Uma vacina
contra dengue produzida pela farmacêutica Takeda está em análise
pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uma possível
aprovação no Brasil. O imunizante é conhecido como TAK-003 ou Qdenga.
Segundo
a empresa, o pedido inicial de liberação foi realizada em abril de 2021, mas a
agência pediu esclarecimentos para dar continuidade
à análise. A farmacêutica respondeu a um desses requerimentos em
dezembro do ano passado, o que fez o processo andar.
Uma
reunião entre Anvisa, representantes da Takeda e especialistas de dengue do Brasil deve
acontecer nesta terça (10). Ainda não há previsão de quando a avaliação da
agência será concluída.
A
vacina recebeu autorização da EMA (Agência Europeia
de Medicamentos) em dezembro de 2022 para ser utilizada na União Europeia. A
Indonésia também já autorizou o fármaco.
O
imunizante é do tipo atenuado, ou seja, quando o patógeno é modificado para não
causar a doença, mas ainda ocasiona a resposta imune do organismo. Ele tem
indicação para pessoas de 4 a 50 anos.
A
vacina foi fabricada a partir do sorotipo 2 do vírus que causa a dengue, mas
conta com a adição de material genético dos outros três sorotipos. Sendo assim,
o imunizante confere proteção para todos os agentes causadores da doença, com
respostas imunológicas em grau variado para todo os quatro, conforme estudos
clínicos.
Uma
dessas pesquisas é de fase 3 com crianças e adolescentes que vivem em áreas
endêmicas para a doença — o Brasil fez parte da amostra. Após 54
meses da aplicação da segunda dose, a vacina teve uma eficácia estimada em
cerca de 61%. Para evitar casos graves, a eficácia foi de cerca de 84%.
Transmitida
pelo mosquito Aedes
aegypti, a dengue passa por um aumento
em casos
e em mortes no Brasil. Só de casos prováveis foram 1.450.270 até o
final de 2022. Para mortes, os números eram 1.016.
Outra
vacina para dengue, essa produzida pela Sanofi, existe e chegou a receber
autorização para uso no Brasil, mas deixou de ser usada depois que pesquisas
mostraram que ela estava associada
a efeitos adversos graves em crianças sem histórico de infecção
prévia.
Ainda
existe um
imunizante em estudo pelo Instituto Butantan.
A vacina é de dose única e utiliza as quatro cepas virais atenuadas em sua
constituição. Chamada de Butantan-DV, ela é uma versão análoga da desenvolvida
pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA. A farmacêutica MSD também faz parte
do projeto de desenvolvimento do imunizante.
Segundo
uma pesquisa, o Butantan mediu a eficácia geral de 79% da vacina, mas também as
diferenças vistas entre aqueles que já haviam tido a infecção e outros que
nunca tiveram. Naqueles com histórico para dengue, a eficácia foi de cerca de
89%. Já para a outra parcela de participantes sem registro da doença, a
proteção conferida pelo imunizante foi menor: 73%.
Fonte_Folha
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