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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

IdeiaSUS Fiocruz destaca boas práticas de cuidado à saúde mental no Setembro Amarelo

 


O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que ocorre em 10 de setembro, marca o ponto alto da campanha Setembro Amarelo 2025, que neste ano tem como lema Agir salva vidas. Ao longo de todo o mês, a mobilização reforça a necessidade de quebrar o silêncio em torno do tema, incentivando o diálogo e a busca por ajuda em momentos de crise. Um dos focos de 2025 é chamar atenção para os efeitos da cultura de ódio nas redes sociais, fenômeno que se intensificou nos últimos anos e tem provocado danos muitas vezes irreversíveis à saúde mental, em especial entre os adolescentes.

Estudos mostram que práticas de exclusão e discriminação — como xenofobia, racismo e LGBTfobia — impactam profundamente o bem-estar biopsicossocial, desencadeando quadros de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e, nos casos mais graves, ideação suicida. Segundo a psiquiatra Marcia Britto de Macedo Soares, até mesmo quem consome esse conteúdo sem ser alvo direto pode desenvolver sintomas como medo constante, ansiedade elevada e dessensibilização à violência. “As vítimas podem desenvolver transtornos de ansiedade, pânico, fobia social, depressão e até ideação suicida. E quem propaga esse tipo de discurso também é afetado, tornando-se mais destrutivo, raivoso e intolerante”, explica a médica, no artigo O impacto do discurso de ódio na saúde mental.

A gravidade do problema se reflete em números recentes. Um relatório do grupo KidsRight, em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã, mostra que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos no mundo sofre de algum problema de saúde mental, sendo 70% deles associados ao uso problemático das redes sociais. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 12 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Entre jovens de 15 a 29 anos, essa já é a quarta maior causa de morte. O crescimento é alarmante: entre 2016 e 2021, as taxas de mortalidade por suicídio aumentaram 49,3% entre adolescentes de 15 a 19 anos e 45% entre os de 10 a 14 anos.

Contribuições da IdeiaSUS

Diante desse cenário, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz se soma à campanha de 2025 como espaço estratégico de valorização de práticas inovadoras do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Entre os exemplos, está a Rede de Atenção e Prevenção ao Suicídio de Anastácio (MS), organizada nos pilares de prevenção, atenção e posvenção. A iniciativa integra o livro Fiocruz é SUS: rodas de saberes, práticas compartilhadas, lançado em 2024 e disponível gratuitamente no site da IdeiaSUS.

Outro destaque é a prática Suicídio, o inimigo silencioso: precisamos falar sobre isso, vinculada ao Programa Municipal de Valorização da Vida e Combate ao Suicídio, de Coribe (BA). O projeto promove, entre outras ações, encontros em escolas para dialogar com adolescentes e jovens sobre bullying, automutilação, autoestima e autoconhecimento, fortalecendo a prevenção e a proteção.

“Ao reunir e divulgar essas experiências, a IdeiaSUS reafirma seu papel de difusora de boas práticas em saúde, oferecendo não apenas visibilidade a essas práticas, mas também inspiração para que gestores, profissionais e comunidades multipliquem estratégias de cuidado”, realça o coordenador da IdeiaSUS Fiocruz, Wagner Barbosa de Oliveira. Confira outras boas iniciativas do SUS de prevenção ao suicídio e promoção do bem-estar biopsicossocial publicadas na plataforma.

Fonte _ FioCruz

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