Imuniza SUS

sábado, 6 de setembro de 2025

Estudo avalia como complicações por arboviroses estão associadas à desigualdade

 


Um novo estudo da Fiocruz, publicado na revista The Lancet Regional Health Americas, investiga a dengue e a chikungunya e como elas afetam diferentes populações em contextos vulneráveis no Brasil. O resultado mostra que negros e indígenas têm maior número de anos de vida perdidos nas duas doenças, quando comparados com pessoas brancas. Enquanto negros são os que mais perdem anos de vida pela chikungunya, os indígenas são os que mais perdem anos de vida pela dengue. Em ambos os casos, os dois grupos morrem em média 22 anos antes do esperado. Se comparado a pessoas brancas, esse número não passa de 13 anos.

Ao prestar atenção em quem são os mais afetados neste ciclo persistente de desigualdades, as comunidades que convivem com barreiras de gênero, raça e classe sofrem maior impacto negativo. “A motivação do estudo nasce à medida em que enxergamos que há desigualdades no Brasil e, a partir desta constatação, medimos o quanto isso reflete na vida das pessoas que adoeceram por dengue ou chikungunya”, explica Thiago Cerqueira-Silva, pesquisador associado ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e líder do estudo.

O artigo utiliza dados de casos notificados das duas doenças no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), totalizando mais de 13 milhões de casos de dengue e outros 1 milhão de chikungunya. A análise foi feita levando em conta a hospitalização e a mortalidade, tendo em vista os fatores de risco como idade, sexo e comorbidades. O artigo também mediu os anos de vida perdidos de pessoas com essas doenças, revelando um impacto desigual da dengue e chikungunya por região geográfica e raça.

Para Cerqueira-Silva os resultados demonstram que há um problema estrutural em relação a esses grupos que os torna mais vulneráveis a complicações causadas por estas doenças. “Esta escolha de quantificar os anos de vida perdidos em grupos distintos é um diferencial da abordagem do nosso estudo no que diz respeito à investigação das duas doenças, essa é a estratégia que utilizamos para descrever o impacto da desigualdade no Brasil”, comenta o líder do estudo inédito. Os anos de vida perdidos podem ser interpretados como quantos anos as pessoas poderiam ter vivido em média caso não tivessem morrido de forma precoce por estas doenças.  

Risco aumentado por regiões

Ao olhar para diferentes regiões, foi possível perceber que os jovens do Norte e do Nordeste concentraram mais anos de vida perdidos tanto por dengue quanto por chikungunya, se comparados aos do Sul e Sudeste. Informação que é necessária ao expor os grupos que mais sofrem as consequências destas doenças.

Considerando outras características das populações, a idade é o fator de pré-disposição para as duas doenças, com as crianças menores de 1 ano e os idosos apresentando maiores riscos de adoecimento. Pessoas com histórico de doenças, a exemplo da diabetes ou hipertensão, também estão sob maior risco de perda de tempo de vida.

As recomendações do estudo incentivam políticas públicas de saúde que combatam desigualdades estruturais presentes no Brasil. Mais do que isso, os pesquisadores ressaltam que é importante o monitoramento das ações de saúde pública pelo governo de forma estratificada por região, etnias e raças, pois “é necessário ir além de médias nacionais ao avaliar o resultado de políticas públicas. Uma política pode parecer um sucesso na média nacional, mas pode estar falhando em cuidar de grupos específicos”, conclui Cerqueira-Silva. O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses é um esforço levado em consideração no combate às doenças transmitidas por mosquitos.

As limitações do estudo vão de encontro com a impossibilidade de investigar os agentes determinantes da desigualdade, seja por piores condições de vida, seja por menor acesso a bens e serviços de saúde, dentre outras questões que mobilizam maior atenção em torno do tema. Participaram do estudo as instituições parceiras London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Fonte _ FioCruz

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

InfoGripe aponta aumento de Covid-19 nas regiões Centro-Sul e Nordeste

 


Divulgado nesta quinta-feira (4/9), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz alerta que a Covid-19 é a principal causa de hospitalização de idosos, nas últimas semanas, por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Rio de Janeiro e no Amazonas. A análise também observou o crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em duas regiões: no Centro-Sul (o que inclui o Distrito Federal e os estados do Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais) e no Nordeste (Piauí e Paraíba). O número de novos casos de SRAG por Covid-19 ainda segue em níveis relativamente baixos nesses estados.

O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país; A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública. A análise é referente à Semana Epidemiológica - SE / 35, período de 24 a 30 de agosto.

No Amazonas, os casos de SRAG seguem aumentando especialmente em crianças pequenas de até quatro anos e estão relacionados a um aumento das hospitalizações por Vírus Sincicial Respiratório (VSR). No Amapá, Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro, o estudo sinaliza que esse crescimento das ocorrências atinge mais as crianças e os adolescentes e está relacionado ao rinovírus. Já no Espírito Santo, o aumento de SRAG ocorre especialmente na população idosa.

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressaltou que, apesar do cenário da Covid-19 no país ainda não apresentar níveis preocupantes, a recente atividade do Sars-CoV-2 em muitos estados é um alerta para que a população de risco verifique se a vacinação está atualizada.

“Idosos e imunocomprometidos devem receber doses de reforço a cada 6 meses, para garantir a proteção contra o vírus. Já os demais grupos de risco, como pessoas com comorbidades, precisam tomar a dose de reforço uma vez ao ano. Além disso, com a maior circulação de vírus respiratórios, em especial o rinovírus entre crianças e adolescentes, a gente recomenda que, caso esse grupo apresente sintomas de gripe ou resfriado, que permaneça em casa em isolamento e evite frequentar a escola”, orientou a pesquisadora.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 8,1% para influenza A; 1,7% para influenza B, 25,6% para VSR; 47% para rinovírus; e 14% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, os casos positivos no mesmo recorte temporal foram de 23,8% para influenza A,; 2,2% para influenza B; 18,1% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Capitais e estados


Nove das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35: Belém (Pará), Brasília (Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e Vitória (Espírito Santo).

Em Manaus, Macapá e Rio de Janeiro, o aumento dos casos e SRAG se concentra nas crianças e adolescentes de até 14 anos. Em Vitória, as ocorrências atingem principalmente os idosos a partir de 65 anos. Já em Brasília, Florianópolis, Porto Velho e Rio Branco, o sinal de aumento é caraterístico de uma oscilação.

Além disso, oito capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Joao Pessoa (PB), Porto Alegre, Salvador e São Luís.

Observa-se que seis das 27 Unidades Federativas (UFs) apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35: Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.

O estudo também aponta que 14 UFs apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. O número elevado de casos na maioria desses estados ainda é reflexo, em grande parte, da temporada dos vírus influenza A e VSR, que seguem em tendência de queda na maior parte do país.

Situação nacional

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.051 óbitos por SRAG, sendo 5.318 (52,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.808 (37,9%) negativos, e ao menos 171 (1,7%) aguardando resultado laboratorial.

Dentre os óbitos positivos deste ano, observou-se 52,7% são por influenza A; 1,8% por influenza B; 12,1% por VSR; 13% por rinovírus; e 21,2% por Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 23,8% para influenza A; 2,2% para influenza B; 18,1% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Fonte _ FioCruz

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

 


Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (4) da reunião de início da implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. Instalado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027. 

“É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas — da atenção primária até os serviços de urgência e emergência — garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência”, detalhou o ministro Padilha. 

O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), que será solicitado ao banco dos BRICS. 

“O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional”, afirmou o ministro. 

O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.  

“O hospital inteligente representa um novo patamar para a Saúde brasileira e, sobretudo, para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma iniciativa que nos consolida como um complexo hospitalar referência em assistência e inovação no país, incorporando a nova unidade a sua estrutura institucional. Estes são os primeiros passos de um futuro no qual o cuidado em saúde será mais ágil, mais preciso e mais humano, graças à força da ciência e à responsabilidade pública”, destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo. 

Além da assistência, o ITMI atuará como centro de pesquisa, inovação e formação de profissionais em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, soluções de logística avançada e ambientes humanizados para pacientes e equipes. 

Unidades de Terapia Intensiva inteligentes em todas as regiões do país 

O investimento também financiará a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será expandida gradualmente. As UTIs estarão conectadas à UTIs do Hospital das Clínicas da USP e poderão contar com o suporte e expertise de seus profissionais. Nessas unidades, o monitoramento ocorrerá em tempo real com uso de inteligência artificial para apoiar a regulação de leitos e a tomada de decisões clínicas. 

Complexo Econômico-Industrial da Saúde 

O Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho para conduzir a implantação do projeto do ITMI-Brasil em articulação com outros ministérios e parceiros. A iniciativa integra os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.  

Mais capacidade para ampliar o tratamento contra o câncer 

Ainda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferta 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS). No local, Padilha anunciou que a unidade foi contemplada com um acelerador linear no valor de R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A ação é mais uma medida do Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera pelo atendimento especializado.

Fonte _ Saúde.gov

ExpoXapuri 2025

 



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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

IdeiaSUS Fiocruz destaca boas práticas de cuidado à saúde mental no Setembro Amarelo

 


O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que ocorre em 10 de setembro, marca o ponto alto da campanha Setembro Amarelo 2025, que neste ano tem como lema Agir salva vidas. Ao longo de todo o mês, a mobilização reforça a necessidade de quebrar o silêncio em torno do tema, incentivando o diálogo e a busca por ajuda em momentos de crise. Um dos focos de 2025 é chamar atenção para os efeitos da cultura de ódio nas redes sociais, fenômeno que se intensificou nos últimos anos e tem provocado danos muitas vezes irreversíveis à saúde mental, em especial entre os adolescentes.

Estudos mostram que práticas de exclusão e discriminação — como xenofobia, racismo e LGBTfobia — impactam profundamente o bem-estar biopsicossocial, desencadeando quadros de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e, nos casos mais graves, ideação suicida. Segundo a psiquiatra Marcia Britto de Macedo Soares, até mesmo quem consome esse conteúdo sem ser alvo direto pode desenvolver sintomas como medo constante, ansiedade elevada e dessensibilização à violência. “As vítimas podem desenvolver transtornos de ansiedade, pânico, fobia social, depressão e até ideação suicida. E quem propaga esse tipo de discurso também é afetado, tornando-se mais destrutivo, raivoso e intolerante”, explica a médica, no artigo O impacto do discurso de ódio na saúde mental.

A gravidade do problema se reflete em números recentes. Um relatório do grupo KidsRight, em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, mostra que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos no mundo sofre de algum problema de saúde mental, sendo 70% deles associados ao uso problemático das redes sociais. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 12 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Entre jovens de 15 a 29 anos, essa já é a quarta maior causa de morte. O crescimento é alarmante: entre 2016 e 2021, as taxas de mortalidade por suicídio aumentaram 49,3% entre adolescentes de 15 a 19 anos e 45% entre os de 10 a 14 anos.

Contribuições da IdeiaSUS

Diante desse cenário, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz se soma à campanha de 2025 como espaço estratégico de valorização de práticas inovadoras do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Entre os exemplos, está a Rede de Atenção e Prevenção ao Suicídio de Anastácio (MS), organizada nos pilares de prevenção, atenção e posvenção. A iniciativa integra o livro Fiocruz é SUS: rodas de saberes, práticas compartilhadas, lançado em 2024 e disponível gratuitamente no site da IdeiaSUS.

Outro destaque é a prática Suicídio, o inimigo silencioso: precisamos falar sobre isso, vinculada ao Programa Municipal de Valorização da Vida e Combate ao Suicídio, de Coribe (BA). O projeto promove, entre outras ações, encontros em escolas para dialogar com adolescentes e jovens sobre bullying, automutilação, autoestima e autoconhecimento, fortalecendo a prevenção e a proteção.

“Ao reunir e divulgar essas experiências, a IdeiaSUS reafirma seu papel de difusora de boas práticas em saúde, oferecendo não apenas visibilidade a essas práticas, mas também inspiração para que gestores, profissionais e comunidades multipliquem estratégias de cuidado”, realça o coordenador da IdeiaSUS Fiocruz, Wagner Barbosa de Oliveira. Confira outras boas iniciativas do SUS de prevenção ao suicídio e promoção do bem-estar biopsicossocial publicadas na plataforma.

Fonte _ FioCruz

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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Butantan sedia evento da OPAS com países da América Latina e Caribe para criar estratégia regional contra acidentes com animais peçonhentos

 


1ª Reunião de Programas de Acidentes por Animais Venenosos de América Latina e Caribe reuniu 21 países para pontuar prioridades no monitoramento e no acesso aos antivenenos

O Instituto Butantan foi o anfitrião da 1ª Reunião de Programas de Acidentes por Animais Venenosos de América Latina e Caribe (REDPEVA), ocorrida nas últimas quinta (21/8) e sexta (22/8), com o objetivo de fortalecer ações conjuntas de enfrentamento dos acidentes por animais peçonhentos de 21 países da região.

A reunião foi organizada pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA), da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), e recebeu diretores, coordenadores e técnicos que atuam nos sistemas públicos de saúde do Brasil, Jamaica, Costa Rica, Haiti, Guiana Francesa, Guatemala, El Salvador, Equador, Paraguai, Cuba, Belize, Uruguai, Venezuela, Suriname, Santa Lúcia, Peru, Panamá, Nicaragua, México e Martinica.

No encontro, os especialistas pontuaram a necessidade da criação de uma rede colaborativa de compartilhamento de conhecimento entre os países; o uso de tecnologia para mapeamento das áreas de risco; a padronização da vigilância; e melhorias no acesso aos antivenenos na região, com o objetivo de reduzir a mortalidade e as sequelas permanentes, assim como a carga social e econômica gerada por acidentes com animais peçonhentos na região.

Esforço conjunto

Na abertura do evento, o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, ressaltou que a organização, maior produtora de soros contra venenos de animais peçonhentos da América Latina, está empenhada em trabalhar em conjunto pelo fortalecimento de estratégias de contenção dos acidentes com animais peçonhentos na região.

“O Butantan estará sempre de braços abertos para recebê-los aqui para trocar ideias para a nossa região ficar cada vez mais forte para reagir a essa necessidade de saúde pública”, afirmou. 

Saiba mais sobre o processo de produção dos soros do Butantan

A diretora técnica de produção de soros do Butantan, Fan Hui Wen, destacou o trabalho centenário do Butantan no oferecimento dos antivenenos lembrando Vital Brazil (1865-1950), o primeiro diretor do Instituto.

“Esse é o legado da instituição, que está empenhada em enfrentar o problema de saúde pública que envolve vários agravos representados pelo envenenamento de animais peçonhentos e as perdas de vidas e perdas econômicas”, ressaltou.

O esforço regional está alinhado ao compromisso da OMS, que incluiu o envenenamento por serpentes em sua lista de doenças negligenciadas em 2017. Em 2019, a organização promoveu um pacto com os países-membros e aprovou uma estratégia para a prevenção e controle, com o objetivo de reduzir a mortalidade e incapacidade por envenenamento por serpentes em 50% até 2030.

Reconhecendo a importância deste problema nas Américas, o PANAFTOSA assumiu a coordenação regional dos temas relacionados aos acidentes causados por animais peçonhentos na região, e iniciou um programa de apoio aos seus estados-membros. 


O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, ressaltou a importância de uma resposta conjunta para evitar mais mortes e sequelas que podem ser prevenidas. “Isso exige uma resposta regional coordenada e sustentada, com base no enfoque de Saúde Única, ou seja, de saúde humana, animal e ambiental”, afirmou em vídeo.

O diretor da PANAFTOSA, Otorrino Cosivi, salientou a importância de reunir os países em uma estratégia comum.

“Há um comprometimento do nosso time para, ao lado do time da OPAS e dos países da região, trabalharmos juntos na construção de estratégias, soluções de informação e plataformas com foco, sobretudo, nos países mais vulneráveis”, afirmou.

No segundo dia do encontro, a OPAS lançou o guia Diagnóstico e Tratamento do Envenenamento por Serpentes na América Latina e Caribe, publicação feita pela PANAFTOSA em conjunto com especialistas da área, com base em evidências científicas aplicadas ao contexto da América Latina e Caribe.

“Não deixem de aproveitar a expertise dos institutos, o conhecimento compartilhado. Permitam que ele seja espalhado e que cresça, já que as faculdades de ciências da saúde nem sempre caminham na velocidade de quem precisa salvar vidas com o diagnóstico e o tratamento corretos”, disse Fan Hui Wen, uma das autoras do documento.

O professor da Faculdade de Microbiologia do Instituto Clodomiro Picado, da Costa Rica, José María Gutiérrez, e a diretora de produção de soros do Butantan, Fan Hui Wen, apresentam o guia Diagnóstico e Tratamento do Envenenamento por Serpentes na América Latina e Caribe, da OPAS


Escorpionismo preocupa 

Para o coordenador geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Francisco Edilson Ferreira de Lima Jr., os acidentes por animais peçonhentos são um tema desafiador em todo o subcontinente, principalmente pelo aumento da incidência de casos na América Latina e Caribe, e pela falta de estrutura de armazenamento de soros em algumas localidades. 

“O primeiro desafio é reduzir os óbitos e aumentar o acesso aos antivenenos, especialmente nas populações mais vulneráveis, além da necessidade de oferecer uma estrutura mínima de armazenamento dos antivenenos nas comunidades, com profissionais treinados para administrar soros, e mais esforços para evitar subnotificação de dados”, ressaltou. 

No Brasil, o aumento de acidentes por animais peçonhentos vem sendo impactado diretamente pelos números de acidentes com escorpiões. Esses artrópodes foram responsáveis por 202.324 acidentes e 134 óbitos em 2023, segundo o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. O estado de São Paulo continua sendo o maior notificador de acidentes escorpiônicos, com 48.651 em 2023.

“O escorpionismo está diretamente relacionado com ações humanas, com a urbanização desordenada e com as mudanças climáticas que trazem impactos, principalmente, às populações mais vulneráveis. O maior desafio é melhorar o acesso ao soro, especialmente entre essas populações”, afirmou Edilson Ferreira de Lima Jr.


Já em relação às picadas de serpentes, na América Latina e no Caribe são relatados mais de 57 mil casos a cada ano – dado considerado subnotificado, devido à falta de registro de acidentes ocorridos em áreas remotas ou com acesso limitado a serviços de saúde. No mundo, a cada ano, as picadas de serpentes afetam 5,4 milhões de pessoas, causando mais de 80 mil mortes e deixando cerca de 240 mil pessoas com incapacidades, segundo a OPAS.

Uma consulta recente da PANAFTOSA realizada nas Américas apontou que os casos de envenenamento por escorpiões e arraias aumentaram significativamente entre 2021 e 2024, com uma estimativa de 198.647 e 48.345 casos por ano, respectivamente. Os incidentes por picadas de serpentes e lagartas se mantiveram em 10,9 e 1,2 por cada 100 mil habitantes, mas também superaram as cifras dos anos anteriores.

A diretora geral do Instituto Nacional de Saúde da Colômbia, Diana Marcela Pava Garzón, abordou o aumento de casos por picadas de escorpião em áreas rurais do país que já sofrem com acidentes por serpentes. “Notificamos 1.979 casos de picadas de escorpião; destes, 831 foram em crianças, principalmente em áreas rurais da região de Antióquia”.


Capacitação de profissionais

A necessidade de capacitar mais profissionais de saúde para o diagnóstico de acidentes e a aplicação de antivenenos foi outra meta sugerida durante a reunião. A OPAS oferece um curso virtual de capacitação com certificado, indicado tanto para equipes médicas, quantos para outros profissionais envolvidos no socorro a acidentados.

Representantes dos Ministérios da Saúde de Honduras e Uruguai, por exemplo, abordaram como capacitam seus profissionais para diminuir a letalidade por diferentes tipos de acidentes em seus países.

A coordenadora do Centro de Informação Tecnológica da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, Wendy Lizeth Cruz Romano, falou sobre o plano de ação criado por seu país para detectar acidentes por veneno de viúva-negra, e como é oferecido soro nos locais onde a aranha é endêmica.

“Muitos acidentes acontecem porque as pessoas não sabem o perigo e mostram a aranha até para crianças. Para evitar mortes, conseguimos os antivenenos de El Salvador, Nicaragua e Guatemala, e distribuímos por 22 hospitais de 18 cidades. Mas para isso precisamos treinar mais as equipes médicas”, disse.


Para a diretora de Zoonoses e Vetores do Ministério da Saúde Pública do Uruguai, Gabriela Willat, a capacitação dos profissionais de saúde deve ser contínua e envolver também a nova geração de médicos. “Protocolos salvam vidas e o acesso rápido a informação otimiza a resposta”, afirmou. Segundo ela, um ponto que fez diferença no país foi treinar as equipes quanto a fazer uma notificação mais acurada dos acidentes.

“Esperamos que, a partir de agora, com as ferramentas necessárias, possamos incrementar essas capacitações. A regra é planejar melhor e melhorar as informações a serem disponibilizadas. Será um trabalho interno que terá que ser feito nos próximos meses para planejar a partir do próximo ano”, disse o coordenador do PANAFTOSA, Marco Vigilato.


Subnotificação de casos

Um dos problemas de todos os países da região é a subnotificação de casos, demonstrada em um painel que analisou dados fornecidos por 18 países. 

De acordo com o documento apresentado pela PANAFTOSA, 67% dos países têm guias, protocolos e diretrizes de vigilância de acidentes, mas 25% deles não receberam atualização de dados na última década; 50% seguem sem atualização de dados sobre acidentes com escorpiões; 58% sem dados de acidentes por aranhas; e 83% sem atualizações de acidentes por lonomias.

“O Brasil é o país que apresenta a maior incidência de acidentes na região porque é o país que mais notifica casos. Sabemos que neste relatório os dados estão subnotificados porque metade dos países da região não tem documentação ou está com ela desatualizada”, disse a consultora internacional da PANAFTOSA, María Elisa Peichoto.


Vale ressaltar que entre os 21 países há realidades muito distintas. Diferentemente do Brasil, há países que não têm um programa de acidentes de animais peçonhentos, como Belize, ou não têm programas totalmente estabelecidos, além dos que sequer têm notificação compulsória de casos, como Santa Lucia.

O levantamento também mostrou dados mais otimistas  ao informar que 61% dos países capacitam seus profissionais e que as próprias notificações indicam que está havendo aprimoramento da checagem. “A capacitação provavelmente está relacionada à diminuição da letalidade e o aumento de casos pode ser sinal de melhor monitoramento”, afirmou a consultora internacional. 

Apesar disso, María Elisa Peichoto ressalta a necessidade de outras estratégias para aprimorar o monitoramento de casos na região. Segundo ela, para atingir a meta global de diminuição da OMS é necessário empoderar comunidades para a prevenção, dar mais ênfase à capacitação profissional, ser mais eficiente na coleta de dados, melhorar o planejamento da demanda, logística e dados que possam ser monitorados.

Situação brasileira

O Programa Nacional de Vigilância e Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos do Brasil foi implantado em 1986 para reduzir a incidência dos acidentes e sequelas, diminuir sua gravidade e mapear as áreas de risco.

Os dados desse monitoramento mostram que os acidentes por animais peçonhentos resultaram em 344.138 notificações no Sinan em 2023. Também indicam que na região norte do país ocorrem 30% dos acidentes ofídicos e 31% dos óbitos, muitos deles entre os indígenas. Essa população, que se mostra a mais vulnerável pelo fato de viverem em áreas de mata, onde têm mais contato com os animais, e em regiões isoladas, longe de hospitais, têm mais dificuldade de acesso aos soros.

“Embora 4,5% dos acidentes ocorrem em pessoas que se autodeclaram indígenas, os óbitos nessa categoria representam 11,5% do total. Como forma de diminuir o problema, o Brasil aposta em um programa de descentralização dos soros antiveneno em áreas indígenas como Amazonas e Roraima e deve seguir para o Acre e Pará”, disse Lucia Regina Montebello Pereira, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.


projeto-piloto de descentralização dos soros contou com apoio do Instituto Butantan, que doou 800 frascos de antivenenos contra picada de jararaca e surucucu-pico-de-jaca (antibotrópico e antilaquético) para a região amazônica a fim de serem usados em Unidades Básicas de Saúde Indígena.

Butantan produz 8 tipos de soros contra picadas de cobras, escorpiões e lagartas (lonomias), além de soros para tratamento do botulismo, raiva, tétano e difteria, totalizando 12 tipos diferentes de imunoglobulinas. A linha de produção dos soros antiveneno do Instituto é certificada em Boas Práticas de Fabricação (BPF) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte _ Butantan

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Vacina da gripe é eficaz? Especialistas do Butantan explicam

 


Sim. Imunizante protege principalmente crianças e idosos contra formas graves, hospitalizações e mortes e tem eficácia dentro de padrão estabelecido pela OMS

Quando alguém fica gripado mesmo depois de tomar a vacina, pode parecer que o imunizante “não funcionou” e que ele não é eficaz. Mas isso não é verdade. A vacina da gripe funciona como um escudo de segurança: não é perfeita, mas ajuda bastante.

“Pense na vacina como um cinto de segurança, que não evita acidentes, mas protege dos piores ferimentos. Ou como um guarda-chuva, que te mantém muito mais seco durante a chuva do que se você estivesse sem nada”, explica o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan, João Miraglia.

Em termos gerais, a eficácia é quanto a vacina protege uma pessoa da gripe, ou seja, o quanto tomá-la pode diminuir as chances de ficar doente, ressalta o gestor médico.

Eficácia abaixo de 100% não significa que “não funciona”

Um imunizante pode ter eficácia menor do que 100%, e ainda assim ser altamente eficaz no combate a uma doença. “Não existe vacina ou medicamento com 100% de proteção porque a resposta imune varia de pessoa para pessoa, sobretudo por fatores como idade, condição de saúde e uso de medicamentos. Nem mesmo quando a pessoa contrai o vírus influenza ela fica 100% imune a ele”, afirma a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan Carolina Barbieri.

A OMS aponta, em seu documento mais recente sobre o uso de vacinas contra a gripe sazonal, Vaccines against influenza: WHO position paper – May 2022, que a imunização anual contra influenza deve ser a principal estratégia preventiva, sobretudo para casos graves e grupos de risco – idosos, gestantes, crianças menores de 5 anos, pessoas com comorbidades (doenças cardíacas, pulmonares, renais, diabetes, HIV), trabalhadores da saúde, e pessoas imunossuprimidas.

“A efetividade depende da correspondência entre cepas vacinais e circulantes. Em geral, há impacto significativo na redução de hospitalizações e mortalidade”, descreve o órgão no documento baseado em revisões sistemáticas e análises do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE). Entenda por que tem que tomar a vacina todo ano 

O que a eficácia representa

A eficácia e efetividade são conceitos diferentes usados para avaliar vacinas. A eficácia é medida em estudos clínicos controlados, com voluntários divididos em grupos (vacinados e não vacinados), para verificar quanto a vacina previne a doença, hospitalizações e mortes. Esses estudos ocorrem em fases 1, 2 e 3 antes da liberação do produto.

Já a efetividade é avaliada na vida real, após a vacina ser aplicada na população em geral. Como há menos controle de variáveis, os resultados refletem a resposta da vacina em condições normais de uso. 

Em adultos, a eficácia média da vacina da gripe varia entre 40% e 60%. Em crianças e idosos, essa resposta tende a ser menor por questões relacionadas a resposta imune nestas faixas etárias. 

“Em crianças pequenas, o sistema imunológico está imaturo, em desenvolvimento. Já em idosos, as respostas imunológicas podem estar diminuídas por causa de um fenômeno chamado imunossenescência, que significa a queda das defesas imunológicas ocorrida com o avanço da idade”, esclarece Carolina Barbieri. 

Outra questão que impacta na eficácia da vacina da gripe é a plataforma de vírus inativado. Vacinas de vírus vivos ou atenuados, como de sarampo e febre amarela, por exemplo, tendem a ter maior eficácia e proteção mais duradoura. Isso ocorre porque estas plataformas vacinais geram uma resposta imunológica mais potente. Por outro lado, as vacinas inativadas são consideradas altamente seguras para os grupos prioritários e são as únicas indicadas para gestantes, por exemplo.

A vacina da gripe, especialmente, apresenta um grande desafio: o vírus influenza sofre constantes mutações, o que exige a atualização anual do imunizante. Quando há diferença entre a cepa vacinal e a que circula na natureza, a eficácia contra a infecção pode diminuir.

Vacina reduz complicações e mortes por gripe

Apesar disso, a vacina da gripe continua sendo essencial, principalmente por sua capacidade de reduzir casos graves, hospitalizações e mortes, mesmo que não impeça totalmente os sintomas gripais leves. 

Isso porque a gripe pode impactar gravemente a saúde e a qualidade de vida dos públicos mais expostos, especialmente os idosos, levando à perda de autonomia e agravamento de doenças pré-existentes. “A vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção disponível, com benefício individual e coletivo, ao reduzir a circulação do vírus e proteger os mais vulneráveis”, esclarece Carolina Barbieri.

Um artigo publicado na revista Clinical Infectious Diseases (CID) em 2017 mostrou que a vacinação contra a gripe reduziu mortes, internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o tempo de internação na UTI e de hospitalizações por gripe. O estudo constatou que adultos e idosos hospitalizados por influenza que eram vacinados tiveram uma redução de 52% a 79% na mortalidade em comparação aos não vacinados.

Os benefícios observados foram maiores entre pessoas com 65 anos ou mais, o que é notável porque idosos apresentam maior risco de complicações graves pela gripe e a maior taxa de hospitalização entre todas as faixas etárias, destaca o informe do CDC a respeito da pesquisa.

“A vacina é especialmente importante para prevenir complicações como pneumonia, descompensação de doenças crônicas e até infarto, já que a gripe provoca uma forte resposta inflamatória no corpo. Por isso, sua aplicação é recomendada anualmente em grupos prioritários”, esclarece Carolina Barbieri.

“Se vacinando você diminui a chance de  passar o vírus para familiares e amigos. Tomar a vacina da gripe é um cuidado com você e com a comunidade”, ressalta João Miraglia.

Onde e quando tomar a vacina da gripe?

A vacina da gripe disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI), ou seja, ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), é a Influenza trivalente do Instituto Butantan. O imunizante é indicado para a proteção contra os vírus influenza. A vacina do Butantan é pré-qualificada pela OMS, que recomenda o uso de vacinas trivalentes da gripe, em vez das quadrivalentes

Em 2025, a vacina da gripe passou a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação de rotina para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e pessoas com 60 anos ou mais. Isso significa que o imunizante estará disponível ao longo de todo o ano nas unidades básicas de saúde, não somente durante as campanhas sazonais para estes públicos, embora haja maior benefício ao tomar durante a campanha, que geralmente tem início no mês de setembro na região Norte e no mês de abril nas demais regiões.

“É importante ser vacinado durante a campanha, para já estar protegido durante os meses que temos o maior número de casos de gripe no Brasil, entre setembro e novembro na região Norte e entre abril e junho nas demais regiões. Quando deixamos para vacinar depois da campanha temos um benefício menor, mas ainda é importante tomar a vacina assim que for possível e sempre se revacinar todos os anos”, conclui João Miraglia.

Fonte _ Butantan

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