Divulgado
nesta quinta-feira (4/9), o novo Boletim
InfoGripe da Fiocruz alerta que a Covid-19 é a principal causa de
hospitalização de idosos, nas últimas semanas, por Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) no Rio de Janeiro e no Amazonas. A análise também observou o
crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 em duas regiões: no
Centro-Sul (o que inclui o Distrito Federal e os estados do Mato Grosso, São
Paulo, Paraná, Minas Gerais) e no Nordeste (Piauí e Paraíba). O número de novos
casos de SRAG por Covid-19 ainda segue em níveis relativamente baixos nesses estados.
O
InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao
monitoramento de casos de SRAG no país; A iniciativa oferece suporte às
vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações,
preparações e resposta a eventos em saúde pública. A análise é referente à
Semana Epidemiológica - SE / 35, período de 24 a 30 de agosto.
No
Amazonas, os casos de SRAG seguem aumentando especialmente em crianças pequenas
de até quatro anos e estão relacionados a um aumento das hospitalizações por
Vírus Sincicial Respiratório (VSR). No Amapá, Goiás, Distrito Federal e Rio de
Janeiro, o estudo sinaliza que esse crescimento das ocorrências atinge mais as
crianças e os adolescentes e está relacionado ao rinovírus. Já no Espírito
Santo, o aumento de SRAG ocorre especialmente na população idosa.
Pesquisadora
do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim
InfoGripe, Tatiana Portella ressaltou que, apesar do cenário da Covid-19 no
país ainda não apresentar níveis preocupantes, a recente atividade do
Sars-CoV-2 em muitos estados é um alerta para que a população de risco
verifique se a vacinação está atualizada.
“Idosos
e imunocomprometidos devem receber doses de reforço a cada 6 meses, para
garantir a proteção contra o vírus. Já os demais grupos de risco, como pessoas
com comorbidades, precisam tomar a dose de reforço uma vez ao ano. Além disso,
com a maior circulação de vírus respiratórios, em especial o rinovírus entre
crianças e adolescentes, a gente recomenda que, caso esse grupo apresente
sintomas de gripe ou resfriado, que permaneça em casa em isolamento e evite
frequentar a escola”, orientou a pesquisadora.
Nas
últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos
foi de 8,1% para influenza A; 1,7% para influenza B, 25,6% para VSR; 47% para
rinovírus; e 14% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, os casos
positivos no mesmo recorte temporal foram de 23,8% para influenza A,; 2,2% para
influenza B; 18,1% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2
(Covid-19).
Capitais e estados
Nove
das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto
risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de
longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35: Belém (Pará), Brasília
(Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), Macapá (Amapá), Manaus
(Amazonas), Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de
Janeiro) e Vitória (Espírito Santo).
Em
Manaus, Macapá e Rio de Janeiro, o aumento dos casos e SRAG se concentra nas
crianças e adolescentes de até 14 anos. Em Vitória, as ocorrências atingem
principalmente os idosos a partir de 65 anos. Já em Brasília, Florianópolis,
Porto Velho e Rio Branco, o sinal de aumento é caraterístico de uma oscilação.
Além
disso, oito capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta,
risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo
prazo: Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Joao Pessoa (PB), Porto
Alegre, Salvador e São Luís.
Observa-se
que seis das 27 Unidades Federativas (UFs) apresentam incidência de SRAG em
nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de
crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 35:
Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.
O
estudo também aponta que 14 UFs apresentam incidência de SRAG em níveis de
alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de
longo prazo: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina
e Sergipe. O número elevado de casos na maioria desses estados ainda é reflexo,
em grande parte, da temporada dos vírus influenza A e VSR, que seguem em
tendência de queda na maior parte do país.
Situação nacional
Referente
aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.051 óbitos por SRAG, sendo
5.318 (52,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 3.808 (37,9%) negativos, e ao menos 171 (1,7%) aguardando
resultado laboratorial.
Dentre
os óbitos positivos deste ano, observou-se 52,7% são por influenza A; 1,8% por
influenza B; 12,1% por VSR; 13% por rinovírus; e 21,2% por Sars-CoV-2
(Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os
óbitos positivos foi de 23,8% para influenza A; 2,2% para influenza B; 18,1%
para VSR; 27,9% para rinovírus; e 26,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Fonte _ FioCruz
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