A cientista e pesquisadora Nísia Trindade Lima
foi oficialmente apresentada, como Ministra da Saúde.
A cerimônia aconteceu no auditório do Ministério da
Saúde, em Brasília (DF) e conta com a presença de outros ministros do governo
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como Alexandre Padilha, das Relações
Institucionais, e Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e Cida Gonçalves,
ministra da Mulher.
Ao entrar no auditório, Nísia foi bastante
aplaudida pelos presentes.
"Nossa gestão será pautada pela ciência e pelo
diálogo com a comunidade científica", disse Nísia, em suas primeiras
palavras como ministra da Saúde.
No discurso, Nísia afirmou que, à frente do
Ministério da Saúde, quer:
- Fortalecer a produção local e o complexo
econômico da saúde, dando ao Brasil autonomia na produção de vacinas e
fármacos. "A pandemia da Covid-19 mostrou a nossa
vulnerabilidade", disse.
- Estreitar as relações entre religião e ciência após
o que chamou de "período de obscurantismo" ao se referir à gestão de
Jair Bolsonaro (PL). “Penso que as lideranças religiosas terão um grande papel
na transformação da sociedade. Muitas estão sendo fundamentais na defesa da
ciência, da vacinação e no cuidado da população".
- Retomar a Coordenação Nacional do Sistema
Único de Saúde (SUS) por parte do Ministério da Saúde.
A nova ministra da Saúde também anunciou:
- A revogação, nos próximos dias, de
normativas que, segundo Nísia, "ofendem a ciência, os direitos humanos e
os direitos sexuais reprodutivos";
- O combate ao racismo estrutural
no SUS;
- A retomada do alinhamento da agenda da saúde
mental à reforma psiquiátrica brasileira;
- A criação de uma política de atendimento às
pessoas com sintomas pós-Covid;
- Ações para reverter as baixas coberturas
vacinais, como os "embaixadores da vacinação" espalhados pelo
Brasil para incentivar a imunização;
- Fortalecimento do programa Farmácia
Popular.
Novo secretariado
Nísia Trindade anunciou os nomes que vão compor
o segundo escalão do Ministério da Saúde e a criação de uma nova
secretaria da pasta, ligada à informação e à saúde digital.
Entre os nomes, estão o da liderança indígena Weibe
Tapeba e do até então presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(Conass), o médico sanitarista Nésio Fernandes:
Secretário-executivo: Swedenberger do Nascimento Barbosa;
Secretário de Atenção Primária à Saúde: Nésio Fernandes;
Secretária de Atenção Especialidade à Saúde: Helvécio Magalhães;
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente: Ethel Maciel;
Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e
Insumos Estratégicos: Carlos
Gadelha;
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde: Isabela Pinto;
Secretaria da Informação e Saúde Digital: Ana Estela Haddad;
Secretaria de Saúde Indígena: Weibe Tapeba.
Nísia Trindade é a mulher a assumir o cargo de
ministra da Saúde. Até então, ela era presidente da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), onde é servidora desde 1987.
Nísia
Trindade é anunciada por Lula como ministra da Saúde; veja perfil
Durante sua gestão como presidente da Fiocruz,
Nísia liderou as ações da fundação no enfrentamento da pandemia de Covid-19 no
Brasil, como a fabricação da vacina da AstraZeneca, usada em adultos na
campanha de vacinação desde 2021.
Perfil
- Doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política
e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
- Presidente da Fiocruz desde 2017;
- Foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz, unidade da
Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde,
entre 1998 e 2005;
- Participou da elaboração do Museu da Vida, museu
de ciência da Fiocruz;
- Atuou na implementação da Rede SciELO Livros;
- Foi vice-presidente de Ensino, Informação e
Comunicação da Fiocruz;
- É autora de dezenas de artigos, livros e
capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as
cisões entre os "Brasis urbano e rural, moderno e atrasado".
Fonte_G1
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