A Enfermagem Obstétrica tem um papel fundamental na prevenção da
prematuridade. Neste novembro roxo, mês da prematuridade, ações destacam a
importância de prevenção dos partos prematuros e a importância dos cuidados com
o recém nascido. O parto prematuro é a principal causa da mortalidade infantil
antes dos 5 anos de idade.
“Um pré-natal adequado é capaz de identificar, encaminhar e tratar
condições que podem levar à prematuridade”, explica a coordenadora da Comissão
Nacional de Saúde da Mulher do Conselho Federal de Enfermagem, Dannyelle Costa.
“Uma assistência adequada fortalece também a confiança da mulher na sua
capacidade ter um parto normal”, afirma.
O estudo Nascer no Brasil (Fiocruz, 2016), aponta que quase
70% das brasileiras deseja um parto normal no início da gravidez. Sem
apoio dos serviços de saúde, sobretudo privados, essa confiança cai no terceiro
trimestre. As cesarianas agendadas estão entre as principais causas de
prematuridade.
Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 340 mil brasileirinhos
nascem prematuros todo ano. São quase seis ocorrências a cada dez
minutos. A taxa de prematuridade brasileira é quase duas vezes superior à
observada nos países europeus, sendo 74% desses prematuros tardios (34 a 36
semanas gestacionais).
A atenção à prematuridade começa no pré-natal, com a correta datação
gestacional, orientação da gestante e tratamento de condições como pressão alta
e infecções, que podem causar nascimento prematuro, além de representarem risco
à mulher. Passa pela assistência humanizada ao parto, com a garantia do
atendimento necessário e redução de intervenções iatrogências. E continua na
assistência ao recém nascido e à criança, com triagem e elaboração de
itinerário terapêutico adequado.
Gêmeos prematuros se beneficiam do colo do pai, no método canguru (Ascom
HSVP)
Pele a pele – O contato pele a
pele precoce tem, mais um vez, destaque no Novembro Roxo. Consagrado no método canguru, o
contato pele a pele com a mãe é capaz de regular a temperatura e reduzir o
tempo de internação dos pequeninos.
“Esse contato traz números benefícios para o bebê prematuro, tanto
enquanto são pequeninos, quanto no longo prazo, repercussões para toda a vida.
Os prematuros extremos, os mais vulneráveis, são ainda mais beneficiados por
esse contato; é o que os estudos têm mostrado e, por isso, a Organização
Mundial da Saúde e todas as instituições que compõem a Aliança Global para o
Cuidado do Recém-nascido (GLANCE) – incluindo a ONG Prematuridade.com –
escolheram trazer esta temática novamente em 2023”, afirma Associação
Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros (ONG
Prematuridade.com).
Proteção extra – Além do calendário
das vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunização (PNI), os prematuros
nascidos até 28 semanas tem direito a proteção especial contra vírus sincicial
respiratório (VSR), principal causa de bronquiolite no primeiro ano de vida. O
palivizumabe não é exatamente uma vacina, e sim uma imunoglobulina, anticorpos
que induzem a imunização passiva. A imunoglobulina está disponível
gratuitamente para bebês prematuros até 28 semanas gestacionais, no primeiro
ano de vida, e para bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia
congênita, independentemente de idade gestacional ao nascer, até o segundo ano
de vida. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o palivizumabe
no rol de cobertura obrigatória para bebês nas mesmas condições.
Licença maternidade – As mães
de bebês prematuros com internação superior a duas semanas têm direito a
licença estendida, com contabilização do prazo a partir da alta, e não do
nascimento. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade, em 2022,
que o início da licença maternidade deve começar quando houver a alta
hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último. A ação foi
movida pelo Solidariedade (ADI 6327) buscando suprir omissão da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
Fonte_COFEN
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