Ministério
da Saúde lança campanha publicitária para vacinar meninas de 9 a 14 anos e
meninos de 11 a 14 anos contra o HPV. A cobertura com a segunda dose está em
41,8% para meninas e 13% para meninos. A proteção é completa quando aplicada as
duas doses da vacina
Mais
de 20 milhões de adolescentes brasileiros devem buscar os postos de saúde para
receber a vacina HPV.
A convocação é do Ministério da Saúde, que lança nesta terça-feira (4/9) uma
Campanha Publicitária de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do
Adolescente contra a doença. A expectativa é de vacinar 9,7 milhões de meninas
de 9 a 14 anos e 10,8 milhões de meninos de 11 a 14 anos. Para garantir a
vacinação deste público, o Ministério da Saúde investiu R$ 567 milhões na
aquisição de 14 milhões de vacinas. A vacina HPV é eficaz e protege contra
vários tipos de cânceres em mulheres e homens.
Desde
a incorporação da vacina HPV no Calendário Nacional de Vacinação, 4 milhões de
meninas de 9 a 14 anos procuraram as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS)
para completar o esquema com a segunda dose, totalizando 41,8% das crianças a
serem vacinadas. Com a primeira dose, foram imunizadas 4 milhões de meninas
nesta mesma faixa, o que corresponde a 63,4%. “É importante alertar que
cobertura vacinal só está completa com as duas doses, por isso quem tomou a
primeira dose deve voltar aos postos após seis meses”, explicou a coordenadora
do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, Carla
Domingues.
Entre
os meninos, que foram incluídos na vacinação contra HPV no ano passado, 2,6
milhões foram vacinados com a primeira dose, o que representa 35,7% do público
alvo. Em relação à segunda dose, foram aplicadas 911 mil vacinas em meninos de
11 a 14 anos, completando, desta forma, o esquema de vacinação.
CAMPANHA
HPV
Com
o slogan “Não perca a nova temporada de Vacinação contra o HPV”, a campanha
publicitária envolve várias peças e será veiculada no período de 4 a 28 de
setembro. O filme mistura imagens reais e animação e traz dois jovens, um
menino e uma menina, fugindo de um vírus em um cenário com inspiração nos
seriados famosos que são de identificação do público jovem e dos pais. A fuga
termina no momento em que os jovens entram em uma unidade de saúde e se
vacinam.
Trata-se
de uma campanha publicitária para mobilizar a população. A vacina contra o HPV
faz parte do calendário de rotina disponível nas unidades do SUS, lembra Carla
Domingues. “A campanha é importante para lembrar as pessoas sobre a necessidade
da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras,
baseadas em estudos científicos”, observou a coordenadora.
HPV
NO BRASIL
Segundo
estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV
no Brasil é de 54,3 %. O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país.
Os dados da pesquisa mostram que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de
alto risco para o desenvolvimento de câncer.
O
estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente
Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido
para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no
relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde até o final do ano.
O
projeto POP-Brasil é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de
Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
(UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de
Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC),
Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado
de Saúde do Distrito Federal.
Estudos
internacionais também apontam o impacto da vacinação na redução do HPV. Nos
EUA, dados mostram uma diminuição de 88% nas taxas de infeção oral por HPV. Na
Austrália, redução da prevalência de HPV de 22.7% (2005) para 1.5% (2015) entre
mulheres de 18–24 anos. Outro estudo internacional mostra que nos EUA, México e
Brasil entre homens de 18 a 70 anos: brasileiros (72%) têm mais infecção por
HPV que os mexicanos (62%) e norte-americanos (61%).
CÂNCER
A
vacina HPV previne vários tipos de cânceres contribuindo com a redução da
incidência de cânceres nas mulheres e homens. No mundo, dos 2,2 milhões de
tumores provocados por vírus e outros agentes infecciosos, 640 mil são causados
pelo HPV. A vacina utilizada no país previne 70% cânceres do colo útero, 90% câncer
anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de
orofaringe e 90% das verrugas genitais. Além disso, as vacinas HPV protegem
contra o pré-câncer cervical em mulheres de 15 a 26 anos, associadas ao HPV16
/18. As vacinas é segura e não aumenta o risco de eventos adversos
graves, aborto ou interrupção da gravidez.
VACINAÇÃO
NAS ESCOLAS
O
Ministério da Saúde enviou ao Ministério da Educação material informativo sobre
as doenças. A ideia é estimular os professores a conversem com os alunos e
familiares sobre o tema. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o
sétimo do mundo a oferecer a vacina HPV para meninos em programas nacionais de
imunizações. “A participação das escolas é imprescindível para reforçar a
adesão dos jovens à vacinação e, consequentemente atingir o objetivo de redução
futura do câncer de colo de útero, terceiro tipo de câncer mais comum em
mulheres e a quarta causa de óbito por câncer no país”, completou Carla
Domingues.
Para
mais informações, acesse a página especializada sobre HPV no portal
do Ministério da Saúde.
Fonte_CONASEMS
Vacina
contra HPV fornecida pelo BUTANTAN protege contra diversos tipos de câncer
HPV
é a sigla em inglês para o Papilomavírus Humano. Existem mais de 150
tipos conhecidos, sendo a maioria inofensiva. No entanto, alguns podem causar
lesões na pele e na mucosa (normalmente verrugas) e, especificamente dois deles
-- tipos 16 e 18 -- estão associados ao surgimento de alguns tipos de câncer. A
principal forma de transmissão do vírus é por relação sexual desprotegida.
Estudos
indicam que cerca de 70% a 80% da população sexualmente ativa vá adquirir o
vírus em algum momento de sua vida. “O HPV está presente em mais da metade da
população brasileira e muita gente não sabe que tem porque, em muitos casos,
ele é assintomático. O vírus pode ficar latente por anos sem desenvolver um
sintoma ou quadro clínico específico”, explica a pediatra e gerente médica e de
produtos do Instituto Butantan Maria Fernanda Giacomin.
Quando
se fala em HPV, logo se relaciona ao câncer de colo uterino em mulheres. De
fato, ele é responsável por 99% dos casos e, de acordo com levantamento do
Instituto Nacional de Câncer (Inca), de 2018, esse é o terceiro tipo mais
frequente da doença entre as brasileiras e o 4º que mais mata.
Mas
é importante destacar que o vírus pode causar outros tipos de tumores, que
acabam sendo negligenciados pela população. São eles: os de vulva e vagina, em
mulheres, de pênis, em homens, e de ânus em ambos os gêneros. “Estudos mais
recentes têm demonstrado que o HPV também está relacionado a tumores da
cavidade oral, como boca e amídala. O que se tinha de conhecimento é que esse
tipo de câncer era mais comum na população adulta, com mais de 50 anos,
geralmente relacionado ao tabagismo e etilismo. Hoje em dia, o que estão vendo
em alguns centros, principalmente privados, é que está ocorrendo também em uma
população mais jovem, de 30 a 40 anos, que não faz uso de álcool e nem cigarro,
relacionando, portanto, ao HPV”, alerta Maria Fernanda.
Esses
dados preocupantes levaram o Ministério da Saúde, em 2014, a incorporar a
vacina fornecida pelo Instituto Butantan, contra 4 tipos do vírus (6, 11, 16 e
18), ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) e oferecê-la gratuitamente, via
Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas entre 9 e 14 anos. Em 2017, o
público foi ampliado também para meninos entre 11 e 14 anos. A vacina é
aplicada em duas doses, num intervalo de seis meses.
Segundo
Maria Fernanda, a vacinação é a maneira mais eficaz de se prevenir a infecção,
lesões e cânceres causados pelo vírus. A médica esclarece ainda que existem
dois motivos para o foco da vacinação ser nessa faixa etária. “Um deles é a
iniciação sexual que tem acontecido mais cedo entre os adolescentes, então, é
um modo de já deixá-los protegidos antes disso. Outra razão é que é comprovado
que, quanto mais cedo se aplica a vacina, melhor a resposta imune dela no
organismo."
No
entanto, a adesão à vacinação contra o vírus é muito baixa em todo o país,
especialmente entre os meninos. No último dia 29 de outubro, o jornal O Estado
de São Paulo publicou uma matéria informando que, segundo dados do Ministério
da Saúde, apenas 42% das adolescentes do sexo feminino tomaram as duas doses
recomendadas da vacina. Quando se trata do sexo masculino, o percentual é ainda
menor: 21%. Números muito abaixo da meta de cobertura de 80% pretendida pela
pasta e que preocupam especialistas. “O desconhecimento sobre a oferta dessa
vacina no SUS é a principal razão para essa adesão tão baixa, especialmente no
caso dos meninos, que entraram como público-alvo mais recentemente. Essa
dificuldade aumenta porque as pessoas só associam o HPV ao câncer de colo do
útero, quando outros tipos de câncer que acometem o sexo masculino também estão
relacionados. Se os pais e os próprios adolescentes tivessem esse conhecimento
dos riscos de não vacinar pro futuro e que nós temos essa vacina gratuitamente
disponível para essa faixa etária, talvez a gente mudasse essa estatística”,
acredita a médica.
Vacina
HPV
A
vacina adotada pelo Ministério da Saúde é a quadrivalente, fornecida pelo
Instituto Butantan, e protege contra o HPV de baixo risco (tipos 6 e 11, que
causam verrugas anogenitais) e de alto risco (tipos 16 e 18, que causam câncer
de colo uterino, de pênis, anal e oral).
Quem
pode tomar?
Pelo
SUS a vacina está disponível gratuitamente para:
-
Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
-
Pessoas que vivem HIV;
-
Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;
Existem
efeitos colaterais?
A
vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação, quando
presentes, são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros.
As
mulheres e homens que já tiveram diagnóstico de HPV podem se vacinar?
Sim,
desde que estejam na faixa etária elegível. Existem estudos com evidências
promissoras de que a vacina previne a reinfecção ou a reativação da doença
relacionada ao vírus nela contido.
O
que é necessário apresentar para se vacinar?
Para
vacinar, é necessário apenas ir a um posto de saúde e apresentar a carteira de
vacinação . Caso não tenha, ela pode ser solicitada a um profissional da saúde
na hora da vacina.
Os
adolescentes podem tomar a vacina sem a autorização dos pais?
Para
adolescentes que irão fazer a primeira dose nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s),
não há necessidade de autorização escrita ou acompanhamento dos pais ou
responsáveis.
Fonte_BUTANTAN
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