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quinta-feira, 3 de março de 2022

Nota oficial – Por um enfrentamento conjunto à mortalidade materno-infantil

 


Nota oficial

O Conselho Federal de Enfermagem expressa sua preocupação com Plano de Enfrentamento da Mortalidade Materno-infantil, anunciado pelo Ministério da Saúde, à revelia das entidades de controle social, como os Conselhos de Saúde, Conass, Conasems e instituições representativas dos profissionais e usuários.

A Lei Orgânica do SUS impõe a pactuação entre as esferas de gestão na Saúde, e a Lei 8.142 estabelece a participação da comunidade como eixo estruturante da gestão do Sistema Único de Saúde - SUS. Mudanças nas políticas públicas de Saúde devem ser submetidas a debate e pactuação, levando em consideração dados e evidências científicas.

Desde o anúncio do Programa Cuida Mais Brasil, em janeiro, os Conselhos de Enfermagem sinalizaram ao Ministério da Saúde a importância da pactuação social e reforçaram o apoio à assistência integral e multiprofissional que caracterizam a Estratégia de Saúde da Família - ESF.

A Enfermagem tem um papel fundamental na assistência ao pré-natal, parto e puerpério. Uma assistência qualificada da Enfermagem Obstétrica contribui para evitar, identificar e tratar precocemente potenciais complicações, com o devido encaminhamento, quando necessário, reduzindo ocorrências adversas. É preocupante que aspectos como a inclusão da Casa da Gestante Bebê e Puérpera ou mudanças na estrutura dos Centros de Parto Normal - CPN, geridos por enfermeiras obstétricas, não tenham passado por debate técnico qualificado, envolvendo a categoria.

Reconhecemos a importância dos especialistas na retaguarda dos Centros de Parto Normal e das equipes de Saúde da Família – sem, no entanto, compartimentar e desarticular a ação multidisciplinar. O novo modelo, representado pelo Programa “Cuida Mais Brasil”, é um retrocesso em relação aos Núcleo Ampliado da Saúde da Família - NASF, cujo financiamento específico foi extinto em 2019.

A mortalidade materno-infantil, agravada pela pandemia de covid-19, é um desafio que precisamos enfrentar com prioridade absoluta. Compartimentar o atendimento e enfraquecer a atuação das equipes multidisciplinares não contribui para a redução da mortalidade. A cobertura universal de Saúde, com qualidade e resolutividade da assistência, é a estratégia mais eficaz para garantir um nascimento seguro e respeitoso para mulheres e crianças.

 

Conselho Federal de Enfermagem

Fonte_COFEN

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