Em abril de 2022, o Ministério da Saúde anunciou a confirmação do primeiro caso da chamada Ômicron XE: uma forma recombinante das sublinhagens BA.1 e BA.2 da variante Ômicron.
Já
presente em outros países, a detecção de novas formas causa preocupação pela
possibilidade de alterações em relação à transmissibilidade, virulência e
escape às vacinas. Embora recente, algumas informações já começam a ser
divulgadas.
O
que é a Ômicron XE? Trata-se de uma nova variante?
O
processo de recombinação genética é um processo natural e que ocorre com certa
frequência no ciclo de replicação de um vírus circulante. Ele ocorre quando
duas linhagens diferentes infectam uma mesma célula ao mesmo tempo e
compartilham material genético de forma a produzir uma nova linhagem ou
variante.
A
Ômicron XE é uma combinação das sublinhagens BA.1 e BA.2 da variante Ômicron,
sendo descrita pela primeira vez no Reino Unido em janeiro de 2022. Desde
então, vem sendo detectada em outros países, como Canadá, Tailândia, Japão,
Índia e Israel. Pelo menos duas outras subvariantes já foram descritas,
denominadas XD e XF, e que são combinações das variantes Delta e Ômicron.
Para
a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Ômicron XE não pode ser considerada
ainda uma nova variante até que diferenças significativas em características
como transmissibilidade e gravidade possam ser relatadas.
O
que a Ômicron XE tem de diferente?
Apesar
de iniciais, alguns estudos têm mostrado diferenças em algumas características
da Ômicron XE em relação às sublinhagens paternas e a outras variantes. A XE
parece ser aproximadamente 10% mais transmissível do que a sublinhagem BA.2 da
Ômicron, a mais transmissível até o momento. Entretanto, tais achados ainda
precisam ser confirmados. Não há dados por enquanto que sugiram maior gravidade
de casos associados à infecção pela XE.
Quais
os efeitos sobre a pandemia?
Os
especialistas afirmam que ainda não é possível prever qual o impacto do
surgimento dessas formas recombinantes sobre a pandemia. Também não se sabe se
a detecção dessa nova forma de SARS-CoV-2 em território brasileiro irá alterar
a situação epidemiológica do país.
Assim
como as mutações maiores, recombinações genéticas podem ser responsáveis por
alterar características como transmissibilidade, gravidade e suscetibilidade a
vacinas. Por esse motivo, vigilância molecular continuará sendo realizada
internacionalmente com o objetivo de determinar se as novas alterações se
refletem em comportamento diferenciado das formas recombinantes.
Fonte_PEBMED
Nenhum comentário:
Postar um comentário