidas de biossegurança em cada ambiente.

Níveis de Biossegurança

Em Bio-Manguinhos/Fiocruz, a Divisão de Apoio ao Processo-Virais (DIAPR-VIR) que realiza atividades com agentes biológicos da Classe de Risco 1, possui Nível de Biossegurança 1. O NB1 é voltado para microrganismos de baixo risco, como Lactobacillus sp. Bacillus subtilis não patogênica. Possui baixo risco individual e para a comunidade. É preciso ter treinamento em biossegurança e uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) como jaleco, luvas, óculos e máscaras, a depender da Avaliação de Risco.

Um exemplo de laboratório NB2 em Bio-Manguinhos é o Laboratório de Controle Microbiológico (LACOM), que realiza atividades com agentes biológicos da Classe de Risco 2, dentre outros agentes biológicos, e possui Nível de Biossegurança 2. Há um moderado risco individual e limitado risco para a comunidade. Neste caso, já exige precauções adicionais, pois envolve microrganismos como Schistosoma mansoni e vírus da rubéola. Aqui, é necessário uso de cabine de segurança biológica e demais equipamentos de contenção, além da descontaminação de todos os resíduos e controle de acesso ao laboratório.

Em Bio-Manguinhos, o Laboratório de Ensaios Pré-Clínicos (LAEPC) realiza atividades com agentes biológicos da Classe de Risco 3, possui Nível de Biossegurança Animal 3, representando alto risco individual e moderado risco para a comunidade. Neste caso, o ambiente é totalmente isolado e é preciso uso de trajes pressurizados. Nesses tipos de laboratório, são manipulados, por exemplo, Bacillus anthracis, vírus SARS-CoV-2 e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

O Nivel de Biossegurança 4 (NB4), nível mais elevado, oferece alto risco individual e para a comunidade, e manipula microrganismos como por exemplo o ebola e o vírus de Marburg, exigindo instalações especializadas e rigorosas medidas de contenção. O ambiente também é isolado e é preciso uso de trajes pressurizados. Poucos laboratórios no mundo possuem essa estrutura, e, no Brasil, ainda não há instalações desse nível destinadas ao uso humano. Atualmente, um laboratório com essa capacidade está em construção em São Paulo, no âmbito do Projeto Orion. O país conta com um laboratório com Nível de Biossegurança Animal 4 (NBA 4): o Laboratório de Defesa Agropecuária do MAPA (LFDA-MG), onde é realizado o manejo do vírus da febre aftosa.

Treinamentos

Para garantir a segurança no manuseio desses agentes biológicos, a capacitação dos profissionais é essencial. Treinamentos específicos são oferecidos para que colaboradores de fábricas de imunobiológicos e laboratórios farmacêuticos possam atuar conforme Lei e normativas de biossegurança estabelecidas por órgãos reguladores, como CTNBio, Anvisa, OMS e FDA.

Bio-Manguinhos oferece diversas capacitações em biossegurança e bioproteção para seus colaboradores, abrangendo desde o período anterior à sua admissão no laboratório até o desempenho de suas atividades. Entre essas iniciativas, destaca-se o Curso de Biossegurança, obrigatório para todos os profissionais que atuam em ambientes de contenção biológica.

Esse curso conta com uma carga horária de 40 horas, proporcionando uma imersão nos principais temas relacionados à biossegurança e bioproteção, aplicáveis às rotinas laboratoriais, às atividades de produção e aos biotérios da unidade. Além disso, a Assessoria de Biossegurança (ASBIO) dispõe de mais de 30 documentos específicos sobre biossegurança e bioproteção, os quais são disponibilizados aos colaboradores para estudo autônomo e treinamentos presenciais.

Equipamentos de Proteção

Outro ponto essencial é a capacitação para o uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (cabines de segurança biológica, entre outros) e Equipamentos de Proteção Individual, equipamento indispensável na manipulação de agentes infecciosos. Além disso, treinamentos sobre procedimentos de emergência e resposta a acidentes são cruciais para preparar os profissionais. No contexto da indústria farmacêutica, as normas de biossegurança são aplicadas em conjunto com as boas práticas de fabricação, garantindo que a produção de imunobiológicos ocorra com máxima segurança e controle de qualidade.

A adoção de rígidos protocolos de biossegurança e bioproteção na indústria farmacêutica não apenas protege os trabalhadores, mas também assegura a qualidade dos produtos destinados à população. A contaminação cruzada, um dos maiores desafios na fabricação de biofármacos, pode ser evitada por meio de práticas adequadas e treinamento contínuo dos profissionais envolvidos. Além disso, a conformidade com as normas regulatórias evita prejuízos econômicos e fortalece a credibilidade das instituições no cenário global.

Com o avanço da biotecnologia e o desenvolvimento de novos imunobiológicos, investir em biossegurança e bioproteção se torna essencial, neste contexto, manter-se atualizado sobre as práticas seguras e procedimentos laboratoriais, por meio de treinamentos regulares são medidas indispensáveis para garantir um ambiente de trabalho seguro e eficiente, contribuindo para a saúde pública, meio ambiente e o avanço científico.

Fonte _ FioCruz

BOI-BUMBÁ GARANTIDO é Campeão do 58° Festival Folclórico de PARINTINS 2025

 


Copa do Mundo de Clubes da FIFA - Manchester City X AL Hilal | Oitavas de Final 4

 


Al-Hilal choca o mundo, tira Manchester City e vai enfrentar o Fluminense nas quartas da Copa de Clubes

Em jogo de sete gols, time de Simone Inzaghi derrota equipe comandada por Pep Guardiola e avança no torneio

O jogo

O Al-Hilal venceu o Manchester City por 4 a 3 em um jogo insano em Orlando, na Flórida. A partida teve muitas reviravoltas e, na prorrogação, o time comandado por Simone Inzaghi derrotou a equipe de Pep Guardiola e avançou às quartas de final da Copa do Mundo de Clubes. Os gols que carimbaram a classificação foram marcados por Marcos Leonardo (2), Malcom e Koulibaly, enquanto os ingleses balançaram as redes com Bernardo Silva, Haaland e Foden.

Agora o clube saudita se prepara para enfrentar o Fluminense na próxima fase. A partida será na sexta-feira, às 16h (de Brasília), valendo vaga na semifinal do torneio.

Brasileiro decisivo!

Marcos Leonardo foi o grande responsável pela classificação do Al-Hilal em cima do Manchester City na Copa do Mundo de Clubes. O atacante brasileiro marcou ainda na etapa regulamentar e, na prorrogação, apareceu para ampliar e decidir.

Pouco tempo antes disso, o camisa 11 da equipe saudita havia reclamado de dores nas pernas, mas pediu para Simone Inzaghi para permanecer em campo por mais tempo. Em entrevista após a partida, ele revelou ter sentido câimbras no momento da finalização que carimbou o passaporte para a próxima fase - mas isso não atrapalhou. Foi decisivo.

Como foi o primeiro tempo?

O primeiro tempo foi animado. O City colocou todo o elenco estrelado e o poderio ofensivo para construir o resultado desde os primeiros minutos. Aos nove, após boa tabela entre Doku, Aït-Nouri e Gündogan, Bernardo Silva ficou com a sobra na pequena área para estufar as redes do Al-Hilal e abrir o placar. Na sequência, o time comandado por Marcos Leonardo e companhia tentou criar jogadas para responder à altura, mas a defesa bem postada dos ingleses impediu qualquer chegada. A equipe de Pep Guardiola não recuou e buscou mais, mas não teve o resultado esperado. Bono evitou todas as bolas perigosas. Já nos minutos finais, Marcos Leonardo perdeu uma boa chance de cabeça ao mandar para fora. Assim, o intervalo foi decretado com o 1 a 0.

Como foi o segundo tempo?

Segundo tempo começou maluco, com três gols em nove minutos. O Al-Hilal conseguiu virar com gols brasileiros de Marcos Leonardo e Malcom, enquanto o City deixou tudo igual de novo com Haaland após um bate-rebate dentro da área. O time comandado por Simone Inzaghi continuou levando perigo em contra-ataques - Malcom chegou a sofrer um pênalti, mas estava impedido no início da jogada. Já a equipe de Pep Guardiola fez substituições e ficou em cima, mas insistiu muito em jogadas pela esquerda com Doku. Bono fez grandes defesas e, quando não foi ele, o zagueiro Lajami salvou a cabeçada de Haaland em cima da linha. O equilíbrio do empate em 2 a 2 levou a partida à prorrogação.

Como foi a prorrogação?

O Al-Hilal queria o resultado e foi buscar com Koulibaly. O zagueiro marcou de cabeça e deixou o time saudita à frente no tempo extra, mas a felicidade não durou muito, já que Foden entrou em campo e deixou tudo igual novamente em um bate-rebate na pequena área. As duas equipes criaram outras chances perigosas e o jogo não parou em nenhum momento, mas foi Marcos Leonardo que aproveitou logo no início da segunda etapa. O atacante brasileiro superou dores na perna e balançou as redes, marcando o gol da vitória do time comandado por Simone Inzaghi, que garantiu a classificação às quartas da Copa do Mundo de Clubes.

Fonte _ GE

Apuração do Festival de PARINTINS 2025 | TV A Crítica

 


O que são biossimilares? Entenda por que esses medicamentos são seguros e eficazes para tratar diversas doenças

 


Criados com o objetivo de substituir fármacos biológicos já existentes e de alta complexidade, biossimilares visam ampliar acesso ao tratamento de doenças autoimunes, diabetes e câncer

Recentemente, o Instituto Butantan e a farmacêutica Sandoz do Brasil deram início ao processo de transferência de tecnologia do medicamento adalimumabe, um anticorpo monoclonal recomendado para doenças inflamatórias crônicas autoimunes, como artrite reumatoide e psoríase, e do trato gastrointestinal, como doença de Crohn e colite. Em 2022, foram entregues 400 mil unidades do fármaco ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2023, já dentro da parceria para a transferência tecnológica, foram encaminhados cerca de 500 mil medicamentos.

O adalimumabe da Sandoz é um biossimilar, conhecido pelo nome comercial Hyrimoz®, que foi aprovado em 2020 no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele possui as mesmas indicações do remédio de referência, Humira®, e foi aprovado em 2018 nos Estados Unidos, pela Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, pela European Medicines Agency (EMA). Juntas, as agências já registraram mais de 100 biossimilares.

Mas, afinal, o que é um biossimilar?

Os biossimilares nada mais são do que fármacos semelhantes a um medicamento biológico já existente que teve a proteção intelectual (patente) expirada, permitindo que outras empresas desenvolvam um remédio equivalente. Segundo a Anvisa, responsável por conceder a autorização de uso para biossimilares no Brasil, a estratégia reduz custos e amplia a acessibilidade a tratamentos inovadores.

Assim como qualquer outro medicamento, antes de ser aprovado pelo órgão regulatório este tipo de produto passa por rigorosos testes de qualidade, pré-clínicos e clínicos. O objetivo da avaliação minuciosa é comprovar sua similaridade com o fármaco de referência.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, publicada no JAMA Network Open, analisou 25 ensaios clínicos com dados de 10 mil pacientes com artrite reumatoide e mostrou que aqueles que usaram biossimilares tiveram respostas clínicas equivalentes às observadas em quem usou medicamentos originais. Outro estudo, publicado na revista Frontiers in Immunology por cientistas da Universidade do Sul da China, analisou os dados clínicos de sete biossimilares de adalimumabe, entre eles o Hyrimoz®, e todos demonstraram eficácia, segurança e imunogenicidade comparáveis ao produto de referência.

Medicamentos biológicos e biossimilares

Os primeiros medicamentos biológicos surgiram na década de 1980. Os biossimilares, por sua vez, começaram a surgir a partir de 2010 – foi por volta deste ano que as patentes dos primeiros medicamentos biológicos expiraram (por norma internacional, a exclusividade de uma patente dura 20 anos).

Tanto medicamentos biológicos quanto biossimilares são fabricados usando organismos vivos, podendo ser derivados de plantas, animais, bactérias e seres humanos. Alguns exemplos desse tipo de produto são os anticorpos monoclonais, os hormônios, como insulina e hormônio do crescimento, e a heparina, que age como anticoagulante.

Esses remédios são usados para tratar um conjunto de enfermidades, como doenças inflamatórias crônicas autoimunes, doenças intestinais crônicas, diabetes, doença renal, esclerose múltipla, embolia pulmonar e alguns tipos de câncer, como de mama, pulmão e cólon.

Recentemente, o Instituto Butantan e a farmacêutica Sandoz do Brasil deram início ao processo de transferência de tecnologia do medicamento adalimumabe, um anticorpo monoclonal recomendado para doenças inflamatórias crônicas autoimunes, como artrite reumatoide e psoríase, e do trato gastrointestinal, como doença de Crohn e colite. Em 2022, foram entregues 400 mil unidades do fármaco ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2023, já dentro da parceria para a transferência tecnológica, foram encaminhados cerca de 500 mil medicamentos.

O adalimumabe da Sandoz é um biossimilar, conhecido pelo nome comercial Hyrimoz®, que foi aprovado em 2020 no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele possui as mesmas indicações do remédio de referência, Humira®, e foi aprovado em 2018 nos Estados Unidos, pela Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, pela European Medicines Agency (EMA). Juntas, as agências já registraram mais de 100 biossimilares.

Mas, afinal, o que é um biossimilar?

Os biossimilares nada mais são do que fármacos semelhantes a um medicamento biológico já existente que teve a proteção intelectual (patente) expirada, permitindo que outras empresas desenvolvam um remédio equivalente. Segundo a Anvisa, responsável por conceder a autorização de uso para biossimilares no Brasil, a estratégia reduz custos e amplia a acessibilidade a tratamentos inovadores.

Assim como qualquer outro medicamento, antes de ser aprovado pelo órgão regulatório este tipo de produto passa por rigorosos testes de qualidade, pré-clínicos e clínicos. O objetivo da avaliação minuciosa é comprovar sua similaridade com o fármaco de referência.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, publicada no JAMA Network Open, analisou 25 ensaios clínicos com dados de 10 mil pacientes com artrite reumatoide e mostrou que aqueles que usaram biossimilares tiveram respostas clínicas equivalentes às observadas em quem usou medicamentos originais. Outro estudo, publicado na revista Frontiers in Immunology por cientistas da Universidade do Sul da China, analisou os dados clínicos de sete biossimilares de adalimumabe, entre eles o Hyrimoz®, e todos demonstraram eficácia, segurança e imunogenicidade comparáveis ao produto de referência.

 

A insulina é considerada um medicamento biológico e possui diferentes biossimilares no mercado (Foto: Shutterstock)


Medicamentos biológicos e biossimilares

Os primeiros medicamentos biológicos surgiram na década de 1980. Os biossimilares, por sua vez, começaram a surgir a partir de 2010 – foi por volta deste ano que as patentes dos primeiros medicamentos biológicos expiraram (por norma internacional, a exclusividade de uma patente dura 20 anos).

Tanto medicamentos biológicos quanto biossimilares são fabricados usando organismos vivos, podendo ser derivados de plantas, animais, bactérias e seres humanos. Alguns exemplos desse tipo de produto são os anticorpos monoclonais, os hormônios, como insulina e hormônio do crescimento, e a heparina, que age como anticoagulante.

Esses remédios são usados para tratar um conjunto de enfermidades, como doenças inflamatórias crônicas autoimunes, doenças intestinais crônicas, diabetes, doença renal, esclerose múltipla, embolia pulmonar e alguns tipos de câncer, como de mama, pulmão e cólon.

 

Em parceria com a Sandoz, o Butantan produz anticorpos monoclonais, um tipo de biossimilar

 

Qual a diferença entre genérico e biossimilar?

Os genéricos são constituídos por pequenas moléculas sintetizadas quimicamente, ou seja, são idênticos ao fármaco de referência. Segundo o Ministério da Saúde, o genérico deve conter o mesmo princípio ativo, com dose, forma e via de administração iguais, e a mesma indicação terapêutica do medicamento original. Por se tratar de uma molécula sintética, que não varia ao longo do processo produtivo, é permitida a intercambialidade.

“A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica, e in vivo, por meio dos estudos de bioequivalência apresentados à Anvisa”, informa o Ministério.

Já os biossimilaresde acordo com a FDA, são compostos por moléculas geralmente maiores e mais complexas, produzidas a partir de sistemas vivos, assim como os seus biológicos de referência. Por isso, existe a possibilidade de uma mínima variação natural dentro de um lote ou entre lotes (como pequenas diferenças na estrutura de proteínas, por exemplo). “Isso é verdade tanto para o biossimilar como para o produto original”, afirma a agência norte-americana.

Essas variações não têm impacto significativo na qualidade e segurança do produto devido ao seu criterioso processo de desenvolvimento e aprovação, de acordo com uma revisão publicada na Pharmaceuticals por pesquisadores da Universidade de Coimbra, de Portugal. Esse processo envolve análises detalhadas das características físicas, químicas e biológicas do medicamento, além de ensaios clínicos.

Para avaliar a substituição do biológico original pelo biossimilar, a Anvisa afirma que devem ser consideradas as especificidades e o estágio do tratamento do paciente, as características intrínsecas da resposta imune de cada indivíduo, e o acesso e o uso racional dos medicamentos. Assim, a intercambialidade deve ser feita sob avaliação médica.


Sobre o adalimumabe do Butantan e da Sandoz

Em 2021, o Butantan e a Sandoz firmaram um acordo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), com o objetivo de transferir a tecnologia do adalimumabe para que o Instituto pudesse produzi-lo em território nacional, acelerando a logística de distribuição no SUS. Futuramente, quando o processo estiver concluído, o medicamento será produzido na Fábrica de Anticorpos Monoclonais do Butantan, inaugurada em 2020.

A transferência tecnológica poderá levar até 10 anos, começando pela capacitação na produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), com duração de quatro anos, e seguindo para a etapa de formulação e envase – que, em conjunto com o estudo de estabilidade do IFA e do registro do produto junto à Anvisa, deve durar mais cinco anos.

Fonte _ Butantan

Copa do Mundo de Clubes da FIFA - Internazionale X Fluminense | Oitavas de Final 3

 


Fluminense vence a Inter de Milão e avança às quartas da Copa do Mundo de Clubes

Cano e Hércules marcam os gols da partida em Charlotte; adversário sairá de City x Al-Hilal


Vence o Fluminense!

O Fluminense está nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes! Com gols de Cano e Hércules, o Tricolor venceu a Inter de Milão nesta segunda-feira, por 2 a 0, e carimbou o avanço no mata-mata do torneio. Os comandados de Renato Gaúcho agora aguardam o vencedor de Manchester City x Al-Hilal!

Início com bola na rede

O Fluminense precisou de pouco tempo para abrir o placar sobre a Inter. Com dois minutos, Arias recebeu de Martinelli, avançou pela direita e cruzou. A bola desviou em Bastoni, e Cano - que completou hoje 200 jogos pelo Tricolor - aproveitou a chance para fazer o primeiro gol da partida.

Os cariocas ainda perderam a chance de ampliar com Samuel Xavier, que chutou rente à meta de Sommer. Ignácio chegou a marcar o segundo após jogada com três toques da cabeça na área, mas o lance foi anulado por impedimento do zagueiro.

A Inter teve suas melhores chances com bolas longas nas costas da defesa. Em um dos lances de maior perigo para os italianos, Mkhitaryan recebeu na área pela esquerda e passou para Dimarco, mas Fábio espalmou. Antes do fim do primeiro tempo, houve breve confusão entre Renato Gaúcho e Mkhitaryan.


Pressão, chances perdidas e classificação

A primeira grande chance do segundo tempo veio novamente a favor do Fluminense e dos pés de Cano, aos 11. Minutos depois, Arias forçou Sommer a operar um milagre com uma bomba de fora da área.

Com o decorrer da segunda etapa, na sequência das rodadas de substituição, a Inter de Milão cresceu no jogo e passou a pressionar o Fluminense - foram ao menos cinco chances claras. De Vrij errou chute inacreditável na pequena área, e Lautaro teve três oportunidades em um intervalo de três minutos - uma delas parou na trave.

Já nos acréscimos, Hércules deu números finais à vitória sobre a Inter. Samuel Xavier cobrou lateral, De Vrij cortou de cabeça e a bola passou por todo mundo antes de sobrar para o volante tricolor. Hércules dominou e invadiu a área antes de chutar de esquerda, furando a meta de Sommer!

Atuações do Fluminense

Ignácio, Arias e Renato Gaúcho são os melhores contra a Inter de Milão; dê suas notas

E agora?

Classificado no lado esquerdo do chaveamento da Copa do Mundo, o Fluminense aguarda o vencedor do duelo entre Manchester City e Al-Hilal para conhecer seu adversário das quartas de final. Ingleses e sauditas se enfrentam também nesta segunda-feira, às 22h (horário de Brasília).

200 vezes Cano

A partida desta segunda-feira já era especial para Cano antes de a bola rolar. O argentino completou 200 jogos pelo Fluminense diante da Inter de Milão e, de quebra, inaugurou o placar no duelo das oitavas da Copa.

"Nunca vou desistir"

Hércules comemorou muito o gol na classificação do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes. O volante marcou o segundo gol tricolor sobre a Inter de Milão e fechou o placar na classificação do Fluminense. Leia mais aqui!


"Como está o clima no Rio?"

O Fluminense aproveitou a classificação para provocar os rivais cariocas Botafogo e Flamengo, ambos eliminados da Copa no último fim de semana. Leia mais aqui!

Renato x Mkhitaryan

O técnico do Fluminense se envolveu em um princípio de confusão com o armênio da Inter ainda no primeiro tempo. Renato Gaúcho chutou uma bola e recebeu um empurrão de Mkhitaryan na sequência. O tempo fechou brevemente, e o treinador foi advertido com um cartão amarelo pela atitude.


Olho nas cifras

Com o avanço às quartas de final, o Fluminense garantiu mais R$ 71 milhões em premiações na Copa do Mundo. Veja a quantia total embolsada pelo Tricolor aqui!

Desfalque confirmado

O Fluminense não poderá contar com Renê nas quartas de final da Copa do Mundo. O lateral recebeu o segundo cartão amarelo nesta segunda-feira, por falta em Barella. Os cartões amarelos zeram no torneio após a disputa das quartas de final. Leia mais aqui!


Fonte _ GE

domingo, 29 de junho de 2025

Hospitais privados e filantrópicos poderão reforçar atendimento no SUS em troca de compensação por crédito financeiro

 


Para ampliar a capacidade de atendimento especializado e reduzir a fila de espera, os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão realizar consultas, exames e cirurgias em hospitais privados e filantrópicos que receberão créditos financeiros pela prestação do serviço. Como contrapartida ao atendimento prestado, esses estabelecimentos poderão usar esses créditos no valor de até R$ 2 bilhões/ano para quitar dívidas com a União ou débitos que estão para vencer.  

Anunciada nesta terça-feira (24/6) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida do governo federal integra um pacote de ações do programa Agora Tem Especialistas, que tem como estratégia central o uso de toda a estrutura de saúde do Brasil, pública e privada, para aumentar o número de atendimentos em todo o país e reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. A medida é viabilizada por uma Portaria Conjunta dos dois ministérios. 

“Estamos falando de dívidas históricas que nunca foram quitadas e que se transformaram em cicatrizes profundas na nossa população. O dia de hoje representa um passo fundamental, pois estamos mobilizando os sistemas público e privado de saúde para usar toda a sua capacidade em favor do que realmente importa: garantir acesso, dignidade e cuidado para quem está esperando há anos por um procedimento que pode mudar ou salvar vidas”, afirmou o ministro Alexandre Padilha, ressaltando que esse mecanismo será usado pela primeira vez no SUS.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que “essa nova iniciativa caminha na direção certa, pois fortalece o SUS justamente num momento em que ainda vivemos os efeitos da pandemia, que exigem atenção redobrada. Participar dessa iniciativa junto com o Ministério da Saúde é uma honra. Estamos fortalecendo o sistema público, salvando vidas e tratando a saúde com o princípio que ela merece, como prioridade absoluta”. 

Os hospitais privados e filantrópicos vão oferecer serviços em seis áreas prioritárias para o SUS: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Os valores terão como base a Tabela Agora Tem Especialistas, que está direcionada a essas especialidades e compõem, entre outros procedimentos, mais de 1.300 tipos de cirurgia.  

Da adesão à concessão do crédito 

A adesão ao programa Agora Tem Especialistas é voluntária.  Para garantir a possibilidade de receber os créditos financeiros, os hospitais privados e filantrópicos deverão procurar o Ministério da Fazenda a fim de negociar as dívidas tributárias. As instituições submeterão o pedido de adesão ao Ministério da Saúde, que analisará se os serviços ofertados atendem às demandas locais e regionais do SUS.  

Os hospitais privados e filantrópicos que aderirem ao programa iniciarão o atendimento na rede pública em 2025, mas os créditos financeiros gerados poderão abater a dívida tributária a vencer ou oriunda de transação tributária a partir de 1º de janeiro de 2026.   

Um dos critérios estabelecidos para participação é a comprovação por parte dos hospitais da capacidade técnica e operacional para a prestação do serviço. Entre as vantagens da adesão estão período de moratória de seis meses e redução de 70% em juros e multas sobre o valor da dívida.  

“A lógica é simples: se os a. hospitais privados fizerem mais cirurgias, mais exames, mais consultas especializadas e ajudarem o SUS a reduzir filas, eles receberão compensações — seja por meio de créditos tributários, seja pela redução de dívidas fiscais. É uma medida inovadora que faz parte da transição tributária e que também alcança outros setores, mas aqui ganha um papel decisivo na saúde”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.  

Resumo sobre créditos financeiros 

  • Remuneram os atendimentos prestados 

  • Emitidos apenas para hospitais que optaram pela negociação tributária com o Ministério da Fazenda e que tenham aderido ao programa 

  • Equivalem a valor de referência a ser definido no rol de procedimentos 

Definição de critérios por transparência 

Vários critérios conferem transparência à iniciativa, como a definição do valor mínimo de R$ 100 mil para geração de crédito, medida necessária para evitar a pulverização dos serviços. Por outro lado, quanto menor a dívida, maior será o crédito.  

Hospitais com dívidas inferiores a R$ 5 milhões, por exemplo, poderão usar os créditos financeiros para abater até 50% da dívida. Já dívidas entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, até 40%; e maiores que R$ 10 milhões, até 30%.  

Outro cuidado foi a distribuição dos créditos considerando a equidade da oferta. Cada região geográfica poderá utilizar um percentual específico de modo a garantir mais serviços nos locais que mais precisam. 

Eixos de atuação do programa 

Lançado para ampliar o acesso ao atendimento especializado e reduzir a fila de espera no SUS, o programa Agora Tem Especialistas conta uma série de iniciativas que já estão em andamento, de acordo com 10 eixos de atuação: 

  • Autorizar o Governo Federal a prestar atendimento especializado complementar em apoio a estados e municípios 
  • Ampliar os turnos de atendimento no público e privado 
  • Novos mecanismos para oferta de exames, consultas e cirurgias do SUS nas Clínicas e nos Hospitais privados 
  • Mais Telessaúde: encurtar o tempo de espera por consultas e exames com especialistas 
  • Consolidar a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e controle do câncer
  • Ampliar o provimento e a formação de profissionais especialistas 
  • Levar unidades móveis e mutirões para regiões desassistidas 
  • Comunicar e monitorar o atendimento e o tempo de espera 
  • Fortalecer a Atenção Primária para reduzir o tempo de espera no atendimento especializado 
  • Governança: envolvimento dos especialistas, gestores estaduais e municipais e usuários 

Acesse a transmissão

Veja a apresentação

Conheça a página do programa Agora Tem Especialistas

Fonte _ Saúde.gov

Festival Folclórico de PARINTINS 2025 | 3ª Noite - TV A Crítica

 


Confundida com Alzheimer, hidrocefalia de pressão normal tem tratamento cirúrgico pelo SUS

 


A aposentada Marlene Marini Francisco, 80, passou pouco mais de dois anos preocupada com a saúde do marido, Daniel Francisco, 82. Ele, que era ativo e realizava sozinho as tarefas do dia a dia, começou a andar com os pés arrastados e sem equilíbrio, teve episódios de incontinência urinária e apresentou problemas de memória —a ponto de não reconhecer a esposa, com quem está casado há 52 anos.

Francisco, aposentado, recebeu o diagnóstico errado de Alzheimer e chegou a tratar a condição pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Depois de uma consulta particular, descobriu que tinha hidrocefalia de pressão normal, doença caracterizada pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano (LCR, também chamado de liquor) no cérebro, e que recentemente afetou o cantor Chico Buarque, 81.

Quando conseguiu marcar a cirurgia para colocar uma válvula que ajuda a drenar o líquido acumulado no cérebro, ele deu entrada no hospital com dificuldades para caminhar, usando uma cadeira de rodas. Hoje, lembra pouco do que viveu nesses dois anos sem o diagnóstico correto, devido ao impacto da doença na sua função cognitiva.

"Eu consigo lembrar da minha vida antes da doença, mas não tenho memória desses dois anos", relata.

Professor de neurocirurgia na USP (Universidade de São Paulo), Fernando Gomes explica que a hidrocefalia de pressão normal costuma surgir após os 65 anos e se manifesta, em geral, com três sintomas.

"O paciente apresenta dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio, incontinência ou urgência urinária, que é a incapacidade de segurar a urina até chegar ao banheiro, e uma alteração cognitiva, com perda da memória de curto prazo, da concentração e da velocidade de raciocínio", diz o médico, que também é diretor da Sociedade Mundial de Hidrocefalia (Hydrocephalus Society, em inglês).

Os sintomas, segundo Gomes, são comumente confundidos com as doenças de Alzheimer e de Parkinson. Por isso, ele reforça a necessidade de uma avaliação médica mais precisa ao notar esses sinais.

"Nem sempre vão aparecer os três sintomas, mas isso acontece em mais de 50% dos casos. O mais comum é a apraxia de marcha, ou seja, se o paciente começou a andar esquisito, sente a perna agarrada ao chão como um imã, isso não é Parkinson, pode ser hidrocefalia", aponta.

No SUS, o Ministério da Saúde afirma que o diagnóstico da hidrocefalia de pressão normal envolve avaliação clínica e exames de imagem. "A avaliação clínica tem por objetivo identificar os sintomas: déficits cognitivos, distúrbios de marcha (o andar) e incontinência urinária. O distúrbio de marcha é o sintoma mais prevalente, presente em cerca de 90% dos pacientes."

Apesar disso, a doença ainda é subnotificada no Brasil, de acordo com Raphael Ribeiro Spera, médico assistente do setor do pronto-socorro da divisão de clínica neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Para ele, isso acontece principalmente pela dificuldade em acesso ao exame de imagem e pelo desconhecimento sobre a doença.

"Essa doença tem um diagnóstico muito difícil. Primeiro, porque pelo SUS muitas vezes é difícil você conseguir um exame de neuroimagem, uma tomografia ou, idealmente, uma ressonância. Pode demorar de seis meses a um ano para que o paciente consiga ter acesso", explica.

Para o especialista, membro da ABN (Academia Brasileira de Neurologia), muitos médicos, ao avaliarem um paciente com sintomas de perda cognitiva, já relacionam o quadro ao diagnóstico de demência. Ele ressalta, no entanto, que embora não seja raro que os idosos tenham mais de uma doença ao mesmo tempo, a cirurgia para hidrocefalia ainda é necessária para melhora do quadro de saúde.

"Não há medicamentos disponíveis para tratamento da condição, a cirurgia é o padrão. Quando há algumas contraindicações a o procedimento, como em pacientes com múltiplas comorbidades graves, é possível tratar os sintomas de forma isolada, como reabilitação cognitiva com o neuropsicólogo e fisioterapia."

Para Gomes, o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para uma melhor qualidade de vida do paciente. "Se você opera com até 24 meses do início dos sintomas, a chance de recuperação é muito maior. Conforme o tempo passa, essas alterações que são temporárias no cérebro vão ficando cristalizadas, lesando de forma definitiva os neurônios."

No caso de Francisco, que recebeu o tratamento cerca de dois anos depois do surgimento dos sintomas, a recuperação foi mais fácil, mas ainda teve algumas lesões permanentes. Quem lembra de tudo é a esposa, que cuidou do aposentado nesse período. Ela conta que o marido teve alta no dia seguinte após o procedimento.

"Ele saiu conversando, brincando e pedindo para comer. É outra pessoa. Foram dois anos muito difíceis, ele não conseguia nem se mover sozinho e parou até de andar. Depois da cirurgia, feita em 2017, ele ficou bem, apesar de ainda ter perda de raciocínio."

Para ajudar no diagnóstico e na decisão sobre a cirurgia, os médicos também podem realizar um exame disponível no SUS chamado de TAP test, que consiste na retirada de uma pequena quantidade do liquor por punção lombar.

Após esse procedimento, o paciente é reavaliado para verificar se há melhora na marcha e nos sintomas cognitivos. Gomes detalha que se o paciente responde positivamente, a chance de sucesso da cirurgia é alta.

A hidrocefalia de pressão normal não leva ao óbito de forma direta, mas pode trazer complicações sérias se não for tratada. Com o acúmulo de líquido no cérebro, os sintomas da doença aumentam o risco de quedas, infecções e outras complicações que, principalmente em idosos, podem resultar em desfechos graves.

Válvulas para hidrocefalia de pressão normal podem ser fixas ou reguláveis

Pelo SUS, pacientes com hidrocefalia de pressão normal podem fazer cirurgia para implante de uma válvula fixa, que drena o excesso de liquor do cérebro para a cavidade abdominal (peritônio), onde o organismo o reabsorve e o elimina, explica Spera.

Esse tipo de válvula tem uma pressão de abertura pré-definida (baixa, média ou alta), que não pode ser ajustada após o implante. Se a pressão for muito baixa, pode ocorrer hiperdrenagem e sangramentos no cerébro. Se for alta, Gomes afirma que a drenagem pode ser insuficiente, e os sintomas da doença continuam.

Como a válvula não é ajustável, qualquer inadequação exige nova cirurgia. "Em alguns casos, trocamos por outra com pressão diferente. Mas há risco de que a nova também não seja ideal", diz Gomes. Quando há sangramento, o hematoma precisa ser tratado e a válvula removida. Se o paciente for muito frágil para uma nova operação, o tratamento segue com medicamentos, fisioterapia e acompanhamento clínico.

"Apesar dessas limitações, a maioria dos pacientes evolui bem com a válvula fixa", destaca Spera.

Já a válvula programável, disponível em centros privados, permite ajustes de pressão sem nova cirurgia, o que reduz riscos. Embora não esteja no rol do SUS, pode ser adquirida por estados e municípios, segundo o Ministério da Saúde.

No estado de São Paulo, por exemplo, o governo diz oferecer tanto válvulas fixas quanto reguláveis, compradas com recursos estaduais. Entre janeiro e abril de 2025, foram feitas 328 cirurgias para tratamento de hidrocefalia no estado; em 2024, foram 1.456 procedimentos.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, as filas para consultas e cirurgias são descentralizadas, o que impede saber o número de pacientes na espera ou o tempo de espera. A gestão atual busca unificar essas filas por região e torná-las públicas, priorizando os casos urgentes, afirma a pasta em nota.

No Brasil, o Ministério da Saúde informa que, entre 2020 e abril de 2025, foram feitas 1.112 cirurgias para implante de válvula fixa em casos de hidrocefalia de pressão normal, sendo esse o procedimento mais realizado no SUS, diante de outras opções como a derivação ventricular externa-subgaleal (técnica temporária que drena o líquido cerebral para baixo da pele do couro cabeludo até a cirurgia definitiva).

Questionado sobre o número de pacientes na fila de espera para o procedimento, a pasta não forneceu dados específicos, apenas destacou que busca integrar dados para aprimorar esse acompanhamento.

projeto Saúde Pública tem apoio da Umane, associação civil que tem como objetivo auxiliar iniciativas voltadas à promoção da saúde.

Fonte _ Folha