Imuniza SUS

sexta-feira, 27 de março de 2020

Alta de casos respiratórios graves indica risco de sobrecarga do SUS


Um aumento atípico de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) identificado na semana encerrada em 21 de março mostra risco de sobrecarga do SUS (sistema único de saúde) diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Uma escalada no número de brasileiros com covid-19 pode levar a um colapso da rede.
De acordo com o InfoGripe, boletim semanal produzido pela Fiocruz ( Fundação Instituto Oswaldo Cruz) e pela FGV (Fundação Getulio Vargas), foi registrada atividade semanal muito alta no número de casos notificados de SRAG, o que caracteriza uma situação de zona de risco. O levantamento é feito com base nos dados levantados pela vigilância, nas unidades sentinela dentro das unidades de saúde.
No estudo, a sigla se refere a um quadro de sintomas e não à doença detectada pela primeira vez em 2002 na China e causada por um outro tipo de coronavírus, o SARS-CoV.
De acordo com um dos pesquisadores responsáveis pelo monitoramento, Marcelo Gomes, da Fiocruz, os dados de “comportamento extremamente atípico para esta época do ano” revelam que a “infraestrutura de atendimento hospitalar já está observando uma carga de ocupação em função de SRAG extremamente elevada”. “Já está demandando mais recurso do que o padrão histórico”, afirmou ao HuffPost Brasil.
Segundo o Protocolo de Tratamento de Influenza, documento adotado pelo Ministério da Saúde, tem síndrome gripal o paciente com febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: dor de cabeça e dor muscular ou nas articulações.
É considerada SRAG, o paciente com síndrome gripal, além de dificuldade de respirar ou um dos seguintes sintomas: redução de saturação de oxigênio no sangue a um nível menor que 95%, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas de doença inicial, hipotensão ou outro quadro de insuficiência respiratória aguda.
O segundo gráfico [na figura acima] é um recorte do número total de SRAG, só os casos causados pelo vírus influenza. De acordo com Gomes, “isso provavelmente é reflexo da sobrecarga nos laboratórios, o que atrasa a liberação dos resultados, principalmente por conta do foco nos casos suspeitos de covid-19 nas últimas duas semanas”.
Pressionado com a falta de testes, o Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (24), a distribuição de 22,9 milhões de testes, de dois tipos: o RT-PCR, que detecta o material genético do vírus na amostra, e o teste rápido de sorologia, que verifica os anticorpos.
A mudança na testagem é uma resposta à orientação internacional. Antes, apenas os casos mais graves, em que há indicação de internação, faziam o exame, apesar da orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de testar todo caso suspeito. A alteração deve aumentar o número de casos confirmados.
Além da ampliação de testes, nesta quinta o Ministério da Saúde anunciou um painel online em que o cidadão pode acompanhar o avanço da pandemia. O secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, alertou que “vai crescer muito o número de casos confirmados”. Isso porque o canal será alimentado diretamente por estados e municípios, sem intermédio do ministério.
Até então, o ministério divulgava boletins diários. O balanço desta quinta registrava  2.915 casos confirmados e 77 mortes.


O impacto da covid-19 no SUS – O primeiro gráfico do boletim [figura abaixo] mostra um comportamento atípico no total de casos de SRAG, representado pela linha pontilhada. Esse aumento inclui quadros gripais causados por influenza ou por outro vírus respiratório, como o novo coronavírus. De acordo com Gomes, desde o início do ano havia um volume acima do esperado. “Não há indícios de que seja em função do covid-19. Estava sendo observado em todo o país”, disse.
De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (26), pelo Ministério da Saúde, também com base no sistema de vigilância, nas últimas 5 semanas, foram registradas 11.257 hospitalizações de pessoas com sintomas gripais. Desse total, 391 eram casos de covid-19, sendo 341 graves.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, destacou que a previsão é de que a curva de aumento de covid-19 coincida com o pico de influenza. “Estamos com três epidemias simultâneas: dengue, coronavírus e influenza perto de sua carga máxima”, disse.
O segundo gráfico [na figura acima] é um recorte do número total de SRAG, só os casos causados pelo vírus influenza. De acordo com Gomes, “isso provavelmente é reflexo da sobrecarga nos laboratórios, o que atrasa a liberação dos resultados, principalmente por conta do foco nos casos suspeitos de covid-19 nas últimas duas semanas”.
Pressionado com a falta de testes, o Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (24), a distribuição de 22,9 milhões de testes, de dois tipos: o RT-PCR, que detecta o material genético do vírus na amostra, e o teste rápido de sorologia, que verifica os anticorpos.
A mudança na testagem é uma resposta à orientação internacional. Antes, apenas os casos mais graves, em que há indicação de internação, faziam o exame, apesar da orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de testar todo caso suspeito. A alteração deve aumentar o número de casos confirmados.
Além da ampliação de testes, nesta quinta o Ministério da Saúde anunciou um painel online em que o cidadão pode acompanhar o avanço da pandemia. O secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, alertou que “vai crescer muito o número de casos confirmados”. Isso porque o canal será alimentado diretamente por estados e municípios, sem intermédio do ministério.
Até então, o ministério divulgava boletins diários. O balanço desta quinta registrava 2.915 casos confirmados e 77 mortes.
Alerta para 11 estados – De acordo com o InfoGripe, 21 unidades da Federação são considerados zona de risco: Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.
Em 20 de março, foi declarado estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o território nacional. Com isso, passou a ser obrigatório o isolamento domiciliar da pessoa com sintomas respiratórios e de quem residir no mesmo endereço, por, no máximo, 14 dias, por prescrição médica.
A transmissão comunitária significa que não é mais possível saber a cadeia de transmissão do vírus. Até agora, há uma grande concentração no Sudeste (57%). O Nordeste tem 15,7% das infecções, seguido pelo Sul (13,5), Centro Oeste (9,4%) e Norte (4,3%).
Uma das estratégias para evitar que um grande número de pessoas fique doente ao mesmo tempo é a restrição de circulação de pessoas. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro criticou medidas tomadas por governadores, como fechamento de comércios e restrições em estradas, mas os estados mantêm o mesmo posicionamento.
Fonte_COFEN

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