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terça-feira, 3 de junho de 2025

Junho Verde: Educação Ambiental é a chave para sensibilização de políticas de preservação e sustentabilidade

 


Brasília/DF (03/06/2025) - No coração das políticas ambientais do Brasil, pulsa uma certeza: não há preservação sem educação. No Dia Nacional da Educação Ambiental, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) celebra um caminho que vem sendo pavimentado com ações, programas e, agora, a integração de suas diretrizes por meio do Centro Nacional de Educação Ambiental (Cenea).

A oficialização do Cenea, conforme a portaria publicada em 26 de maio de 2025 no novo Regimento Interno da instituição, é uma conquista que consolida um movimento de reconstrução e resgate da história institucional da Educação Ambiental no Ibama, interrompida há quase duas décadas. Já que em 2007, com a edição da Medida Provisória nº 366 — a mesma que criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) — foi extinta a Coordenação-Geral de Educação Ambiental do Ibama, que então integrava a antiga Diretoria Socioambiental, popularmente conhecida como “a diretoria da educação ambiental”. Desde então, a sede do Instituto ficou sem uma instância própria para tratar do tema, apesar da atuação contínua e dedicada das equipes estaduais de Educação Ambiental em diversas regiões do país.

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Somente em 2022 que um novo capítulo começou a ser escrito. Nesse ano, ressurgiu o Núcleo de Educação Ambiental (NEA), incorporado ao Centro Nacional de Informação, Monitoramento e Educação Ambiental (Cenima), ainda sem estrutura própria. Em setembro de 2024, o presidente do Ibama anunciou oficialmente a criação do Cenea — um centro dedicado exclusivamente ao tema —prometendo sua inclusão no novo regimento institucional. Consolidado neste ano, com a publicação da portaria que devolve à Educação Ambiental seu lugar de direito dentro da estrutura central do órgão.

“O Ibama tem uma história relacionada à educação ambiental, e o Centro Nacional de Educação Ambiental, que é um centro de referência, vai trabalhar tanto na formação, capacitação, produção de materiais e o desenvolvimento de habilidades para comunidades, ambientalistas, educadores e pessoas envovlidas com preservação do meio ambiente ”, salientou, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, sobre a importância do Cenea para educação ambiental.

Educação que transforma

A Educação Ambiental, conforme prevê a Política Nacional (Lei 9.795/99), não é uma ação isolada. Ela é transversal, participativa, e, sobretudo, transformadora. Nesse contexto, assume um papel estratégico: envolve comunidades, qualifica populações e propõe medidas para mitigar e prevenir impactos.

É nesse cenário que o Ibama atua como articulador: define condutas, estimula a escuta ativa de grupos sociais e fomenta a construção conjunta de soluções. Dessa forma, os projetos são executados pelos estados e vinculados às suas equipes de educação ambiental, mas trazem temáticas que dialogam com algumas prioridades fundamentais das áreas finalísticas do Instituto:

- Uso de agrotóxicos e qualidade ambiental;

- Gestão de resíduos sólidos e logística reversa;

- Proteção da fauna, flora e recursos pesqueiros;

- Recuperação de áreas degradadas;

- Prevenção de ilícitos ambientais e manejo do fogo;

- Emergências ambientais e mudanças climáticas.

Essas iniciativas não se limitam às salas de aula. Ao contrário, priorizam ações educativas não formais, realizadas diretamente com os sujeitos sociais impactados — pescadores, comunidades rurais, populações indígenas, trabalhadores locais — criando pontes entre a legislação, a ciência e a vida cotidiana.

“Precisamos mudar a cabeça das pessoas e os comportamentos. Isso inclui ações que não necessariamente punitivistas, para isso trabalhamos com a fiscalização, mas damos essa relevância para educação ambiental da população”, comenta Rodrigo Agostinho, sobre a o impacto dessas iniciativas para na sociedade.

Centralização com capilaridade

A estrutura pensada para o Centro Nacional de Educação Ambiental, procurar coordenar, articular e potencializar ações educativas em todo o país, com diretrizes alinhadas às equipes estaduais do Ibama e orçamento institucionalizado. Seu papel é integrar as atividades e apoiar estados, além ampliar a presença da educação ambiental na gestão pública e nas políticas de conservação.

Assim, é possível efetivar um conjunto robusto de prioridades definidas em oficinas de escuta e planejamento coletivo. Entre os focos estratégicos estão a melhoria da comunicação educacional, o fortalecimento da aprendizagem, a centralização de projetos temáticos e a articulação com outros trabalhos colaborativos que visam transformar cada programa em um impacto real.

Entre os exemplos e diferentes atividades, o Ibama já coleciona experiências bem-sucedidas que mostram o poder da educação ambiental como ferramenta de mobilização e mudança cultural. Entre elas, destacam-se:

Não Tire as Penas da Vida — campanha que atua no Amazonas desde 2002, promovendo oficinas com artesãos indígenas e ações educativas em escolas para combater o uso ilegal de penas e partes de animais silvestres, especialmente durante o Festival de Parintins.

Liberdade e Saúde — projeto criado no Piauí por servidores do Ibama, que utiliza vídeos, quadrinhos, músicas e oficinas para alertar sobre os riscos do tráfico e consumo de animais silvestres. O projeto já foi replicado com adaptações nos estados do Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul, com atividades como observação de aves e debates sobre zoonoses.

Além disso, os recentes cursos gratuitos em parceria com o Ministério do Meio Ambiente foram disponibilizados ao público: “Meio Ambiente, Cidadania e Educação Ambiental” e “Introdução à Educação Ambiental no Processo de Gestão Socioambiental”. Os conteúdos fortalecem a formação de educadores, agentes públicos e lideranças sociais, ampliando o alcance das ações.

Uma nova consciência em construção

Celebrar o Dia Nacional da Educação Ambiental é, também, reforçar a urgência de um pacto coletivo. Um elo entre o conhecimento, a sustentabilidade e o exercício da cidadania, para conservação ambiental e climática que exige uma gestão pública integrada. Uma iniciativa que reconheça a importância da escuta ativa, valorização dos saberes tradicionais e da construção de soluções baseadas na equidade e no respeito ao meio ambiente.

Fonte _ Saúde.gov

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