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sábado, 21 de março de 2020

História das Pandemias

Gripe Espanhola

gripe espanhola foi uma variação do vírus Influenza (comumente associado às gripes recorrentes e ao H1N1). A origem da mutação do vírus da gripe é desconhecida. Os casos tiveram início de 1917 e desde então ela se coloca como uma das doenças mais resistentes de todos os tempos.
A letalidade da gripe variou entre 6% a 8% durante o surto.
Profissionais de saúde da cruz vermelha em operação nos EUA para prevenção e tratamento da febre amarela. “Se eu falhar, ele morrerá”, diz o cartaz ao fundo

Com estimativa entre 17 e 100 milhões de mortos ao redor de todo o mundo, a Gripe Espanhola infectou 27% da população mundial e milhares de pessoas no Brasil. Acredita-se que ela surgiu nos Estados Unidos, que não divulgaram a informação. Os ianques estavam na Primeira Guerra Mundial e censuravam dados que pudessem enfraquecer seu Exército. A neutra Espanha noticiou o fato e, por isso, ficou conhecida como o berço do perrengue. Relatos dão conta que as pessoas acordavam bem de saúde e morriam ao final do dia. No Brasil, até o presidente eleito Rodrigues Alves (1848-1919) faleceu por causa da moléstia.

Peste Bubônica

A peste bubônica é uma doença causada por uma bactéria presente em ratos pretos. Pulgas que morderam os ratos ao entrar em contato com os humanos transmitem a doença, que causa febre, dores de cabeça, e vômitos e um inchaço enorme dos gânglios linfáticos, além de manchas pretas ao redor da pele.

Os médicos durante a peste bubônico utilizavam esse tipo de máscara para se proteger da contaminação originada pela peste bubônica

A doença passou a se espalhar por toda a Europa e estima-se que ela tenha matado mais de 50 milhões de pessoas entre 1343 e 1353. A falta de higiene, saneamento dificultou a contenção da Peste. A doença atingiu toda a China, Oriente Médio, Rússia e chegou até a Escócia. O poeta italiano Giovanni Boccaccio, que viveu durante o período, descreveu a peste dessa maneira:

Apareciam, no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo; cresciam umas mais, outras menos; chamava-as o povo de bubões. Em seguida o aspecto da doença começou a alterar-se; começou a colocar manchas de cor negra ou lívidas nos enfermos. Tais manchas estavam nos braços, nas coxas e em outros lugares do corpo. Em algumas pessoas as manchas apareciam grandes e esparsas; em outras eram pequenas e abundantes. E, do mesmo modo como, a princípio, o bubão fora e ainda era indício inevitável de morte, também as manchas passaram a ser mortais.

Varíola

A varíola é uma doença que assolou a humanidade por muito tempo. Registros mostram que o faraó Ramsés II morreu vítima da smallpox, erradicada no planeta desde 1980 graças a uma grande campanha de vacinação. No entanto,  entre 1896 e até a erradicação – cerca de 300 milhões de pessoas morreram graças ao vírus.

Mulheres americana fazendo fila para a vacina da varíola nos anos 60

Edward Jenner descobriu a vacina da varíola em 1796, a primeira vacina de todos os tempos. Apesar disso, a capacidade de vacinação global da doença, que tinha taxa de mortalidade de 30%, se manteve na humanidade até os anos 1980. Transmitida por via aérea, a varíola causa uma série de verrugas cheias de pus no corpo do infectado.

Tifo

O surto de tifo matou mais de 3 milhões de pessoas entre 1918 e 1922. As condições pós-Primeira Guerra deixadas na Europa criaram um ambiente de miséria altamente propício para o desenvolvimento de doenças. Uma precária rede de saneamento e detecção acabou espalhando ratos por todo o continente, especialmente na Rússia.

Winston Churchill voltando ao Parlamento Inglês depois de se curar do Tifo

O tifo tem origem similar à da peste bubônica. A transmissão é justamente originada de pulgas que morderam ratos infectados. Os sintomas são: dor de cabeça e nas articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas.

Cólera

cólera ainda não foi erradicada e matou, entre 1817 e 1824, milhares de pessoas ao redor do mundo todo. Acredita-se que essa tenha sido de fato a primeira epidemia que alcançou todos os continentes, ao contrário da peste bubônica, que se manteve na Eurásia e Norte da África.

Charge mostra quarentena de cólera durante a epidemia na Itália

A bactéria da cólera libera uma toxina que provoca diarreia intensa e o portador pode acabar morrendo por desidratação. A proliferação é similar ao de poliomelite: água e alimentos infectados são a principal maneira de infecção. Segundo a OMS, 100 a 120 mil pessoas morrem todos os anos devido a doença, que poderia ser erradicada com vacinação e saneamento básico universal.

Tuberculose

Os poetas românticos brasileiros tanto escreveram sobre o ‘Mal do Século‘ que você talvez tenha aprendido sobre o  surto de tuberculose que ocorreu entre 1

850 e 1950. A doença ataca o sistema respiratório e acometeu milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Acredita-se que mais de 1 bilhão de pessoas tenham morrido. 
Tratamento ao ar livre de pessoas com tuberculose no início do século passado às margens do Rio Tâmisa, em Londres

Causado por uma bactéria – bacilo de Koch -, a tuberculose só conseguiu ser eficientemente tratada pela penicilina, antibiótico descoberto por Alexander Fleming. Hoje, a doença é considerada controlada, mas ainda afeta regiões mais pobres do planeta e especialmente portadores de HIV.

HIV
Desde 1980, acredita-se que mais de 20 milhões de pessoas tenham morrido devido a complicações  da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Causada pelo vírus do HIV, que é transmitido sexualmente, a epidemia de AIDS começou na década de 1980 e continua a redor do mundo, especialmente porque nenhuma cura para a doença foi encontrada.

Freddie Mercury morreu de broncopneumonia, cujo tratamento foi impossível graças a AIDS

Existem duas prevenções para o HIV: camisinha e profilaxia pré-exposição (o PrEP). Entretanto, após o surto dos anos 1980 e a forte educação contra a AIDS, menos precaução tem sido tomada, o que causou um aumento de 21% dos casos no Brasil entre 2010 e 2018. Por isso, é importante ficar atento com a HIV, uma das maiores epidemias da história que perdura e ainda não tem cura.

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